Resenha do Filme Nise

A trama conta a história de Nise da Silveira, uma das iniciantes na terapia ocupacional do Brasil. O filme se passa nos anos 40 em um hospital psiquiátrico situado em Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, ela trabalhava no setor de terapia ocupacional, teoria que era totalmente contrária aos tratamentos convencionais de esquizofrenia.

A protagonista assume essa função após sua prisão política, na época suas ideias contemporâneas chamaram atenção da polícia que a levou presa sob acusação de comunismo, este evento levou ao seu afastamento do hospital em que trabalhava.

O primeiro contato de Nise foi com um lugar abandonado e sujo tal como a pior prisão imaginável, em certo momento ela adentra um auditório repleto de médicos homens que demonstram os métodos utilizados para a “cura tradicional”, explanando à respeito de procedimentos de cirurgias de lobotomia ou tratamentos de eletrochoque. Este momento choca a médica que recusa-se a realizar tais práticas, como resposta ela é direcionada ao menosprezado setor de terapia ocupacional deste hospital.

Como mulher Nise enfrente dificuldades em um meio machista onde seus colegas de trabalham a hostilizam e a tratam como incapaz chegando ao ponto de um de seus enfermeiros não acatar suas ordens. No entanto sua maneira humanizada de tratar os seus “clientes” começou a chamar a atenção de alguns e com o tempo eles conseguem material para trabalhos artísticos, neste momento ocorre uma reviravolta, os pacientes são motivados à criar sem que haja nenhum tipo de influência, modelos ou até mesmo estudo de arte, todas as obras são criações diretas das mentes de cada artista, o que impressionou alguns artistas da época que passaram a incentivar o trabalho de Nise.

Foi notado que uma das pinturas mais recorrentes entre os internos eram as mandalas. Nise começou a se corresponder com o psicanalista Carl Jung, ele percebeu que os pacientes que pintavam mandalas demonstravam melhora e até se curavam, tal feito fez com que a médica recebesse elogios pelos seus métodos de tratamento.

A história demonstra toda a forma desumana com que eram tratados os pacientes até aquele momento, onde médicos sádicos os utilizavam como cobaias para testes mentais, e como a protagonista utiliza de todo seu amor ao ser humano para mudar esta realidade e nos fazer pensar sobre o que é a loucura.

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