Relatório Clínico: Bullying na instituição educacional
Por: jaquebersan • 3/6/2015 • Trabalho acadêmico • 797 Palavras (4 Páginas) • 189 Visualizações
Relatório clínico
A atendida pela equipe presente e assinante deste relatório mostrou em primeiro momento sinais de baixa autoestima, introversão, discurso que levam a crer que essa sofreu bullying na instituição educacional que frequentou.
Na relação familiar, a violência física e moral é uma marca constante na memória de TM. Ao falar da progenitora, a assistida discursou sobre agressividade, exploração de atividades domésticas e constantes verbalizações sobre sua aparência física e qualidades morais.
TM não demonstrou sentimentos como raiva, rancor, revolta ou algo similar. Suas atitudes aparentam indiferença perante as questões relacionadas à mãe.
Quanto aos filhos de TM, esta apenas citou as crianças como tendo sido “dadas pelo pai”, o que foi entendido como abuso sexual. O primeiro filho apresenta sinais de síndrome de Down e o indício pode ser proveniente de um possível incesto.
A adolescente possui massa corpórea acima do considerável saudável para sua altura e idade, a equipe julgou que essa característica também é fruto de negligência por parte de sua família em relação à saúde física e mental da jovem.
TM apresentou dificuldade de aprendizado durante sua estada na instituição educacional anterior, foram realizados testes para comprovar o analfabetismo funcional. Juntamente como o teste já citado, aplicou-se um teste de Quociente de inteligência para, a partir desse primeiro contato, realizar as possíveis indicações de uma instituição apropriada para o desenvolvimento intelectual da jovem.
A atendida se mostrou fortalecida pelo sofrimento, com sonhos que se assemelham aos de garotas da mesma idade, consciente em relação aos problemas da mãe e amadurecida, apesar da violência sofrida. Além disso, é livre de preconceitos em relação às pessoas de seu convívio.
Considerando os dados iniciais levantados e a situação com que TM deu entrada no centro de acolhimento, salienta-se a situação de negligência em diversos pontos da análise.
Segundo o Dicionário Aurélio, negligência consiste na falta de cuidado, de aplicação, de exatidão; descuido, incúria, displicência, desatenção. Falta não intencional daquele que se omitiu no cumprimento de um ato que lhe incumbia.
Entende-se que TM foi negligencia quando não acolhida de forma que respeitassem seus direitos perante a sociedade como um ser humano único dotado de características singulares, com necessidades de um acompanhamento diferenciado na requisito educação, saúde, familiar e social.
Os profissionais voltados à educação foram negligentes a partir do momento que não perceberam que TM deveria receber atendimento específico durante o aprendizado escolar.
Uma das formas de dificuldade de relacionamento da adolescente era o constante bullying sofrido nas dependências escolares sem intervenção do docente ou superior.
TM foi negligenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quando o parto da primeira filha foi realizado no chão da cozinha da própria residência com a parturiente sendo agredida pela mãe. A primeira criança possui uma síndrome que pode ser detectada durante a gestação, supõe-se que a adolescente não tenha recebido apoio de um pré-natal.
TM era assistida pelo programa “Bolsa Família” e contava com visitas da assistente social que avaliava o ambiente como saudável ou não. As visitas eram agendadas previamente e o cenário era modificado pela mãe de TM, causando a impressão de um bom convívio.
A assistente social não utilizou o conhecimento aprofundado sobre o convívio familiar, realizando visitas rápidas, superficiais e sempre sem manter contato direto com Clarisse ou com a criança.
Conclusão
A equipe aponta a necessidade de um encaminhamento de TM a um abrigo para mães adolescentes, recebendo o benefício do Bolsa Família pelas duas crianças e o auxilio terapêutico de uma equipe multidisciplinar de um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
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