Resenha TCC-Inserção na Comunidade e Análise de Necessidades
Por: clenny • 20/9/2017 • Resenha • 2.667 Palavras (11 Páginas) • 1.021 Visualizações
Resenha critica
FREITAS, M. F. QUINTAL DE. Inserção na Comunidade e Análise de Necessidades. Psicologia: Reflexão e Crítica (UFES. Impresso), Porto Alegre - UFES, v. 11, n.1, p. 183-202, 1998.
CREDENCIAIS DA AUTORA
Maria de Fátima Quintal de Freitas possui Graduação (Licenciatura, Bacharelato e Formação de Psicólogo) em Psicologia pela Universidade Paulista (1978), é Mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP-1986), Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP-1994), e Pós-Doutora em Psicologia Comunitária (2008-2009) pelo ISPA (Instituição Universitária de Psicologia Aplicada - Lisboa) e pela Universidade do Porto (Portugal). Atualmente é Professora Associada da Universidade Federal do Paraná e Fundadora/Coordenadora do Núcleo de Psicologia Comunitária, Educação e Saúde (NUPCES - desde 2000) do PPGE-UFPR. Pesquisadora participante como membro e da coordenação do GT de Psicologia Comunitária da ANPEPP (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia). Participa em vários Comitês e Conselhos Científicos de Periódicos Nacionais e Internacionais; e pertence a várias Associações Científicas em Psicologia, nacionais e estrangeiras, foi Presidente Nacional da ABRAPSO (Associação Brasileira de Psicologia Social - gestão 1989-1992) e Vice-Presidente Regional (ES e SP). Tem experiência e desenvolve trabalhos de Pesquisa e Intervenção na área de Psicologia Comunitária e Política, desde 1980, junto a setores populares, marginalizados e excluídos social e culturalmente, com ênfase em Projetos de Intervenção e Planejamento Comunitários e Políticas Públicas. Seus projetos de investigação e intervenção ligam-se aos seguintes temas: psicologia social comunitária, intervenção psicossocial em comunidade, práticas e estratégias de intervenção comunitária; planejamento e avaliação comunitária; processos de participação comunitária e politização da consciência; capacitação e formação política de agentes e lideranças comunitárias; impactos psicossociais da relação profissionais-comunidade; programas de intervenção comunitária e planejamento de políticas públicas na perspectiva dos participantes comunitários e suas representações; migrações, redes psicossociais e estratégias de sobrevivência no cotidiano. Os temas de pesquisa e intervenção-formação referem-se a: direitos humanos, redes de solidariedade e convivência comunitária, participação comunitária na defesa dos direitos humanos, solidariedade e justiça, formação docente e compromisso social.
Resumo da obra
O presente artigo é constituído de sete partes nas quais a autora discorre a respeito do processo de inserção, contato e conhecimento do profissional de psicologia na comunidade, analisando a inclusão do psicólogo com as novas demandas que surgiram nas comunidades nas últimas décadas, abordando sobre as variáveis e consequências resultantes do procedimento na relação psicólogo comunidade, no constructo de identidade de ambos. Uma vez que no nosso país principalmente nas ultimas décadas o psicólogo tem sido desafiado a ocupar novos postos de trabalho. Em discussão, os aspectos instrumentais e metodológicos da ação ou da intervenção tornam-se importantes. Embora, eles, por si só, não são satisfatórios para uma análise histórica e crítica a respeito do processo de inserção na comunidade, em suma, a ideia de homem e de mundo, assumidas e vividas pelos profissionais, é que se constitui como aspecto decisivo na criação das possibilidades sobre o como estudar, pesquisar e intervir, assim como na delimitação e seleção das estratégias de intervenção a ser utilizada.
Podemos assimilar que a temática de inclusão do psicólogo e comunidade baseia se na dinâmica de um relacionamento, existem dois pólos em um extremo está o profissional com seus anos de estudo, experiência e instrumentos que adotou e maneja para melhor desenvolvimento do seu trabalho no outro extremo se encontra a comunidade com suas distintas classes populacionais e características culturais próprias adequadas ao modelo sócio-político e geográfico vigente, o desafio que preponderante aqui é intercalar os modos de ação desses dois pólos para que haja conciliação. Mas como?
Antes de trazer a luz do esclarecimento sobre os possíveis modelos de intervenção saudáveis na relação psicólogo comunidade a autora, reflete sobre os modelos de intervenção considerados perigosos ou preocupantes, tendo havido diferenças nos aconselhamentos sobre a temática os trabalhos desenvolvidos nas ultimas três décadas apontam que, principalmente na década de 70 do século passado profissionais de psicologia que se instauravam em bairros de periferia em grandes centros urbanos, tentavam omitir e negar a sua origem cultural e de classe, é importante a transparência no processo de conhecimentos um do outro, mesmo que está questão de origem e classe social seja de importância secundaria se comparado a utilização de instrumentos, técnicas e intervenções. No tocante as necessidades de uma população de periferia ainda há uma forma de inserir-se na comunidade através de apelos e convites a um trabalho de caridade, com foco na população dos mais desfavorecidos, dessa forma a maneira de contatar a população envereda-se pelas vias de caridade e a inserção reveste-se de uma preocupação ligada à filantropia e ao fornecimento de assistência psicológica. Outra clássica maneira de intervir de forma equivocada é baseada na curiosidade de conhecer esse ser estranho que é compõe a população dos mais desfavorecidos, de certa forma o distanciamento das instituições de formação, de um lado, e os clamores e necessidades sociais, de outro, estamparam temáticas e problemáticas vividas por grandes parcelas da população, que precisavam ser conhecidas e tornadas objetos de investigação, contingentes de estudantes das ciências humanas adentram as comunidades munidos de instrumentos questionários e escalas aplicando- as de forma sem observar o contexto do morador, a inserção precisa acontecer com uma preocupação da ordem de curiosidade, mas curiosidade cientifica, ainda há o modelo de intervenção em que objetiva se o comprometimento de orientação pelo compromisso de trabalho que deve possibilitar mudanças nas condições vividas pela população no cotidiano, ao mesmo tempo em que a população quem estabelece as vias e assinala as suas necessidades mais urgentes, ora as problemáticas que requerem ação devem ser discutidas em conjunto, pois, é nesse processo que se constroem instrumentos satisfatórios e fundamentais para aquela realidade em questão. Este tipo de inserção baseia se na avaliação da população e comprometendo a possiblidade de mudança social e construção de conhecimentos na área.
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