Resenha: O Psicólogo no NASF
Por: camiilagalvao • 3/5/2020 • Trabalho acadêmico • 901 Palavras (4 Páginas) • 372 Visualizações
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CURSO DE PSICOLOGIA
PROCESSOS INSTITUCIONAIS
PROF. DR. JOSÉ CARLOS DE CARVALHO LEITE
GRUPO 5: CAMILA GALVÃO; JORDANE MARTINS; KAROLINA GUINCHESKI
Artigo: “O Psicólogo no NASF: potencialidades e desafios de um profissional de referência.” Maria Edilânia Matos Ferreira Furtado; Liliane Brandão Carvalho.
O presente artigo traz como objetivo de investigação a compreensão do lugar do psicólogo no Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF. O NASF é uma política de saúde recente, criada em 2008, a partir da publicação da Portaria GM 154, de 24 de Janeiro de 2008 pelo Ministério da Saúde, na qual coloca o psicólogo como um possível componente da equipe.
O NASF é vinculado diretamente às equipes de Saúde da Família e tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Ele está instituído sob duas modalidades: o NASF 1, onde a equipe é constituída por, no mínimo, cinco profissionais de nível superior, devendo vincular-se a um número de 08 à 20 equipes de Saúde da Família; e o NASF 2, composto por três profissionais de nível superior e vinculado, no mínimo, a três equipes de Saúde da Família e, no máximo, a 20.
A composição da equipe NASF é multiprofissional, obedecendo ao critério da formação superior com atividades não coincidentes, podendo compor o quadro funcional os seguintes profissionais: Assistente Social, Educador Físico, Farmacêutico, Médico (Acupunturista, Ginecologista, Homeopata, Pediatra, Psiquiatra), Nutricionista, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional.
A missão do NASF está pautada no apoio e compartilhamento visando o aumento da resolutividade das ações em saúde e a capacidade de compartilhar e fazer a gestão do cuidado vinculado a uma equipe de Saúde da Família. A atuação desta equipe também é atravessada por ações intersetoriais e interdisciplinares com o propósito de promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura, além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde.
É visto que o fazer da psicologia é de grande valia para as instituições de saúde atualmente, entretanto muito recente na área da saúde pública. Após a regulamentação da psicologia enquanto profissão tinha atuação essencialmente com um viés elitista. A profissão de psicólogo foi demarcada como “reprodutora de um fazer tecnicista com ênfase nas técnicas psicométricas e na prática do psicodiagnóstico. Práticas essas responsáveis pela concepção de psicologia embasada no modelo médico-normativo.” (FURTADO, 2015) O perfil do psicólogo era comumente associado à clínica tradicional, posto que tal profissão nem sempre abarcou as camadas menos favorecidas, o que se caracteriza por uma onipotência clínica em detrimento de ações de cunho social.
Mudanças no perfil econômico da população brasileira e realizações de concursos públicos proporcionaram maior inserção de psicólogos no espaço público. Através da Reforma Sanitária e Reforma Psiquiátrica, as atenções em saúde passaram a ter maior foco na atenção primária, nas quais são organizadas através das Estratégias de Saúde da Família. O psicólogo que inicialmente teve inserção preponderante nos contextos organizacionais, clínica e escolar, passa a se inserir na saúde pública através dos hospitais. Porém, as novas concepções de saúde trazidas pelas Reformas Sanitária e Psiquiátrica, fez com que os profissionais de psicologia passassem a compor equipes multidisciplinares na atenção básica, incluindo o NASF.
O psicólogo como parte dessas equipes do NASF tem papel importante, entretanto o autor apresenta algumas críticas e ressalvas no que diz respeito à prática psicológica nesse campo de atuação. Evidencia que, ao mesmo tempo em que o campo da saúde mental é configurado enquanto lugar de grande inserção do psicólogo há também a crítica de que nesse espaço a inserção do psicólogo não mais que reproduziu a clínica privada, pois o direcionamento das atividades do psicólogo na saúde mental, via de regra, privilegiava apenas o paciente, sem relevante preocupação de inserir o seu contexto no fator adoecimento. E em relação ao contexto da atenção primária a prática psicológica em saúde mental, desde o âmbito da clínica, não pode perder de vista seu olhar de interface com as questões da psicologia social, nem a intervenção em psicologia sócio-comunitária consegue promover saúde mental sem levar em considerações aspectos do manejo clínico.
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