Relatório sobre o filme Óleo de Lorenzo

UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE FORMAÇÃO DE PSICÓLOGO

CAMPUS CHÁCARA SANTO ANTONIO

2º SEMESTRE - TURMA DA MANHÃ

GH – GENÉTICA HUMANA

PROFESSOR LEONARDO KOBASHI

TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS IDENTIFICADOS NO FILME

“O ÓLEO DE LORENZO”

São Paulo

2014

“O ÓLEO DE LORENZO”

Baseado uma história real, o filme “O Óleo de Lorenzo” retrata a história de um casal, Augusto e Michaela Odone, interpretados por Nick Nolte e Susan Sarandon, que descobrem que seu filho Lorenzo, de seis anos de idade, é portador de uma doença genética ligada ao cromossomo X, que tem caráter recessivo e ligada ao sexo, diagnosticada como adrenoleucodistrofia (ADL), que provoca uma incurável degeneração do cérebro, levando o paciente a morte em pouco tempo. 

Após a descoberta da doença e da superação do choque inicial desta tragédia familiar, seus pais saem em busca de tratamento e sofrem uma grande frustração ao constatar que tratamentos específicos são apenas paliativos e experimentais, Em busca de alternativas, os pais fazem contato com médicos, cientistas e universidades.

Lorenzo passou por tratamento quimioterápico, sem sucesso. Outro programa experimental baseado em uma dieta alimentar específica, também sem sucesso, motivou os pais a buscar informações nos livros e artigos científicos sobre o assunto.

Os Odone passaram a estudar o caso de seu filho de maneira autodidata e, quando constatavam alguma informação relevante, procuraram médicos e professores de medicina para discutir suas ideias. Enfrentaram muitas dificuldades, preconceito e resistência até mesmo por parte de outros pais e da associação criada em prol das vítimas da ADL, que, talvez desesperançados, assumiram uma postura conformista, que buscava a aceitação do quadro como um todo, buscando apenas medidas paliativas, rejeitando qualquer tentativa de busca por outras opções.

Depois de muita dedicação, pesquisas e testes os Odone descobriram um óleo, que não curava efetivamente a doença, mas que a estagnava.

A introdução do óleo na dieta de Lorenzo não o curou, mas estagnou a doença e provocou uma pequena reversão, eliminando o uso de respiração artificial e permitindo que o menino estabelecesse uma comunicação com os cuidadores através do olhar e de pequenos gestos.

Lorenzo viveu vinte anos além das expectativas médicas, morreu aos 30 anos, vítima de uma pneumonia.

Adrenoleucodistrofia: Doença de Lorenzo

A adrenoleucodistrofia é uma doença genética rara ligada ao cromossomo X que atinge as glândulas adrenais, sistema nervoso e testículos. A doença atinge particularmente os homens e pode se manifestar em qualquer idade.

[pic 1]

Figura 1 – Heredograma da família de Lorenzo

SOBRE A ADRENOLEUCODISTROFIA

Fisiopatologia da Adrenoleucodistrofia

A adrenoleucodistrofia altera a mielina, proteína presente na parte branca do sistema nervoso. O sistema nervoso funciona como uma espécie de circuito eléctrico e a mielina tem a função de isolamento das células nervosas deste circuito. Quando há alteração na mielina, a condução deixa de ser feita corretamente e o sistema nervoso vai perdendo suas funções.

[pic 2]

Figura 2 – Diferença entre um neurônio normal e um afetado

Sintomas da Adrenoleucodistrofia

Os sintomas da adrenoleucodistrofia vão surgindo aos poucos. O indivíduo perde as funções da adrenal, as capacidades de falar e interagir, tem que usar óculos devido ao estrabismo, tem dificuldades para andar, passa a se alimentar através de uma sonda, tem muitas convulsões e em pouco tempo o indivíduo fica como que em estado de coma. Tudo acontece, pois seu corpo não consegue se manter sozinho, necessitando da ajuda de aparelhos.

Expectativa de vida na Adrenoleucodistrofia

A adrenoleucodistrofia pode manifestar-se nos primeiros meses de vida do bebê e neste caso, a expectativa de vida é de 5 anos. Se ela manifestar-se entre os 4 e os 10 anos de vida, a criança tem uma expectativa de vida de aproximadamente 10 anos e quando a doença manifesta-se na vida adulta o indivíduo pode viver por muitas décadas, embora a deteriorização do sistema nervoso seja igualmente progressiva.

Tratamento para Adrenoleucodistrofia

O tratamento da adrenoleucodistrofia é feito com o uso de hormônios das glândulas adrenais e com o óleo de Lorenzo, para retardar a evolução da doença. Fisioterapia e psicoterapia também são indicados.

O transplante de medula óssea pode ser indicado em casos específicos. O ácido docosahexaenóico é indicado para o tratamento da adrenoleucodistrofia neonatal, mas atualmente a adrenoleucodistrofia ainda não tem cura.

TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS IDENTIFICADOS NO FILME

“O ÓLEO DE LORENZO”

São inúmeros os transtornos psicológicos causados pelo diagnóstico de  Adrenoleucodistrofia em um membro da família.

Pais sentem-se responsáveis por cuidar e garantir uma vida plena de conquistas e realizações aos filhos.