Fases Psicossexuais da Criança - Análise do Filme Um Método Perigoso

MÓDULO 4 – FASES PSICOSSEXUAIS DA CRIANÇA

Análise do Filme “Um Método Perigoso”

Aluna: 3799 - Isamaris Nobrega Zanotto – T1 ABC –

Objetivo: Faça um texto reflexivo sobre os personagens que te chamaram mais atenção, usando como base o que foi trabalho em aula sobre sexualidade aprendido em aula.

O filme tem a proposta de abordar a relação de Freud e Jung, no início de sua carreira como médico psiquiátrico usando a psicanálise com os fundamentos de Freud.

Freud aparece pontualmente marcando uns pontos principais da psicanálise, que é “não envolvimento do analista com o paciente”, a “transferência e a contratransferência”.

SABINA SPIELREIN

Jung, recebe no sanatório a paciente Sabina Spielrein, completamente em crise. Começa aplicar nela a psicanálise fundamentada de Freud, conversa com ela livremente e ela relata para ele seus conflitos. A maneira que o pai a tratava, fazendo ela tirar a roupa e apanhar até se urinar, diz a Jung que isso dava prazer para ela que ela gostava.

Traz aqui um certo grau de masoquismo que aquilo que a faz sentir “dor”, também a faz sentir prazer e está intimamente ligado a fase anal. Revela que quando tinha por volta de uns 4 anos se sentava sobre os calcanhares para defecar e sentia prazer em segurar, num movimento de expelir e repelir as fezes. É bem claro comportamento dela na vida adulta, quando sente prazer em ser humilhada, sente prazer em ser castigada, que a fase anal – que ocorre nas crianças entre as idades de 2 a 4 anos – ficou bem-marcado em seu inconsciente, que quando em crise ela até tem certa paralisia na fala, uma histeria devido a este trauma.

Ela investe na transferência da figura de seu pai para Jung, e isso fica claro na cena em que Jung vai encontrá-la no jardim e bate com sua bengala no sobretudo dela, somente com este gesto ela sente prazer sexual neste ato.

Esse sentimento de transferência por Jung a faz investir em sentimentos mais profundos, como a atração sexual inevitável que ela sente por Jung. Sabina projetou em Jung a sua vontade em obter prazer sexual da forma que conhecia e aprendeu. Numa conversa com Jung ela diz para ele que o que sente pela esposa Emma é outra coisa e que com ela, quer que Jung seja feroz, quer que ele a castigue, deixando bem claro a que também é um pouco sádica, pois ao sentir prazer na relação sexual também sentirá dor emocional.

Eles se envolvem amorosamente, mas quando Jung tenta terminar o relacionamento com Sabina, ela entra em crise novamente, mostrando que não houve progresso em seu tratamento, mesmo ela já tendo estudado e estar desenvolvendo um contraposição aos estudos de Freud sobre a pulsão de vida, pode trazer consigo sentimentos negativos - tais como ansiedade e desgosto - ao lado de sentimentos positivos, ela precisa constantemente da aprovação de Jung, como uma filha busca a aprovação do pai, a permissão para ser bem sucedida, demonstrando um traço típico do Complexo Electra.

Ao longo do filme ela demonstra um crescimento psicológico e acredito que ao defender sua tese e ser requisitada por Freud para atender alguns de seus pacientes, deu a ela a segurança emocional que tanto necessitava. Tanto que ela se casou e teve filhos, não dando importância se seriam meninas ou meninos, pois não mais tentaria agradar ninguém.

JUNG

Médico psiquiatra e seguidor de Freud. Dedicado marido, com valores morais bem arraigados, ambicioso no sentido de querer progredir em suas descobertas e seus ideais psicanalíticos.

Notei também na personalidade de Jung que ele nutria por Freud algo muito paternal, em relação a confiança, em relação a segurança dos conhecimentos passados a ele, mas que lá no fundo ele não aceitava, não engolia tudo de bom grado. Ele usa de um mecanismo de defesa do seu Ego, que parece ser cordato, seguidor das ideias de Freud, mas que na verdade ele busca é seguir aquilo que ele acredita ou aquilo que justifique sua ação de forma tolerável e aceitável pelos outros.

Notei que quando ele “se abria “com seu paciente (Dr. Otto Gross), dizia que ceder aos impulsos sexuais e reprimidos por ele, era um ato extremamente amoral e que isso não poderia acontecer de maneira nenhuma. Mas bastou o Dr. Otto dizer que a função do médico era a de fazer com que seus pacientes se libertem (no caso das repressões sexuais dando vazão ao seus instintos), ele toma a atitude de ir ver Sabina em seu apartamento, esquecendo-se por completo da regra básica da psicanálise Freudiana: “não envolvimento do analista com o paciente”. Cedeu aos impulsos do seu Ego.

Mais tarde, quando sua esposa EMMA, o confronta sobre seu “caso extraconjugal”, ele meio que pede sua permissão para o ato. Ela, no entanto, com medo de perdê-lo para a amante concorda, mas não quer saber dos detalhes.

Jung então mantém seu romance com a Sabina, no pretexto de ajudá-la com seu desenvolvimento na tese. Quando Sabina diz pra ele que depois que se formar vai embora de Zurique. Jung então tem uma crise de choro, se deprecia e confessa que tem vontade de largar tudo e ir embora com ela, mas não o faz.

Entendi aqui, que dentro dele havia uma divisão entre as sensações de prazer e de satisfação destes prazeres e a luta com a moral, os bons costumes, a família, os filhos, a esposa, não assumindo o que ele realmente gostaria de fazer e usando de um falso moralismo.

Em dado momento senti que Jung nutri também por Freud um incômodo por sempre estar certo em suas análises. Jung queria descobrir outra linha de raciocínio psicanalítico que não fosse a ótica sexual.

Jung esperava, na posição que ele colocara Freud, que ele humanizasse, que compartilhasse seus sonhos e se mostrasse mais vulnerável e menos autoritário. Basicamente Jung procura por reconhecimento e aprovação, já que Freud o influenciou bastante no seu trabalho e vida.