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Resenha crítica do filme holocausto brasileiro

Por:   •  29/4/2016  •  Resenha  •  1.857 Palavras (8 Páginas)  •  2.163 Visualizações

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[pic 1]   INSTITUTO METROPOLITANO DE ENSINO

  FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR

2016

Márcia Adrielle Cordeiro Barroso

5º B, matutino

        ARBEX, Daniela. Holocausto Brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil. São Paulo: Editora Geração, 2013.

        No livro mais importante de sua carreira, Holocausto brasileiro, A jornalista Daniela Arbex retrata um capítulo vergonho da tragetória médico-hospitalar brasileira, ocorrido no Hospital Metal conhecido como “Colônia”, durante  grande parte do século XX.  Por trás dos muros do sanatório, a barbarie e a desumanidade eram sistematicamente praticadas meio a total falta de infraestrutura. O texto documenta o genocídio orquestrado sobretudo pelo estado, mas com a co-participação de médicos, funcionários e também da própria sociedade da época. Pelo menos 60 mil pessoas morreram nesse verdadeiro Holocausto tupiniquim. Esse trabalho tem como finalidade abordar criticamente através de uma resenha o premiado livro reportagem “Holocausto Brasileiro”, buscando fazer a intercontextualização da obra com os conhecimentos adquiridos nas disciplinas: Estágio Básico I, Psicologia Clínica II, Psicopatologia I, Psicologia da Adultez e Terceira Idade e Dinâmicas de Grupos. 

        Daniela Arbex, 42 anos, formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1995, iniciou a carreira no jornal Tribuna de Minas, do qual atualmente é repórter especial. Mesmo trabalhando distante dos grandes centros, conseguiu reconhecimento para o seu trabalho de repórter investigativa, é autora do best-seller Holocausto brasileiro eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti (2014). Com mais de 150 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra ganha as telas da TV, em 2016, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com exibição prevista em mais de 20 países. Seu mais recente sucesso, Cova 312, aborda a ditadura de uma forma que a história oficial nunca fez. Uma das jornalistas mais premiadas de sua geração, Daniela tem mais de 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles três prêmios Esso, o americano Knight International Journalism Award (2010) e do prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009). Há 20 anos trabalha no Jornal Tribuna de Minas, onde é repórter especial.

  • 2014. Segundo lugar no prêmio Jabuti na categoria livro-reportagem.
  • 2014. Agraciada com o Prêmio Carrano de Luta Antimanicomial e Direitos Humanos
  • 2013. Vencedora do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) na categoria literária pelo Holocausto brasileiro, eleito o melhor livro reportagem do ano
  • 2012. Vencedora do Prêmio Esso na Categoria Regional Centro-Oeste
  • 2012. Menção Honrosa no Prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina e Caribe (Transparência Internacional e Instituto Prensa y Sociedad) com a série Holocausto brasileiro- eleita pelo júri popular a melhor investigação do Colpin 2012
  • 2010. Vencedora do Knight International Journalism Award (Estados Unidos)
  • 2009. Vencedora do Prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística de um Caso de Corrupção na América Latina e Caribe (Transparência Internacional e Instituto Prensa y Sociedad)
  • 2009. Menção Honrosa no Prêmio Vladimir Herzog- categoria especial educação
  • 2004. Vencedora do Prêmio Inclusão Social Saúde Mental
  • 2004. Prêmio Imprensa Embratel: finalista Região Sudeste
  • 2002. Vencedora do Prêmio Esso – Categoria especial interior
  • 2002. Menção Honrosa no Prêmio Vladimir Herzog
  • 2002. Menção Honrosa no Prêmio Lorenzo Natali (Bélgica)
  • 2000. Vencedora do Prêmio Esso de Jornalismo – categoria especial interior
  • 2000. Diplomada “Jornalista Amiga da Criança” – ANDI
  • 2000. Prêmio Eloísio Furtado pela melhor reportagem do ano – Tribuna de Minas
  • 1999. Finalista do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo- categoria impresso
  • 1999. Prêmio Eloísio Furtado pela melhor reportagem do ano – Tribuna de Minas
  • 1998. Finalista do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo- categoria impresso
  • 1998. Prêmio Eloísio Furtado pela melhor reportagem do ano – Tribuna de Minas
  • 1997 Prêmio Eloísio Furtado pela melhor reportagem do ano – Tribuna de Minas
  • 1996 Prêmio Eloísio Furtado pela melhor reportagem do ano – Tribuna de Minas

        Como o próprio título diz, o livro fala sobre o “holocausto” ocorrido no maior hospício do Brasil, o Colônia, situado em Barbacena/MG. Lá morreram cerca de 60 mil pacientes que eram tratados pior que animais, em uma época que ter problemas psicológicos era quase uma sentença de morte.

        Ao longo de sua existência, o Colônia tornou-se gradativamente um verdadeiro depósito humano, em que cerca de 70% de seus internos se quer apresentavam distúrbios mentais. Na realidade, muitos eram alcoolistas, epiléticos, meninas grávidas estupradas por seus patrões, prostitutas, gente que se rebelava, gente que se tornava incômoda para alguém com mais poder, homossexuais, tímidos, filhas solteiras de fazendeiros que perderam a virgindade, gente que não tinha documento, ou seja, a “escória da sociedade”. O Colônia foi fundado em 1903, mas o período da barbárie ocorreu entre 1930 e 1980. Praticavam-se torturas e maus-tratos, tais como a lobotomia (Intervenção cirúrgica no cérebro na qual são seccionadas as vias que ligam as regiões pré-frontais e o tálamo) e os choques elétricos. Houve períodos em que a mortalidade chegou a 16 pessoas por dia, entre as causas mais comuns estavam a fome, o frio e doenças relacionadas a péssimas condições sanitárias. Mais de 1.800 corpos foram vendidos para faculdades de medicina sem autorização dos familiares, ou seja, eram tratados como mercadorias mesmo depois de mortos, sem nenhum respeito.

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