RESUMO – AS CAUSAS DO COMPORTAMENTO

RESUMO – AS CAUSAS DO COMPORTAMENTO

O texto trata inicialmente da predisposição em entender nossos comportamentos como uma relação direta de causa e efeito, citando como exemplos mais notórios aqueles atribuídos ao nosso próprio corpo (comemos porque sentimos fome, nadamos porque sentimos vontade, etc.) Assim, a fome é a causa do ato de comer, bem como a “vontade” é a causa do ato de nadar. Ou, de maneira mais genérica, percebe-se que os sentimentos são causas dos nossos comportamentos.

Os sentimentos pertencem à mente, uma região sem delimitação física, enquanto os atos manifestam-se no campo físico, concreto. Deste modo, intriga-nos descobrir como poderemos criar relações diretas e precisas entre estados mentais (sentimentos) e comportamento (ações). Há interesse científico em descobrir o funcionamento deste mecanismo “ação x mente x ação” a fim de controlá-lo.

Uma das estratégias que busca esclarecer tal mecanismo consiste em ignorar as explicações sobre a correlação entre causa (mente/ação) e efeito (ação/mente). Assim, por exemplo, pode-se investigar os sentimentos de uma pessoa e, em seguida, alterar o ambiente com a intenção de modificar os seus sentimentos, sem que se dê atenção às questões teóricas que envolvem tais mudanças, simplesmente aguardando os resultados da ação que deseja-se ver em prática. Os contrários a tal estratégia amparam-se na Psicologia Fisiológica, que defende a existência de uma base física para os sentimentos, de modo que estes sejam reflexo de atividades cerebrais de ordem física e química. Pautando-se em uma ou outra estratégia permanecem as dificuldades em prever ações observando sentimentos, assim como permanecem as dificuldades de alterar comportamentos através de alterações na mente ou no cérebro. Dentre as teorias mais comuns que buscam desvendar estes mecanismos encontramos: o estruturalismo, o behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical.

O Estruturalismo baseia-se no abandono da procura pelas causas, atendo-se à descrição das ações comportamentais através de ferramentas específicas e pertinentes a cada área do comportamento humano, fornecendo dados que serão utilizados como base para dedução de comportamentos futuros, descobrindo-se assim princípios organizadores na estrutura do comportamento, padrões, que por se repetirem possibilitarão a previsão de ações futuras. Por exemplo, pode-se prever comportamentos evolutivos de uma criança no desenvolvimento da fala ou do raciocínio em relação à sua idade, pautando-se na observação sobre como tal desenvolvimento se deu em um grupo de crianças inseridas no mesmo meio sociocultural. O estruturalismo possui como ponto fraco a impossibilidade de controle sobre as causas pois as ignora, assumindo uma postura meramente observacional.

O Behaviorismo Metodológico busca as causas físicas primeiras, através da “psicologia do outro”, observando-se fatos específicos e objetivos em um comportamento prévio que possam ter levado ao desenvolvimento de comportamentos posteriores, desprezando-se as relações imateriais (mentais), proporcionando uma possibilidade maior de controle, dando maior importância à influencia da genética e do ambiente nos processos comportamentais. Permanece nesta teoria a dúvida sobre se os sentimentos imediatamente anteriores à realização