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Resenha Sobre o Negacionismo

Por:   •  10/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  536 Palavras (3 Páginas)  •  80 Visualizações

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O termo “negacionismo” surgiu no contexto pós-Segunda Guerra Mundial para referir-se especificamente ao questionamento da existência do Holocausto (ver, por exemplo, o filme, Negação 2016). Desde então, seu uso se expandiu e outros aspectos surgiram para o uso da palavra. Assim, por exemplo, podemos falar sobre negacionismo histórico e negacionismo científico. Em particular, o negacionismo da ciência busca defender o indefensável: a valorização cega da ignorância e do "adivinhar" em detrimento do conhecimento científico, com o objetivo de confundir e manipular a opinião pública, criando um ambiente propício para notícias falsas, como ferramenta eficaz para manipulação. Não se deve esquecer que a ciência há muito se afastou do dogma. Não se baseia em ideologia e sempre busca a verdade, embora admitamos que esta é temporária e deve ser constantemente testada de acordo com a razão e a experiência. No fundo, é esta escolha que permite valorizar e desenvolver a epistemologia fora da opinião (doxa), que em última análise teve um impacto enorme, ainda que desigual, no desenvolvimento humano.

Além disso, não é difícil perceber que o negacionismo da ciência ainda ajuda a manter o status quo em um país que aposta cada vez mais na comercialização de commodities, abandonando as fileiras das nações mais industrializadas para se juntar para sempre e assim permanecer nas fileiras do a maioria das nações industrializadas suporte a sistemas em larga escala. Claro, esses também são os países mais ricos com os maiores índices de IDH. Negar o papel desenvolvimentista da ciência e da tecnologia é escolher o subdesenvolvimento e a estagnação social.Assim, parece fora de dúvida que é cada vez mais evidente que o progresso científico e tecnológico determina o ritmo de mudança na sociedade atual, tanto em relação às relações humanas como entre as pessoas e o trabalho, com os outros e com o próprio mundo.

Por mais paradoxal que seja, vemos um aumento do individualismo e do egoísmo em um momento em que a comunicação está se tornando cada vez mais fácil e rápida. Por outro lado, também se argumentou que o esperado não compartilhamento de resultados científicos é um problema inerente à ciência e, portanto, deve ser criticado. Críticas do ponto de vista epistemológico, com o objetivo de progresso científico, sim, mas nunca tomadas de ânimo leve. É cada vez mais evidente que sem o domínio da ciência básica não há desenvolvimento tecnológico autônomo e sustentável. Haverá sempre uma dependência crescente dos países subdesenvolvidos em relação aos países que dominam a vanguarda de C&T, caso não haja uma decisão firme de investir fortemente em Educação e em Ciência Básica, como tem feito, por exemplo, a Coreia do Sul, nos últimos 40 anos. Resta-nos aguardar que o Brasil realmente decida entrar para o seleto clube dos países desenvolvidos, que são os que mais investem nessas duas áreas estratégicas.

Concluindo, o assunto aqui abordado está longe de ser compreendido em todas as suas dimensões. Os autores têm interesse em continuar se dedicando a refletir sobre o tema. Em particular, gostariam de se dedicar aos efeitos da corrosão do caráter e outros problemas sociais apontados no presente ensaio sobre a instituição Escola. Outro aspecto não tratado aqui, que merece uma reflexão aprofundada, é a influência familiar na formação desse possível negacionismo prematuro. 

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