RESENHA DO FILME: NISE, O CORAÇÃO DA LOUCURA (2016)
Por: Radadh Pereira • 21/11/2018 • Resenha • 881 Palavras (4 Páginas) • 1.120 Visualizações
FACULDADE CÁSPER LÍBERO
Radadh Ricarte Pereira
RESENHA DO FILME: NISE, O CORAÇÃO DA LOUCURA (2016)
São Paulo
2018
O filme narra uma história real, de Nise da Siqueira (Glória Pires), que foi uma das primeiras psiquiatras na Terapia Ocupacional no Brasil. Terapia Ocupacional é o setor encarregado de empregar atividades de trabalho e lazer a fim de tratar doenças físicas ou mentais.
Na primeira cena vemos Nise batendo a porta do hospital psiquiátrico onde trabalhava, centro Psiquiátrico Nacional Dom Pedro II, parece ser seu primeiro dia depois de sua soltura, por ter sido presa na Ditadura Militar do Brasil (fato não apresentado no filme, porém descoberto através do estudo bibliográfico da personagem principal). Demoram muito a atender, mostrando certo descaso e desorganização.
Ao entrar no hospital Nise é direcionada para o que parece ser um auditório, a plateia é composta somente por homens, médicos psiquiatras, e a frente da sala um médico apresenta os novos métodos de tratamento utilizados no hospital. (lobotomia e tratamento de eletrochoque) Ele inicia apresentando dados de uma pesquisa e logo após dois enfermeiros trazem um paciente, amarrado a maca por uma camisa de força, gritando e se debatendo. O médico então tapa sua boca, ecoando seus gritos, e posiciona em volta de sua cabeça alguns fios ligados a uma maquina, é aí que se iniciam os choques. São tantos segundos de tortura que o paciente convulsiona.
Nise se encontra extremamente incomodada ao longo da cena, e ao final questiona o médico sobre o método apresentado. Ela pergunta de onde ele retirou os dados para a realização do procedimento de eletrochoque, ele responde que na prática. Ao final Nise se apresenta na sala do médico chefe do hospital e diz se recusar a trabalhar dessa forma, ela afirma que tortura e violência física não levam a nada, sendo então direcionada ao setor de Terapia Ocupacional, o setor mais desprezado dentro do hospital.
Ao chegar em casa Nise fala do ocorrido com seu marido, e cita uma frase que marca bem o contexto do filme “não devemos ir pela opinião dos outros”, essa fala mostra a personalidade forte da personagem.
No segundo dia Nise chega ao hospital e vai direto a ala da Terapia Ocupacional, ao chegar no local ela se depara com um ambiente sujo, bagunçado e abandonado. No mesmo momento Nise fala com dois enfermeiros do setor, solicitando ajuda para tornar o ambiente mais acolhedor, sadio e limpo, o enfermeiro Lima se recusa a fazer “faxina” e ignora o pedido da médica, mais uma vez reforçando o machismo da época. A enfermeira Ivone auxilia Nise nessa “reforma” do ambiente.
Após a limpeza e organização Nise solicita a chamada dos pacientes para seu novo ambiente de trabalho. De início Nise tenta arranja-los em uma roda, para que todas possam se olhar e falar um pouco sobre si. Existe muita resistência entre os pacientes e muita agressividade vinda dos enfermeiros, Nise então solicita que os deixam em paz, a vontade, que façam o que queiram naquele momento.
Com isso Nise apresenta a importância da observação e da escuta dos pacientes, afirma ser uma das etapas mais importantes para realizar o tratamento. São muitos desafios, os pacientes estão em estado de calamidade e não possuem nem sequer direitos humanos.
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