Resenha crítica do artigo A Psicologia no Enfrentamento da Revolução da Covid-19, escrito por Sigmar Malvezzi, Izabel Hazin e Lisiane Bizarro
Por: Vinicius Marques Macinelli • 18/1/2023 • Resenha • 887 Palavras (4 Páginas) • 114 Visualizações
Resenha crítica do capítulo A Psicologia no Enfrentamento da Revolução da COVID-19, escrito por Sigmar Malvezzi, Izabel Hazin e Lisiane Bizarro
Vinicius Marques Macinelli
Trabalho realizado no Centro Universitário Alves Faria – Goiânia – GO, como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo.
Desde março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declara a pandemia da Covid-19, desencadeando grandes mudanças no cenário econômico, político, ambiental e social mundialmente. Diante deste cenário a Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT) em maio de 2020 organizou a coleção O trabalho e as medidas de contenção da Covid-19: contribuições da Psicologia Organizacional e do Trabalho no contexto da pandemia. A coleção é dividida em três volumes, sendo o capítulo desta resenha pertencente ao terceiro volume intitulado “Retrato da Psicologia Brasileira no Cenário da COVID-19”, organizado por Daiane Rose Cunha Bentivi e publicado pela Editora Artmed: Porto Alegre.
O capítulo A Psicologia no Enfrentamento da Revolução da Covid-19, escrito por Sigmar Malvezzi (Doutor e professor universitário da área de Psicologia, com foco em Psicologia Organizacional e do Trabalho), Izabel Hazin (PhD e professora universitária da área de Psicologia, com ênfase em Neuropsicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem) e Lisiane Bizarro (PhD e professora universitária da área de Psicologia, com destaques no campo da Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento), buscaram analisar a atuação da Psicologia diante das modificações resultantes da Covid-19 e discutir o ajustamento de suas próprias práticas profissionais em vista a crescente virtualização e fragmentação geradas pela perspectiva da era “transumana”.
Na parte introdutória os autores clarificam um paradoxo existente na sociedade brasileira que foi possível observar nessa revolução causada pela Covid-19. Um desses lados do paradoxo é o avanço tecnológico e como este tornou nossa realidade em uma rede globalizada. E por outro lado, expos a fragilidade das políticas públicas, estruturas e mecanismo que movem à sociedade brasileira, e também como a tecnologia digital compromete a adaptação sustentável da sociedade e influenciou na propagação da Covid-19.
Uma teoria explanada pelos autores é a de que o ser humano é incompleto e possui inatamente a condição de busca incessante para se sustentar, desenvolver e movimentar, e somente assim é que ele se complementa. Essa complementaridade é uma condição de sustentabilidade por meio do agir adaptativo, só assim um organismo se mantém saudável, e assim pode continuar seu desenvolvimento, do contrário ele adoece, isto é, ele não satisfaz suas necessidades. O episódio da Covid-19 resultou justamente na impossibilidade da sociedade de satisfazer algumas de suas necessidades e, por conseguinte seu adoecimento.
Como mencionado anteriormente, a fragilidade causada pelo avanço tecnológico e sua estruturação em redes globalizadas ocorre por sua essência de constante movimento, veloz e global, onde sua única regularidade é sua mudança, o que cria ambiguidades e dificuldades para o indivíduo que precisa se adaptar a novas situações vividas, portanto, comprometendo sua saúde. Essa adaptação constante é descrita pelo uso do termo nômade. Ser nômade não é uma escolha, é uma obrigação para que haja a adaptação dessas pessoas e grupos. Quem é aculturado nesta vida nômade, a Covid-19 com sua rigidez propiciou a fragilidade pessoal e social, exigindo da Psicologia sua adaptação perante os novos desafios encontrados.
Perante esse cenário a Psicologia se alista nas linhas de frente ao combate da Covid-19 para capacitar a sociedade a se sustentar diante das novas condições de existência. Dentre essas capacitações está a meta de atingir o bem-viver por meio da prevenção, da superação, da promoção e da solução dos desafios da nova realidade. Assim se conclui que a Psicologia possui a capacidade para enfrentar novos desafios e reinventar sua prática quando for necessário, demonstrando sua força e confiança no agir adaptativo.
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