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SINTESE MANICOMIOS PRISOES E CONVENTOS

Por:   •  8/10/2020  •  Resenha  •  1.227 Palavras (5 Páginas)  •  234 Visualizações

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SINTESE MANICOMIOS PRISOES E CONVENTOS

Um paciente ao dar entrada ao “Mundo internado”, em uma instituição, ele inicia ao mesmo tempo a sentença da “Mortificação do eu”. Chega à sua nova morada, com uma concepção de si, que foi construída através de sua historia social. Ao adentrar a instituição é despido de suas características. A internação não possibilita o paciente à possibilidade de assimilação, de aprender uma nova forma de se portar, o principal ideal é se criar uma nova cultura, um novo “eu”. Segundo autor do livro “Manicômios, Prisões e conventos” E. Goffman definiu, “Estamos diante de algo mais limitado do que assimilação ou aculturação. Se ocorre uma mudança cultural” (E. Goffman, Manicômios, Prisões e Conventos, 1964.)

Outro mudo existente nas instituições é o “Mundo dirigente”. Assim como os pacientes, os funcionários devem se adequar ao ambiente. As instituições funcionam como um estado, onde se deve manter a ordem e uma boa economia. Para que isso aconteça os pertences dos pacientes passam a ser da instituição e são redistribuídos. O objetivo principal de se padronizar os perfis é simplesmente para administrar o controle social.

Os internados e a equipe dirigente vivem juntos, porém diferentemente dos pacientes, eles possuem uma vida fora da instituição, com responsabilidades e afazeres diferentes. A distancia entre os dois perfis, podemos chamar de Cerimonias Institucionais, que é um conjunto de atividades que não fazem parte do plano institucional, onde o autor E. Goffman simplificou. “Sob tais condições, parece difícil manter a segregação de papéis, e os internados acabam por realizar atividades inferiores para a instituição – por ex. Jardinagem...” (E. Goffman, Manicômios, Prisões e Conventos, 1964.) e a equipe passa a ser obrigada a ter “certa consideração” com os pacientes, mantendo o contato direto e uma visão favorável entre eles.

A CARREIRA MORAL DO DOENTE MENTAL

Denominamos carreira a trajetória percorrida por uma pessoa durante a vida.

A FASE DE PRÉ-PACIENTE

A internação pode ser voluntária ou involuntariamente, independente do caso acabam perdendo suas relações e direitos, pode-se dizer que não sofrem de doença mental, e sim das condições que lhe são impostas. Ou seja, a hospitalização pode piorar a situação do paciente.

A FASE INTERNADO

Na fase de internado, o novato começa a perceber as limitações que causam a mortificação do eu, como a restrição de movimento livre e vida comunitária. O paciente primeiramente desenvolve um sentimento de abandono, prefere ficar sozinho, sem contatos. Dessa forma, passa a aceitar a condição, aprende a se orientar no sistema hospitalar. Num terceiro momento, começa a criar “histórias tristes” para explicar o fracasso do passado. Por fim, aprende que pode sobreviver mesmo agindo de uma forma que a sociedade considera destrutiva.

A VIDA ÍNTIMA DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA

O que une o individuo com as entidades sociais se caracteriza através da participação do indivíduo, sendo uma conversa, um ofício, uma pessoa, onde possui alguns aspectos gerais. A participação de um indivíduo numa entidade social impõe compromisso e adesão; quando inserido em algum tipo de atividade, o indivíduo tem ‘’padrões de bem-estar’’ que devem estar além do mínimo exigido para a sobrevivência. E. Goffman relata  em seu livro Manicômio, prisões e conventos: ‘’Os padrões se referem ao nível de conforto , saúde e segurança; limites quanto ao tipo e quantidade de esforço exigido; consideração de participação em outras organizações que têm o direito de exigir o indivíduo; direitos referentes a férias e aposentadoria; expressão de queixas e até de ação legal, pelo menos no nível de ações públicas, um direito de dignidade, auto expressão e oportunidades para criatividade. Estes padrões de bem estar reconhecem claramente que o ser humano é algo mais do que participante de uma determinada organização’’(E. Goffman, Manicômios, Prisões e Conventos, 1964.)  

Quando há colaboração do indivíduo diante de uma atividade pedida pela instituição, ele se transforma em um colaborador ‘’normal’’, onde ele dá e recebe o que foi planejado, independente do quanto foi exigido do mesmo, neste caso se relata sobre os ajustamentos primários à organização. Nos ajustamentos secundários caracteriza-se o isolamento do indivíduo perante seu papel e do ‘’eu’’ que a Instituição admite a ele.

Aprimorando o ponto de vista de ajustamento secundário, onde as pessoas que não estão dentro do acordo da instituição, são colocadas em ambientes monótonos, enquanto os participantes que são colocados em posições elevadas gozam de incentivos íntimos, pois recebem vantagens que são negadas aos outros, deixando claro que existe menos afeto em relação à instituição, o internado que se encontra numa posição inferior.

Sendo assim, condições limitadoras da vida do paciente são elaboradas como prêmios ou castigos, que são expostas na linguagem das instituições penais.

A VIDA ÍNTIMA DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA PART 2

O autor esclarece que o ser participa de uma organização cumprindo as obrigações que são apresentadas e que define os padrões de bem estar, valores, incentivos a respeito do seu eu. A participação do indivíduo diante das obrigações institucionais ocorre via ajustamentos primários e secundários e o conjunto disso que é considerado como, “vida íntima da instituição”.. Esclarece que na vida íntima de um hospital psiquiátrico os pacientes empregam um sistema de ajustamentos secundários que utiliza como fontes: as “substituições” (utilização de artefatos disponíveis para um fim não oficial); e a “exploração do sistema” (as rotinas oficiais da instituição). Tais práticas transcorrem em locais como: os “espaços fora de alcance” (proibidos); os “espaços de vigilância” (permitidos com controle); os “espaços não regularizados” (sem controle); os “locais livres” (com vigilância e restrições reduzidas); os “territórios de grupos” (locais sob o comando de um grupo específico) e o “território pessoal” (espaço íntimo criado em um local livre ou território de grupo). Os ajustamentos secundários integram recursos como: os “esconderijos” portáteis ou fixos (usados para esconder bens adquiridos); o “sistema de transporte” (transporte dos bens ao esconderijo) e o “sistema de comunicação” (circulação de mensagens, comunicação oculta/expressões). O esforço alheio é incorporado por meio de “coerção particular” (o coagido obedece involuntariamente); de “intercâmbio econômico” (o outro contribui pelos dos esforços e serviços), e de “intercâmbio social” (o outro contribui em troca de bens materiais e afetivos).

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