Resenha crítica ao Livro “Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas” de Yves de La Taille
Por: Maruca • 16/5/2020 • Resenha • 1.357 Palavras (6 Páginas) • 489 Visualizações
ALUNO: PAULO GODOY MARUCA JUNIOR
RA: 8162766
PROFESSOR: FABIO GUEDES GARCIA DA SILVEIRA
DIREITO FMU – 9º SEMESTRE
CAMPUS LIBERDADE
Resenha crítica da obra Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas, de Yves de La Taille
Através dessa resenha crítica ao Livro “Moral e Ética: Dimensões Intelectuais e Afetivas” de Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da USP, livro esse que reúne as leituras, pesquisas e reflexões do autor, e trabalha com sob um novo ângulo a moral e a ética. O autor mostra que esses conceitos surgem precocemente na vida de cada indivíduo.
O objetivo do livro é proceder a uma reflexão sobre os processos mentais por meio dos quais a pessoa legitima e segue valores, regras e princípios morais. uma obra importante para aqueles que desejam fazer uma reflexão sobre esta dimensão da conduta humana sob o enfoque psicológico.
Também é mister ressaltar, que o conceito “moral e ética” são tratadas como sendo parte de um mesmo todo, como se fossem precisamente a mesma coisa, porém, para ciência jurídica, são tidas com conceitos diferentes.
Percebemos que o autor busca refletir sobre os procedimentos mentais que o indivíduo utiliza para basear seus princípios morais. Por meio da crítica de quatro teorias sobre a moralidade, relativista e heterônoma, utilizadas pelas teses de Durkheim e Freud e as escolhas de cada ser para proporcionar o que ele entende como qualidade de vida, ou seja, a razão é empregada como fonte de moralidade.
A obra divide-se em três capítulos. O primeiro, intitulado Moral e Ética, tem como desígnio mostrar os conceitos úteis para a compreensão das ações morais. Neste capítulo são estudadas as relações entre razão e afetividade para que se possam distinguir os conceitos de moral e de ética.
Assim, o autor avalia e raciocina sobre os elementos indispensáveis para a experiência psicológica para que a vida que tenha sentido e seja vivida com qualidade.
No primeiro capítulo, o autor ainda analisa as raízes das palavras ética e moral.
Ele explica que por moral devemos entender o fenômeno social, e por ética, a reflexão filosófica.
Para melhor fazer entender-se em sua análise, La Taille aponta o plano moral de plano ético. O primeiro se trata de uma realidade psicológica, que se revela ao ser humano pelo dever, pela obrigação. Assim, a ética contém a moral, pois cabe à moral estabelecer as regras da vida em comunidade.
Entre as virtudes abordadas na obra, apresenta-se a justiça, que remete o indivíduo à igualdade, e a equidade, que implica tornar iguais os diferentes. O autor alude também à generosidade, virtude altruísta que consiste em dar ao outro o que lhe falta, e, por fim, à honra, que exige consideração e respeito do ser humano, constituindo a qualidade de suas ações.
Finalizando este primeiro capítulo, são analisados os elementos necessários para a experiência psicológica de uma vida boa ou uma vida que tem sentido. São eles:
1) experiência subjetiva de bem estar;
2) transcendência desta experiência tanto de prazer, como do aqui agora, tomando uma perspectiva de vida como um todo que faz sentido;
3) ver-se a si mesmo como alguém de valor, capaz de desenvolver-se e ter autorrespeito por estar associado a valores morais, o que não equivale a ter uma boa autoestima, pois esta não está essencialmente ligada a valores morais.
O autorrespeito é o sentimento que liga moral e ética, mas, para isso, são necessários três sentimentos básico: justiça, generosidade e honra, que justificam a avaliação positiva de si mesmo e do próprio caminho.
Os dois primeiros, porque implicam na busca de harmonia nas relações interpessoais, e a honra, ao conferir legitimidade ao sujeito que age de acordo com princípios dos quais se sente representante.
No segundo capítulo, Saber fazer moral: a dimensão intelectual, o autor assegura que o “saber fazer moral” interessa tanto à moral em si quanto à ética e, nesse diapasão, é impossível defender uma ética sem moral. Na perspectiva de Yves de La Taille, a função essencial da razão é interpretar as ações, a razão deve estar presente para prever suas consequências. Para o agir moral, deve-se ter conhecimento das regras, princípios e valores morais, mas a ação moral não depende da ciência do fato e deve levar em conta a consciência dos valores subjetivos rumo a um ideal de vida e de felicidade que move as ações. A cultura em que vivemos dificulta o pensamento crítico e renovador. O estudo e conhecimento de novas culturas aperfeiçoa nossa moral e dá novas oportunidades ao pensamento.
O desenvolvimento do juízo moral, exposto no livro está em harmonia com as teorias de Jean Piaget e Lawrence Kohlberg.
Os autores afirmam que o desenvolvimento moral se dá em estágios, que estão presentes desde a infância, nos dos traços de moralidade. São eles:
a anomia, que corresponde ao estágio em que a criança ainda não conhece a moralidade.
a heteronomia, que se dá por duas vias: a compreensão das regras e sua fonte de legitimidade e a autonomia, que refere-se à justiça e ao respeito mútuo.
No terceiro capítulo, O querer fazer moral: a dimensão afetiva, o autor relata que o sentimento moral de obrigatoriedade é composto e alimentado por outros sentimentos.
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