TRABALHO dh2 b1 - FINAL final
Por: VitorGritti • 29/3/2019 • Resenha • 1.992 Palavras (8 Páginas) • 207 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SANTO ANDRÉ
PSICOLOGIA
Vitor Henrique Gritti
RA: 135055313594
3ª Série – Noturno
Desenvolvimento Humano II
Prof.ª MS. Fernanda Fernandes
PRO DIA NASCER FELIZ
UMA PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE A ADOLESCÊNCIA
SANTO ANDRÉ
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. ADOLESCÊNCIA UMA PERSPECTIVA CRITÍCA 4
3. PRO DIA NASCER FELIZ 5
4. CONCLUSÃO 9
REFERÊNCIAS 10
1. INTRODUÇÃO
Apresento a minha análise crítica sobre o documentário “Pro dia nascer feliz”, de João Jardim, com base nas reflexões expressas no artigo “Adolescência: uma perspectiva crítica”, do professor Sérgio Ozella.
Proponho também um entendimento sobre a teoria sócio histórica apresentada no artigo e uso o documentário como fonte de pesquisa qualitativa, para observar os comportamentos e discursos dos personagens dessa produção.
Por fim, trago a conclusão e considerações a serem feitas.
2. ADOLESCÊNCIA: UMA PERSPECTIVA CRÍTICA.
Ozella (2002) destaca a responsabilidade pela institucionalização da adolescência como uma fase com confusão de papéis e dificuldades de estabelecer uma identidade própria e assim formou-se a concepção naturalista e universal sobre o adolescente.
Ao citar uma gama de teóricos psicanalíticos, Ozella (2002) coloca em questão a tradição que considera a adolescência como uma fase crítica e que, ao considerarem a adolescência como um fenômeno biopsicossocial, ora enfatizam os aspectos biológicos, ora os aspectos ambientais e sociais. O autor ainda destaca que, sob essas perspectivas, os adolescentes “parecem nascer e viver em um vacuum sociocultural” e que esse olhar deveria ser mais discutido.
Considera também que a adolescência é criada historicamente pelo homem, enquanto representação e enquanto fato social e psicológico. É constituída como significado na cultura, na linguagem que permeia as relações sociais. Fatos sociais surgem nas relações e os homens atribuem significados a esses fatos.
Na contramão, de uma forma mais abrangente, Ozella (2002) entende a adolescência como constituída socialmente a partir de necessidades sociais e econômicas e de características que vão se constituindo no processo
É com a perspectiva que foi apresentada por Ozella (2002) que está baseada as observações sobre o documentário Pro dia nascer feliz, do diretor Jardim (2006).
3. “PRO DIA NASCER FELIZ”
Ao longo dos 88 minutos, o documentário “Pro Dia Nascer Feliz”, dirigido, pelo cineasta e pesquisador João Jardim apresenta argumentos para um extenso feixe de questões sobre a condição da educação no Brasil, tendo em vista a sua dinâmica que parte de realidades díspares e estrutura que contempla depoimentos de alunos, professores, gestores e demais agentes deste agonizante e impiedoso sistema.
O filme abre com uma campanha educacional brasileira lançada em 1962. Na época, o país tinha 14 milhões de jovens que estavam fora da escola. O material não deixou de fazer alusão aos altos índices de criminalidade como os problemas responsáveis pela exclusão social do momento. Ao assistirmos ao filme, nós fazemos o seguinte questionamento: o que foi feito para melhorar esta situação?
É a partir daí que o filme aborda o sistema educacional brasileiro, coletando depoimentos de estudantes de escolas da rede pública e privada, bem como professores, familiares e membros da gestão, em depoimentos que denunciam a banalização da violência, a desigualdade social e o abismo entre a qualidade do ensino básico público e privado, pois todos os problemas sociais apontados na produção partem do ponto de vista do sistema educacional em decadência.
A realidade do sistema educacional em diferentes cidades brasileiras mostradas, desde a estrutura física das escolas, os locais onde estão inseridas e o perfil de professores e estudantes. As entrevistas fazem com que o expectador, a cada frase de orgulho ou frustração, tenha contato com a diversidade dos personagens, ao mesmo tempo vemos a “angústia” da adolescência citadas no texto de Ozella (2002), somadas a falta de apoio em todos os sentidos, escola, família, sociedade, estado gera um visível sentimento de abandono das pessoas entrevistadas no filme.
O trabalho, finalizado em 2006, apresenta um rico material de pesquisa qualitativa e dá base para reflexão sobre a influência da sociedade, da cultura, da história, da economia e das relações na comunidade e sua influencia nas pessoas e principalmente nos adolescentes.
É evidente que problemas estruturais, políticos e econômicos refletem em todos os equipamentos de necessidade básica como saúde, segurança e educação.
É no contexto escolar de cada uma dessas cidades que conhecemos os personagens. Tanto professores e estudantes são protagonistas, com diferentes papeis e responsabilidades, mas fica evidente que as ações e decisões tomadas pelos “professores” podem impactar o futuro de cada aluno, tamanho a importância da educação formal no processo de desenvolvimento humano.
Diante do cenário apresentado, os alunos, além dos conflitos biopsicossociais da adolescência, já consagrados pelos teóricos do desenvolvimento (como por exemplo os teóricos apresentados no artigo de Ozella), precisam lidar com a carga do contexto social onde vivem.
O esforço pessoal faz muita diferença quando a falta de infraestrutura, recurso pessoal e de apoio pedagógico. Em Manari, por exemplo, em meio a tanta falta de estrutura familiar, escolar, social, há jovens com muita persistência. Relatos como o da menina Clécia, de 13 anos, em meio a tanta dificuldade não vê motivo para afastamento da escola e fica claro que ainda existe o anseio por dias melhores, há vontade de mudar e de acreditar em si próprio, mesmo em uma fase de tantas perguntas e conflitos internos, (geralmente comuns na adolescência mas nos caso dela essa falta de perspectiva se acentua devido as condições psicossociais em que ela vive). Outro exemplo é Valéria, então com 16 anos, que viajava quilômetros até a escola de uma cidade vizinha para cursar o ensino médio, mesmo com as dificuldades da pequena cidade, como o precário ônibus para transporte dos alunos. Valéria era diferente dos colegas, gostava de estudar e por isso os seus colegas a acham diferente, mas para os educadores era vista apenas como mais uma que ia para escola como forma de diversão em meio à falta de opção. Acabava tirando notas baixas por falta acreditaram eu seus textos eram copias não seus, evidenciando um total despreparo desses educadores em notar uma aluna “diferenciada”.
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