RESENHA REFERENTE AO CADERNO TEMÁTICO “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS DA INCLUSÃO”
Por: Juliana Araujo • 14/2/2017 • Resenha • 1.459 Palavras (6 Páginas) • 553 Visualizações
UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA[pic 1]
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
RESENHA REFERENTE AO CADERNO TEMÁTICO “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS DA INCLUSÃO”
São José dos Campos
2016
UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA[pic 2]
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
RESENHA REFERENTE AO CADERNO TEMÁTICO “PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS DA INCLUSÃO”
Trabalho apresentado a Universidade Paulista e aProfªJuliane Manzini como requisito parcial da disciplina de Psicologia e Políticas Públicas, do curso de Psicologia.
São José dos Campos
2016
Para a realização dessa resenha foram escolhidos dois textos, retirados do site do CRP-SP, a partir do caderno temático dezenove que aborda o tema “Psicologia e educação: desafios da inclusão”.
O tema foi escolhido, pois chama a atenção como as políticas públicas vêm atuando dentro da educação e como a psicologia pode auxiliar nessa perspectiva.
No primeiro texto, escrito pela psicóloga doutora em psicologia social Débora Cristina Fonseca, é retratada qual a opinião dos adolescentes em cumprimento de medidas socieducativas a respeito da escola a partir da pesquisa feita pela mesma. Buscando encontrar qual o significado e o sentido da instituição escolar para os evadidos da escola e em medidas socioeducativas, ela expõe também a prática do silenciamento e que é preciso repensar como se dá a relação dos alunos com os professores e com a escola.
É um direito garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA, além de estar presente na Constituição Federal de 1988 que todos têm direito a educação e a permanência na escola. No entanto, não são observadas tentativas para superar o fracasso escolar, de modo que continuam a culpabilizar os alunos a partir de discursos como: “os alunos que não querem aprender”; “eles não conseguem porque são burros” ou até mesmo, “ sendo filho de quem é...”
Foi percebida através da pesquisa da autora Débora Cristina Fonseca “trajetória de alunos protagonistas de violência” que aquilo que era considerado apenas um mau comportamento ou uma indisciplina acabou por se tornar um ato infracional, mas o que seria isso? Segundo o ECA é tudo o que as leis do Estado Brasileiro entendem como crime ou contravenção oriunda de um adolescente. Exemplo: tráfico de drogas, roubo, furto, ameaças, vandalismo, desacato, brigas na escola com lesões leves, etc.
Quando um adolescente fere a lei ele assume seus atos cumprindo as medidas socioeducativas que possuem caráter educativo e não punitivo, apesar de estarem vinculadas como consequência de uma desobediência as leis brasileiras.
Mas, tendo em prática a lógica do silenciamento dentro das escolas, que consiste em ensinar os alunos a ficarem quietos a todo o momento sem poder expor suas opiniões, como eles farão para existir? Seriam então esses “atos infracionais” maneiras de mostrar que eles existem? Podendo ser enxergada como uma forma de construir uma identidade dentro da instituição, visto que existe uma divisão entre bom e mau na escola. Como os “maus alunos” jamais serão vistos como bons, uma forma de existir é se comportando de maneiras desrespeitosas.
Aquele que é tarjado de “mau aluno”,enquanto sujeito não é respeitado e responde de maneiras “violentas”, no entanto o que os agentes da escola fazem também é uma forma de desrespeito, pois dizer que o aluno não pode questionar tal ponto porque ele já deveria saber é uma forma de desrespeito, de impaciência. Além disso, possuem o poder de retribuir o “mau comportamento” com anotações no livro de ocorrência, de modo que os adolescentes se calem cada vez mais e deixem para falar somente na delegacia, muitas vezes dizendo até coisas que não fizeram.
Todavia, é possível pensar que o sujeito é construído a partir da cultura na qual pertence, sua história de vida também deve ser levada em consideração. Por tanto, a maneira como eles se comportam pode ser enxergada como uma forma de se expressar/manifestar frente à escola, já que nos relatos da pesquisa os adolescentes dizem “não ver sentido em voltar para escola”. E isso se dá porque os adolescentes não se adaptam a forma como a instituição se organiza como são enxergados dentro da escola, como se da à relação deles com os professores.
Segundo a pesquisa da autora qualquer indisciplina será anotada no livro de ocorrências e considerada um ato infracional, levando o adolescente a cumprir medidas socioeducativas. Vejamos que somente um lado é escutado e o outro julgado, uma vez que quem lança no livro é o professor e o aluno apenas arca com o que foi anotado. É aquele ditado “se ouvimos somente a versão da chapeuzinho vermelho o lobo sempre será o mau da história”. Como o adolescente pode querer voltar para um ambiente construído dessa maneira?
Assim, o juizado da infância e da juventude é quem tem o poder para aplicar essas medidas que podem ser: em meio aberto ou fechado. Em meio aberto o adolescente pode sofrer uma advertência, ter a obrigação de reparar um dano, prestar serviços a comunidade ou ter liberdade assistida. Já nas medidas fechadas o adolescente pode ser inserido num regime de semiliberdade ou internação.
Assim como é abordado no segundo texto escolhido, escrito pelo psicólogo mestre em psicologia social Jean Fernando dos Santos, é preciso pensar qual o papel do psicólogo e da psicologia frente essas situações, a quem estão servindo: Aos adolescentes ou ao sistema judiciário e assim fomentando o processo de silenciamento dos adolescentes?
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