Resenha Artigo - Psicoterapia Infantil Online: Um Novo Caminho Possível.
Por: mariferrpires • 5/4/2023 • Resenha • 1.009 Palavras (5 Páginas) • 102 Visualizações
VILLAS-BÔAS, Luana Estrella Ribeiro. Psicoterapia Infantil Online: Um novo caminho possível
frente à Pandemia da Covid-19. Revista IGT na Rede, v. 17, nº 32, p. 53 – 64, 2020.
Considerando os atendimentos online, impostos pelo cenário pandêmico, reitera-se a prática da psicoterapia como uma das possibilidades de cuidado na atenção psicossocial. O artigo supracitado evidencia o serviço da psicoterapia online voltada para o público infanto-juvenil, com a finalidade de produzir literatura acerca desta nova alternativa para atendimento.
De forma geral, sintomas como depressão, ansiedade e estresse foram identificados na população em função dos impactos psicológicos da pandemia. A Psicologia, nesse cenário, evidencia-se no contexto dos cuidados com a saúde mental, pois acumula fundamentação teórica e conceitual que, associadas, podem contribuir para a compreensão dos aspectos psicológicos. Dessa forma, cumpre-se ressaltar a relevância das intervenções psicológicas como a psicoterapia, principalmente no período de pandemia, promovendo saúde mental para a sociedade.
O isolamento social e mudanças na rotina, gerados pela pandemia, impuseram sofrimento psicológico não apenas aos adultos, mas também às crianças e adolescentes. Além do distanciamento social, muitos dos principais cuidadores destas crianças passaram a trabalhar remotamente e isso afetou diretamente a rotina e as relações interpessoais das crianças. Há estressores relacionados às relações familiares, o que se articula com a fragilização do funcionamento das redes de apoio, como escolas, atividades extracurriculares e profissionais externos. Então, houve uma sobrecarga das funções de cuidados de quem reside com a criança, o que pode gerar um mal-estar nas relações e no desenvolvimento psíquico infantil. Cabe destacar, ainda, que crianças e adolescentes também podem ser afetados por eventuais instabilidades financeiras vivenciadas por seus familiares, assim como o acometimento da doença por familiares ou até a morte de pessoas próximas.
A criança, segundo os preceitos da Gestalt Terapia, também deve ser vista como um ser global, inserida nos diversos contextos que a constitui tais como: emocional, orgânico, espiritual, social e histórico. Ao receber uma queixa trazida pela família, o Psicoterapeuta infantil não deve analisar um sintoma como o problema a ser resolvido, entendendo que aquele sintoma é uma expressão criativa da forma que a criança se apresenta ao mundo, ainda que esteja disfuncional. O trabalho psicoterapêutico efetivo com a criança deve ir além do espaço terapêutico na medida em que se torna indispensável a inclusão dos responsáveis, bem como o contato com a escola, a família ampliada e profissionais que acompanham seu desenvolvimento. Entende-se, portanto, que o envolvimento no “setting” terapêutico dos sujeitos atuantes na vida desta criança pode ser analisado como promotor de saúde ou de adoecimento da mesma. Ao incluir o contexto em que a criança está inserida deixamos de enfocar apenas no sintoma como cerne do tratamento.
A psicoterapia infantil se apresenta como um mecanismo de contato com a criança a partir da representação lúdica, não havendo um foco sobre a verbalizações de suas questões a serem trabalhadas na terapia, com as quais nos deparamos através das brincadeiras. Através destes recursos e da fantasia da criança, esta irá encontrar caminhos para lidar e modificar sua realidade através de estratégias criativas. O papel do psicoterapeuta infantil, portanto, é de facilitar este processo acolhendo os limites de cada sujeito a partir do contexto em que está inserido.
São muitos os benefícios encontrados na possibilidade do atendimento virtual, tais como a praticidade, comodidade e o custo reduzido devido a não necessidade de deslocamento, locação de consultórios entre outras despesas. Em contrapartida, encontramos ainda algumas preocupações pertinentes quanto à ética nesta modalidade de atendimento no que se refere a confidencialidade e privacidade das consultas. A nova experiência deste tipo de atendimento deparou-se ainda com a falta de literatura acerca da temática o que visa fornecer subsídios para sua prática.
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