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Resenha sobre a obra “O Alienista”

Por:   •  20/5/2017  •  Resenha  •  1.378 Palavras (6 Páginas)  •  526 Visualizações

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TRABALHO DE PSICOLOGIA

Resenha sobre a obra “O Alienista”

NOVEMBRO DE 2016

SÍNTESE DA OBRA

        Na obra “O Alienista”, Machado de Assis procura demonstrar a realidade social através de comparações entre normalidade e anormalidade, fazendo uma análise psicológica dos personagens através de seus comportamentos.

O livro descreve a história de vida do médico Dr. Simão Bacamarte, que após estudar no exterior, retorna ao Brasil com objetivo de colocar em prática aquilo que aprendeu. Ele se casou com Dona Evarista, que era uma viúva sem belas feições, mas que reunia boas condições físicas para lhe dar filhos saudáveis, fato que não aconteceu.

Dr. Bacamarte, após retornar ao Brasil, dedicou-se com afinco ao estudo e a prática da medicina e chegou a conclusão que não havia profissionais que se interessassem ao recanto psíquico e ao exame da patologia cerebral.

Ao descobrir que os loucos de Itaguaí não recebiam tratamento adequado, Dr. Bacamarte teve a ideia de construir instalações para abrigá-los. Ele apresentou a sua proposta à Câmara Municipal da cidade e, apesar de uma resistência inicial, conseguiu convencer os políticos locais a abraçar o projeto.

O hospício, intitulado Casa Verde, possuía 50 janelas verdes de cada lado, um pátio no centro e numerosos cubículos para os hóspedes que vinham de Itaguaí e região.

De acordo com os estudos do Dr. Bacamarte, os pacientes eram classificados inicialmente pelo grau de agressividade e posteriormente reclassificados quanto a manias, delírios, alucinações e outros comportamentos diversos, também eram observados os hábitos, as horas de acesso, as aversões, as simpatias, as palavras, os gestos e as tendências.

As experiências levaram o Dr. Bacamarte a questionar o que seria loucura e quem seriam realmente os loucos. Para uma conclusão precisa, necessitava fazer pesquisas em vários tipos de indivíduos, sendo que, dessa forma, passou a proceder a captura de quem achasse que estaria com distúrbios mentais.

 Assim, a Casa Verde ficou lotada e a população aterrorizada, pois as pessoas que estavam sendo resgatadas perante a sociedade para internação, eram consideradas normais. Dessa forma, a Casa Verde foi encarada como um cárcere privado.

O barbeiro Porfírio, com intenções particulares, vendo a população incrédula com tudo que acontecia, usou o momento para tirar proveito próprio e tratou logo de organizar uma manifestação. Primeiro foram à Câmara pedir o fechamento da Casa Verde; com a recusa, foram ter uma conversa com o Dr. Bacamarte, mas nada resolveu. A manifestação ganhou força, sendo apoiada até mesmo por parte da guarda e após um confronto, o barbeiro e a multidão destituíram os vereadores.

Um dia depois do ocorrido, Porfirio vai à casa do Dr. Simão Bacamarte, no entanto, ao invés de mandar fechar e destruir a Casa Verde, propôs ao médico que soltasse os lúcidos e os que já estavam quase curados, para que tudo voltasse a normalidade. O médico pede um tempo para Porfirio, dizendo que vai encontrar uma solução para tudo aquilo. Cinco dias depois, o alienista captura aproximadamente 50 pessoas que manifestavam a favor do novo governo, sob o argumento de que as baixas decorrentes da manifestação eram evidentes sinais de loucura. O povo não acreditava no que via, e estavam certos de que Porfirio havia sido corrompido pelo alienista.

Outro barbeiro, João Pina, tratou logo de destituir Porfírio e ficar em seu lugar, mas uma força armada foi enviada pelo vice-rei e assim foi restabelecida a ordem. O médico aproveitou para solicitar aos vereadores o recolhimento de Porfírio, de seu amigo Crispim e vários vereadores à Casa Verde. Nem a esposa do médico foi poupada, sendo também recolhida.

Posteriormente, Dr. Bacamarte enviou um ofício à Câmara, informando que iria restituir todos os internados a seus devidos lares, pois suas experiências avançavam a um novo estágio, e agora havia descoberto que a verdadeira doutrina não era mais aquela, mas a oposta, portanto, recolheria outras pessoas que detinham as atuais condições ora estabelecidas para seus estudos e aplicação do corretivo. A câmara respondeu o ofício e inseriu uma licença provisória de 12 meses para o médico proceder suas novas experiências, autorizando o recolhimento de novas pessoas caso necessário.

Dessa forma, iniciou-se uma nova empreitada e para tanto se passou a investigar o passado e o presente das pessoas. O vereador Galvão foi recolhido por ter a ideia de colocar uma cláusula no acordo, onde eximia todos os vereadores do recolhimento. Os outros foram salvos exatamente porque foram contra a ideia. Já o Padre Lopes e a esposa do Boticário foram recolhidos após várias e profundas investigações. Porfírio foi recolhido, pois foi novamente incitado a fazer nova manifestação e negou. No final de cinco meses e meio, a Casa Verde estava vazia e todos curados.

Então Dr. Bacamarte chegou à conclusão de que as pessoas que havia tratado apresentavam desvios, portanto eram desequilibradas e por consequência normais, ou seja, dessa forma não havia loucos em Itaguaí. Após tal constatação, ninguém conseguiu tirar de sua cabeça que ele deveria começar uma nova experiência consigo mesmo, estudando a cura de si próprio, uma vez que não apresentava desvios e, portanto, era o único anormal da cidade. Diante disso, o médico se trancou na Casa Verde e de lá não mais saiu.

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