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Resumo Mal Estar na Civilização

Por:   •  18/4/2017  •  Resenha  •  2.149 Palavras (9 Páginas)  •  1.179 Visualizações

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No começo do texto, Freud mostra que muitas vezes fazemos um julgamento errado de que as pessoas buscam poder, sucesso, riqueza e que ao encontrar indivíduos com essas características os tomam como exemplo e nutrem por esses admiração negligenciando os verdadeiro valores da vida, porem lembra-nos Freud existem homens que não deixam de ser venerados pelos contemporâneos, embora sua grandeza repouse em qualidades e realizações inteiramente alheias aos objetivos e ideais da multidão.

Isso ocorre devido à incongruência entre as ideias e os atos das pessoas e à diversidade dos seus desejos, em outras palavras nem todos os homens pensam de forma igual.

O autor começa então falando de uma carta que recebeu de um amigo sobre uma de suas obras anteriores (O futuro de uma ilusão) essa obra mostra a visão de Freud sobre a religião e esse seu amigo faz diversas observações sobre essa obra. As observações serviram de premissas para que Freud escreve-se então “O mal-estar na civilização”. Quanto a essas premissas, Freud destaca a necessidade em considerar a fonte da religiosidade a partir de um sentimento tido como “oceânico”.

Partindo desta premissa  de sentimento oceânico, as pessoas poderiam considerar-se religiosos mesmo que desapegados de conceitos como a fé e rejeitando toda a ilusão advinda dessa maneira de pensar.

Este sentimento teria derivaria da vinculação do individuo com o mundo exterior. Embora ele próprio ache difícil de demonstrar esse a existência desse sentimento, e revele que não sente a existência do mesmo em si, também não nega essa existência em outros.

Na verdade Freud não quer mesmo provar a existência desse sentimento e sim colocar em questão o fato de essa interpretação poder ser admitida como fons et origo (fonte e origem) de todas as necessidades religiosas.

Para tanto, Freud traça uma explicação psicanalítica – genética – para essa sensação, e refuta a ideia de que essa sensação exista no individuo desde de sua infância,  apontando que de início nada é mais seguro do que o sentimento de nós mesmo, ou seja, do nosso Eu, e este Eu desdobra-se interiormente em uma entidade psíquica denominada Id constituindo uma relação entre o Eu e o Id. O Eu, edifica de certa forma uma fachada entre o Id e o mundo externo.

Para exemplificar melhor ele nos dá a ideia de um bebê lactante que não consegue separar o Eu do mundo externo, e que vai fazendo isso aos pouco enquanto vai respondendo a estímulos diversos. Ele percebe aquilo que lhe faz bem, dá prazer que está sempre ao seu alcance e aquilo que ele precisa buscar fora de si para ter acesso a esse prazer.

Nas inevitáveis sensações de prazer/desprazer o Eu constrói suas fronteiras primitivas de Eu-de-prazer que procuram evitar as sensações de dor e desprazer, isolando-se do externo “fora” ameaçador e buscando pra si os objetos que lhe são fontes de prazer.

Por fim identifica o sentimento oceânico como uma forma de consolo religioso que procura negar os perigos e ameaças do mundo externo. Para Freud o homem comum entende a religião de modo infantil, como um sistema de doutrinas e promessas satisfatórias que lhe garantem guardar seus dias das desventuras do destino e que compensarão suas possíveis frustrações em outra existência.

O autor começa então a formar uma linha de raciocínio que procure “construções auxiliares” na intenção de hipoteticamente privar o homem comum de sua religião. Essas “construções auxiliares” no lugar da religião dariam os suportes para os homens enfrentarem as intempéries da vida, e poderiam se dividir, em três vias: a da poderosa diversão; das gratificações substitutivas; e das substâncias inebriantes. Contudo, no que concerne a questão da finalidade da vida humana, Freud não procura estabelecer resposta satisfatória e conclui que a resposta à questão existe em função do sistema religioso e que ironicamente só este poderia querer sanar tal problemática, passando assim para questões menos ambiciosas.

O que revela a própria conduta dos homens acerca da finalidade e intenção da vida, o que pedem eles da vida e desejam alcançar? É difícil não acertar a resposta eles buscam a felicidade, querem se tornar e permanecer felizes.

Então a busca pela felicidade enveredaria por duas direções: uma meta positiva que compete à vivência de fortes sensações de prazer; e uma meta negativa que procura a ausência de dores e desprazeres. Freud diz então que a possibilidade do homem ser feliz é naturalmente é possível apenas como fenômeno episódico, ou seja, o homem jamais conseguiria ser 100% feliz o tempo todo, mas, de modo contrário, a infelicidade é bem mais comum de se experimentar e decorre principalmente de três maneiras: do próprio corpo; do mundo externo; e da relação com outros seres humanos.

Os homens viveriam então sob as rédeas do mundo externo onde a felicidade seria na verdade a fuga do desprazer e da desgraça deixando em segundo plano a busca e conquista do prazer felicidade.

Os seres humanos buscam de forma incessante um caminho da felicidade, essa busca trilhou rotas diversas tendo como recomendação para alcançar êxito as mais diferentes soluções. Dos métodos recomendados, podem ser destacados: o hedonismo que procura satisfazer de forma irrestrita suas necessidades, lançando o gozo à frente da cautela; a felicidade da quietude encontrada na reclusão do asceta na medida em que esse se abstém da realidade; na submissão da natureza, através das técnicas oriundas da ciência, à vontade humana em benefício da maioria; e de modo mais “cru”, contudo o mais eficaz, pela intoxicação.

Seja qual for o método escolhido, a sensação de felicidade, guiada pelo princípio do prazer, é mais potente quando é satisfeito um impulso selvagem e primitivo do que quando se satisfaz um impulso domesticado. Contudo não existe civilização onde tais impulsos selvagens possam ser consumados por isso é preciso que o Eu iniba sua selvageria, com prazeres mais amenos.

Apresentação então a possibilidade de redirecionar esses instintos para trabalhos psíquico e intelectual, esse método tem em sua impossibilidade de aplicação geral sua fraqueza, uma vez que muitas atividades profissionais ocorriam de forma forçada, acarretando graves problemas sociais devido à natural aversão humana ao trabalho indigno que o condena ao desprazer.

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