Resumo Saúde Coletiva
Por: Beatriz Sousa • 16/11/2020 • Resenha • 2.088 Palavras (9 Páginas) • 404 Visualizações
Aula 8/8/2020 + debate 10/08
Michel Foucault: filósofo e psicólogo. Estágio em hospital psiquiátrico. Tese “História da Loucura”. Coletânea: ”Microfísica do poder”.
1977 rompe com o marxismo.
Texto O Nascimento da Medicina Social
- Medicina não nasce individual, mas coletiva e pública. Medicina moderna é social e que apenas num aspecto é individualista. (crítica ao marxismo).
- O controle não é apenas pela consciência ou pela ideologia, mas começa pelo corpo, é uma realidade política, a medicina é uma estratégia política. Foucault acreditava que o marxismo não deveria se preocupar tanto com a ciência, mas com o corpo.
- Medicina de Estado alemã.
Estatística????
Polícia médica: quantos adoeceram e de que, não mais apenas mortalidade e natalidade. Como planejar intervenções de saúde pública se não há conhecimento das estatísticas.
Normalização da prática e do saber médicos. Os médicos iam se formando de acordo com a prática, depois pensando numa nivelação de saberes, surgiram os cursos. Quem controlava a atividade dos médicos eram os órgãos de estado, aparato estatal.
- Medicina urbana na França.
Avenidas grandes para arejar, caixões fechados para não contaminar a terra/água e desenvolver doenças.
- Medicina da força de trabalho na Inglaterra
- Binômio proteção/controle, diz ele que a salvação da saúde está aqui. ??
- Terreno político e econômico: Disputa por meio da luta de classes
Proletariado visto como ameaça política e biológica por conta das aglomerações na cidade, contaminações através dos esgotos, cemitérios e construções no subsolo. A burguesia acreditava que os pobres desenvolviam as doenças por conta dos amontoados e falta de saneamento básico, afinal não havia planejamento da cidade, urbanização, direitos básicos de saúde e etc.
- Desenvolveu-se o medo urbano gerado pelas fiscalizações exageradas, existência do isolamento social. A medicina urbana deslocou os cemitérios para a periferia.
- A partir da Lei dos Pobres o cordão sanitário autoritário surge no interior das cidades: pobres encontrando tratamentos gratuitos para proteger os ricos de doenças, dessa forma submetidos a um controle absurdo de seus corpos.
- Em 1875 os sistemas de health service e de health officers (desenvolvidos principalmente pelo John Simon) espalharam-se pela Inglaterra com caráter autoritário, longe de ser sobre cuidados médicos, mas sobre controle médico da população, como: 1) controle da vacinação 2) levantamento dos quadros de pandemias para estabelecer controle social 3) localização de lugares insalubres e destruição desses lugares insalubres
- A partir daqui a medicina como forma de controle social (a função da burguesia) suscitou reações antimédicas, estas com apoio de alguns grupos religiosos.
- A medicina social inglesa tinha um projeto que continha 3 principais pontos que eram: a política assistencial destinada aos mais pobres, administrativa que cuidava dos problemas gerais como a vacinação, epidemias e etc e privada para os que podiam pagar.
- página 31, 32 do promoção a saúde
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Texto Promoção da saúde: uma discussão teórico-metodológica com base em Foucault
- Foucault vinha bastante ao Brasil, fazendo com que seus pensamentos se relacionem com a Reforma Sanitária Brasileira. Em 74 ele fala numa conferência pela primeira vez publicamente o conceito de biopolítica, influenciando uma geração de pesquisadores da saúde coletiva.
- Campo da saúde modificado pelas políticas de promoção à saúde. Primeiro porque a sociedade passa a ser mais responsabilizada e descentraliza o cuidado até então monopolizado pelos médicos. E segundo, que há uma compreensão mais ampliada do processo saúde-doença afastando-se da ênfase no corpo doente na direção de evidenciar determinantes mais plurais, com acento na noção de fatores de risco (voltada mais para a prevenção) e na noção de condições de vida (voltada para a promoção).
- Carvalho (2004) aponta que a avaliação política das propostas para a promoção da saúde apresenta dois posicionamentos centrais. O primeiro é mais progressista, equidade social, relação cidadãos/Estado, políticas públicas e ação intersetorial. O segundo é mais conservador, neoliberal, individualista e voltado para a regulação e vigilância. O autor diz que falta uma teoria unificada.
- No texto defende-se que o campo da saúde não tem caráter substancial, portanto, emprega-se uma lógica de campo (marcado por polaridades de forças e tensões) e não uma lógica substancial. A ideia é transformar dicotomias em bipolaridades, ou seja, pensar a promoção da saúde como um campo problemático e não como um tema autoevidente, composto por discursos e práticas (muitas vezes contraditórios). Categorias dicotômicas como psicológicoXcomunitário, clínicaXpolítica obscurecem a compreensão do que acontece de fatos nas políticas e práticas.
- Buchanan (2000) defende que a formação no campo da saúde deve conter conteúdos filosóficos para além da racionalidade instrumental, pois o ser humano nunca será controlado como os micróbios. Portanto os autores escolheram Foucault por reconhecer sua permanente preocupação pelo poder, verdade e subjetivação.
A vida como um objeto político
- Biopoder (poder sobre a vida) desenvolveu-se nos séculos XVII e XVIII portanto dois polos. O primeiro referente a uma disciplina anátomo-política dos corpos individuais e o segundo uma regulação biopolítica da população (natalidade e mortalidade, saúde, demografia, circulação de riquezas).
“A anátomo-política refere-se aos dispositivos disciplinares encarregados do extrair do corpo humano sua força produtiva, mediante o controle do tempo e do espaço, no interior de instituições, como a escola, o hospital, a fábrica e a prisão. Por sua vez, a biopolítica da população volta-se à regulação das massas, utilizando-se de saberes e práticas que permitam gerir taxas de natalidade, fluxos de migração, epidemias, aumento da longevidade.”
- A noção de biopolítica foi desenvolvida nos estudos do nascimento da medicina social na europa com objetivo de higiene pública.
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