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Resenha do Capítulo do Livro Motivação e Emoção

Por:   •  17/4/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  712 Visualizações

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Resenha do capítulo 2 do livro Motivação e Emoção (REEVE, J.)

Aluno: Lucas Carvalho de Mello

Disciplina: Motivação e Emoção

As origens filosóficas dos conceitos motivacionais devem-se aos antigos gregos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles. Platão propôs que a motivação partia da alma/psique e que possuía uma hierarquia tripartida. Ideia a qual foi endossada por Aristóteles, possuía em seu caráter de primeiro nível as necessidades do corpo, como fome e sexo. Em seu segundo nível, aspectos de competição e sociais, como a sensação honra e vergonha. No nível mais alto, por sua vez, cabia o aspecto calculista e de tomada de decisão – este único para os humanos, com a razão e a escolha. Há uma comparação com a tríade psicodinâmica de Freud, onde o primeiro nível seria como o id, o segundo como o superego e o terceiro como o ego.

Séculos depois, essa tríade foi reduzida ao dualismo do corpo e mente. Corpo como paixão e mente como razão. Esse dualismo dicotômico deveu-se a percepção do zeitgeist da época de tratar os escopos de forma dual: bem e mal, certo e errado, paixão contra razão.

Depois, para Descartes, a principal força motivacional era a vontade, a qual inicia e direciona a ação, e caso compreendida seria possível também compreender a motivação. Porém, em sua teoria geral que foi estudada por inúmeros outros filósofos, sendo enxergada como a primeira grande teoria, o que foi encontrado foi apenas mais uma variável para ser explicada além da motivação, eles problematizaram mais ao invés de encontrar explicações. Em uma perspectiva contemporânea, pesquisadores deixaram de ver a motivação como “força de vontade” e passaram a enxergar como os processos psicológicos que se relacionam ao comportamento, atendo-se aos processos mentais mensuráveis como planos, metas e estratégias.

Com o surgimento do pensamento determinista biológico de Darwin, trouxe com ele um afastamento dos estudos de conceitos motivacionais dos cientistas e os aproximou de conceitos mecanicistas e genéticos. A partir da explicação de Darwin sobre o comportamento adaptativo que aparentava ser predeterminado dos animais, surgiu o conceito de instinto. Ele conseguiu explicar o que os filósofos não tinham conseguido, de onde vinha a força motivacional em primeiro lugar, de seu caráter de substância física que vinha dos genes.

Nesse momento, o estudo da motivação sai do campo da filosofia e torna-se objeto de estudo das ciências naturais. William James trouxe a tona a teoria instintiva da motivação, possuindo como base muitos dos conceitos de Darwin. Em sua teoria James aponta para a presença de um estímulo apropriado como necessário para a atribuição de instintos físicos e mentais.

Uma geração após James, Mcdougall trouxe à luz da teoria do instinto argumentos como instinto de exploração, luta e proteção materna. Enxergava os instintos como forças motivacionais irracionais e impulsivas que orientam a pessoa em direção a determinada meta.

Houve a tentativa de estimar quantos e quais eram os instintos que os humanos possuíam, processo importante mas que saiu do controle dos cientistas, haja vista que o número tornou-se muito grande e que poderia haver interpretação errada, como exemplo o homem que sai sozinho segue o instinto antissocial enquanto o que sai em grupo segue o de manada, ainda que existam muitas outras variáveis a serem levadas em conta. Foram feitas experiências com ratos e humanos utilizando dois animais geneticamente equivalentes mas com experiências de vida diferentes, observados desde o começo, e viram que isso influenciava no comportamento e agiam de forma diferente, contrariando seus instintos similares. Novamente, a Psicologia muda seu foco buscando um conceito motivacional substituto que explique a natureza do comportamento.

A terceira grande teoria foi sobre o impulso, explicada por Freud e Hull como o que motiva o comportamento a satisfazer as necessidades do corpo. Os déficits das necessidades biológicas como fome ou sede seriam impulsionados para serem satisfeitos. Haveria a ansiedade, um desconforto criado para que houvesse a satisfação do déficit. Porém a principal crítica sobre a teoria de Freud foi a falta de testagem empírica do que foi apresentado. Hull, por sua vez, tenta suprir essa falta com sua teoria do impulso. Ele trouxe a tona o fato de que o impulso pode ser conhecido a partir das condições ambientais antecedentes, o que não havia sido feito ainda. E, portanto, plausível de testagem científica. A nova perspectiva era de que o impulso energiza o comportamento, mas não o direciona. Isso seria dado a variável hábito. Na ausência de impulso ou hábito não há potencial excitatório.

Nos anos 50, houve declínio da teoria do impulso porque era embasada puramente na necessidade do corpo. A questão importante é que os motivos surgem mais do que simplesmente a partir da fisiologia corporal. Para explicar fenômenos motivacionais como comer, beber e ter relações sexuais, tornou-se claro que os pesquisadores precisavam concentrar ao menos parte de sua atenção nas fontes externas de motivação. Começam a haver pensamentos que extrapolam os limites das grandes teorias anteriores, pois eram limitadas e fez-se necessário para o avanço do estudo. A teoria do impulso entra nos anos 70 nos campos da neuropsicologia e cognição, afastando-se de suas raízes focadas nas necessidades do corpo.

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