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Resenha do Filme Uma mente Brilhante

Por:   •  5/6/2022  •  Resenha  •  813 Palavras (4 Páginas)  •  478 Visualizações

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Curso de Psicologia

Gabriel de Lima Macedo

Prof°: Gênesis Sobrosa

Unidade Curricular: Psicodiagnóstico

2021/1

Uma mente brilhante: Resenha crítica

        Baseado em acontecimentos reais, o filme ‘Uma mente brilhante’ conta um recorte da história do matemático John Nash, ganhador do prêmio Nobel em economia e que passou a maior parte de sua vida dividido entre a genialidade e a doença mental. O filme é perspicaz em inicialmente mostrar um panorama das conquistas consequentes da inteligência de John, mas ilustrando ao mesmo tempo pequenos traços de sua personalidade que fazem com que o telespectador logo no início se questione sobre algo que não está dentro de um limite de normalidade social e que no decorrer da trama evidencia-se cada vez mais o afastamento desse limite, até chegar ao ponto mais extremo do filme, onde o personagem tem possivelmente seu primeiro surto psicótico e posterior diagnóstico de esquizofrenia paranoide. A partir disso, o telespectador é instigado a descobrir o que era realidade e o que era fantasia, pois o filme coloca à prova toda a trama apresentada, sugerindo que muitos daqueles elementos eram na realidade frutos da doença. Também é apresentado o caminho de aceitação e reintegração que John precisou atravessar, envolvendo a conciliação com seu trabalho, suas relações pessoais e os sintomas da doença.

        O filme inicia com a trajetória de John Nash ingressando em uma conceituada universidade. Desde o início é apresentado como um homem não sociável e egocêntrico, que sabia que era mais inteligente que os outros e fazia questão de depreciar estes. Sua primeira e por muito tempo, única relação, foi com um colega de quarto, do qual com muito investimento, conseguiu conquistar a aliança de John e tornar este um pouco mais flexível nas relações pessoais, fazendo com que este conquistasse inclusive uma relação afetiva com uma de suas alunas, da qual se casou posteriormente. Em meio a novas experiências afetivas e sociais, em sua carreira também consegue conquistar ousados feitos, que o colocam em patamares de altos cargos de ocupação profissional. Porém, apesar dessas conquistas pessoais e profissionais, quanto mais longe chega, mais excêntricos ficam seus comportamentos e percepções. (Como o filme inicia com o personagem chegando à universidade, em nenhum momento é mostrada a relação deste a com sua família de origem. Poderia ser levantada a hipótese que o seu primeiro surto psicótico possa ter iniciado neste momento de separação da família para assumir uma vida de independência e incertezas.)

        Os comportamentos e sintomas paranóicos do personagem ficam tão manifestos que este passa a ter uma série de desorganizações e situações de inadequação, que culminam em sua primeira internação compulsória e posterior diagnóstico de esquizofrenia paranoide. John é submetido a diversos tratamentos medicamentosos e com eletrochoque, além de tentativas de elucidá-lo sobre seu estado de saúde e sua doença. John precisa então aceitar e intervir sobre suas dissociações e fantasias e aceitar que muitas de suas vivências, principalmente aquelas envolvendo grandes feitos, eram na realidade fantasias consequentes da doença. Sua adesão ao tratamento foi também muito dificultosa, pois muito de seus sintomas psicóticos estavam em prol de uma realidade alternativa que era atrativa a John, como as conquistas profissionais e o seu melhor amigo, que na realidade era um personagem de sua fantasia. Quando fazia o uso da medicação, entrava em um estágio depressivo em que não conseguia se conectar com seu trabalho e com suas relações afetivas. Por isso, suspendeu o uso das medicações e entrou em novos surtos. A única forma que o paciente encontrou para se conectar e se adaptar à realidade foi criando um mecanismo onde aprendeu a identificar suas fantasias e com muito esforço ignorá-las, ao mesmo tempo retomando seus trabalhos e aceitando  trilhar o caminho da educação, se tornando professor, função que antes rechaçava. John Nash conseguiu conquistar a independência de sua vida, chegando a ganhar o prêmio Nobel de economia no ano de 1978. Essas conquistas não significam que foi curado de sua doença e sim de que se adaptou devido à adesão aos tratamentos e uma brilhante capacidade de resiliência que possuía.  

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