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Sindrome De Burnot

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Por:   •  15/7/2014  •  4.887 Palavras (20 Páginas)  •  301 Visualizações

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INTRODUÇÃO

A enfermagem é uma atividade baseada em experiências humanas de saúde-doença que são mediadas por transações profissionais, pessoais, científicas, estéticas e éticas do cuidado humano, tendo como objetivo, auxiliar as pessoas, para obterem um alto grau de harmonia entre a mente, o corpo e a alma (WATSON, 1988).

“A prática do enfermeiro tem sido a de chefiar unidades, elaborar plano de atividades e escala de plantões, prever material e pessoal, supervisionar atividades, revisar as medicações controladas, visitar os pacientes, além de outras atividades” (ROSA; LIMA, 2005, p. 125).

Segundo Kirchhof et al. (2009), estudos demonstram que os trabalhadores de enfermagem, em comparação com outros trabalhadores do setor da saúde, estão expostos a altos riscos de desgaste e adoecimento em razão das atividades características desta profissão. No ambiente hospitalar, o trabalhador está susceptível a estresse e agravos psíquicos em razão dos variados graus de controle sobre as atividades que executa. Desta forma, se o trabalhador não possuir uma boa capacidade de enfrentamento dessas demandas que seu exercício profissional exige, pode desenvolver um desequilíbrio em decorrência do estresse laboral, a chamada Síndrome de Burnout.

A Síndrome de Burnout é entendida como aquilo que deixou de funcionar por exaustão energética, expresso por meio de sentimentos de fracasso e exaustão, causada por um excesso de desgaste de energia que acomete, geralmente profissionais que trabalham direto em contato com pessoas (MUROFUSE et al., 2004).

Tendo em vista que o profissional de enfermagem é um trabalhador que se enquadra em uma categorial profissional que pode vir a desenvolver a Síndrome de Burnout, este trabalho justifica-se pela importância da busca de melhores formas de cuidados para com esses profissionais da enfermagem, devido ao seu contato diário com o sofrimento dos pacientes. Para isso, serão levantadas dificuldades vivenciadas pelos profissionais de enfermagem, bem como a atuação dos mesmos, para colaboração com o bem estar do ser humano e a melhoria na qualidade de vida dessas pessoas.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O Trabalhador de Enfermagem

O trabalho é uma atividade na quais aspectos físicos e psíquicos estão diretamente relacionados e podem tanto representar equilíbrio, desenvolvimento e satisfação, quanto causar tensão, desajuste e, conseqüente, adoecimento do trabalhador (KIRCHHOF, 2009).

De acordo com Cunha et al. (2006), a equipe de enfermagem constitui a maior força de trabalho dentro da equipe multiprofissional que compõe o quadro de funcionários de um hospital. Cabe ao enfermeiro liderar sua equipe, formada pelos técnicos e auxiliares de enfermagem, gerenciar os recursos físicos, materiais, humanos, financeiros, políticos e prestar informações para que seja realizada a assistência de enfermagem. Além de todas estas responsabilidades, é exigido o seu conhecimento sobre tudo o que é realizado ao paciente, habilidades para desenvolver de forma correta e segura os procedimentos de enfermagem, ou seja, que ele seja competente naquilo que faz e consiga chefiar sua equipe de forma que eles também sejam competentes na execução das tarefas a que são designados.

Roy e Andrews (1991) ressaltam que dentro da equipe de enfermagem há: o enfermeiro, o auxiliar de enfermagem e o técnico de enfermagem, entretanto com funções distintas, possuindo qualificações específicas, sendo os mesmos responsáveis pela promoção, prevenção e na recuperação da saúde dos indivíduos da enfermagem e assim aumentando as respostas adaptativas que promovem a integridade da pessoa, fazendo com que as respostas ineficientes sejam minimizadas.

2.1.2 O Ambiente de Trabalho

O trabalho em saúde é um setor da prestação de serviços que engloba atividades essenciais para a vida humana. É um mercado de trabalho que possui suas particularidades e está associado diretamente a várias categorias profissionais, e isto o diferencia de outros mercados de trabalho em geral. Este setor de atendimento à saúde mostra-se um grande empregador, apesar das crescentes taxas de desemprego que assolam o nosso país, estando entre os dez setores que mais empregam no Brasil onde, estes números tendem a aumentar em conseqüência das más condições de trabalho e vida da população (MUROFUSE, 2004).

O profissional de enfermagem está exposto a diversos riscos em decorrência da periculosidade e insalubridade característicos de sua ocupação profissional. São estes os riscos biológicos (exposição a microrganismos patogênicos), riscos físicos (radiações e manuseios de materiais perfurocortantes), riscos químicos (substâncias tóxicas), entre outros agentes. Destacam-se também o desgaste ocasionado pelos esforços físicos, visto que grande quantidade de atividades desenvolvidas por estes profissionais requerem grande esforço físico, as más condições do ambiente de trabalho e problemas de relacionamento interpessoais (JUNIOR et al., 2007).

Em razão do funcionamento hospitalar ser de 24 horas, é necessário à existência de plantões e turnos de trabalho. A partir daí, os trabalhadores da saúde muitas vezes, principalmente em razão dos baixos salários, possuem duplos empregos e longas jornadas de trabalho. Este tipo de comportamento pode ocasionar ou potencializar fatores que danificam sua integridade física e psíquica (ELIAS; NAVARRO, 2006).

Freqüentemente, os trabalhadores de enfermagem estão sujeitos a condições inadequadas de trabalho, provocando agravos à saúde, que podem ser de natureza física ou psicológica, gerando transtornos alimentares, de sono, de eliminação, fadiga, agravos nos sistemas corporais, diminuição do estado de alerta, estresse, desorganização no meio familiar e neuroses, fatos que, muitas vezes, levam a acidentes de trabalho e licenças para tratamento de saúde. Alguns autores destacam os fatores ergonômicos relacionados a problemas ósteo-músculo-articulares entre trabalhadores de enfermagem. Os agentes psicossociais causadores de danos à saúde dos trabalhadores de enfermagem associam-se ao contato freqüente com o sofrimento e a morte; a monotonia de atividades repetitivas e parceladas e turnos rotativos de trabalho; fadiga que leva ao estresse (BARBOZA et al., 2003).

Segundo Elias e Navarro (2006), alguns estudos apontam o hospital como sendo um local propício ao adoecimento, pois, além de todos os riscos a que seus trabalhadores estão expostos em relação a acidentes e doenças físicas, o surgimento de doenças psíquicas é muito comum

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