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Por: Tainá Malinowski • 2/9/2021 • Trabalho acadêmico • 5.430 Palavras (22 Páginas) • 200 Visualizações
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A INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM TEMPOS DA PANDEMIA DA COVID-19
Carolina Pinheiro Mouta Barbosa[1]*
Prof(a) Esp. Clarissa Alvarenga Gontijo de Souza [2]**
RESUMO
Objetivo: realizar uma revisão bibliográfica sobre a incidência da Síndrome de burnout nos profissionais da área de enfermagem frente à pandemia da COVID-19. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em artigos originais e completos publicados nas bases de dados LILACS, SCIELO, BIRIME, GOOGLE ACADÊMICO e MEDLINE em língua portuguesa, espanhola e inglesa, bem como em livros, dissertações e teses.
THE INCIDENCE OF BURNOUT SYNDROME IN NURSING PROFESSIONALS IN TIMES OF THE COVID-19 PANDEMIC
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
O conceito de burnout surgiu nos Estados Unidos no ano de 1970 e foi escrito pelo psicanalista norte-americano Herbert Freudenberguer para se referir a algo que deixou de funcionar por exaustão ou completa falta de energia (BENEVIDES-PEREIRA, 2002). Segundo os estudos de Freudenberguer (1974), o termo era utilizado para explicar o processo de deteriorização dos trabalhadores que prestam os cuidados e atenção aos usuários dos serviços sociais, educacionais e de saúde. O burnout pode ser considerado como um grande desafio no mundo profissional da atualidade (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998).
O trabalho da enfermagem é caracterizado pela prestação de cuidado intenso aos pacientes, estando esses profissionais em contato direto e diariamente com os pacientes e seus familiares. Frequentemente, a equipe de enfermagem possui em seu âmbito de trabalho os encargos de suporte à sobrevivência e proteção, promovendo o bem estar físico e emocional dos usuários dos serviços de saúde. A grande maioria desses profissionais se propõem a fazer jornadas duplas devido à baixa remuneração e a sobrecarga de trabalho fazem com que esta seja uma das profissões com maiores índices da síndrome de burnout., desencadeando assim, um desgaste físico e mental (OLIVEIRA; LIMA; VILELA, 2017).
Em dezembro de 2019, a República Popular da China sofreu um surto de pneumonia de causa desconhecida, onde pesquisadores chineses identificaram um novo coronavírus (SARS-CoV-2) como um agente causador de uma síndrome respiratória aguda grave, conhecida hoje como coronavírus ou, popularmente como COVID-19 (WHO, 2020). Com a proliferação da pandemia do Covid-19, nos anos de 2020 e 2021, os serviços de atendimento de urgência e emergência tiveram um aumento de forma exponencial. Ressaltando-se que, grande parte dos hospitais já apresentavam superlotação nos atendimentos devido às outras doenças que acometem a população (DENG; PENG, 2020).
Sendo assim, muito se tem especulado sobre a saúde dos profissionais da enfermagem, sendo notório a preocupação com a bem-estar desses trabalhadores. Dentre os múltiplos fatores que influenciam na saúde desses indivíduos, ressaltam-se o estresse e a exaustão profissional contínua, acarretando assim, possíveis doenças ocupacionais causadas pela alta responsabilidade, influência dos gestores, entre outros motivos (CARVALHO; MAGALHÃES, 2011).
A partir da temática abordada, percebe-se que os profissionais da enfermagem estão expostos constantemente a riscos físicos, químicos, biológicos, psicossociais e ergonômicos no ambiente de trabalho. Esses riscos podem comprometer a saúde mental desses profissionais, chegando muitas vezes a afetar também sua saúde física, podendo influenciar de forma negativa os serviços prestados aos seus clientes (LOPES; SANTOS; GIOTTO, 2020)
O objetivo desse projeto foi realizar uma revisão bibliográfica sobre produções científicas já realizadas, acerca dos efeitos físicos e mentais da Síndrome de burnout em profissionais de enfermagem nos tempos da Pandemia da COVID-19. Assim como, caracterizar e identificar os possíveis causadores e sintomas da Síndrome de burnout, qualificar e indicar as possíveis repercussões associadas ao novo Coronavírus – SARS-CoV-2, responsável pela Pandemia da COVID-19 nos anos de 2020 e 2021 e, por fim, realizar uma reflexão sobre a incidência da Síndrome de burnout e suas possíveis consequências à saúde mental dos profissionais de enfermagem nesse contexto de pandemia.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
No Brasil, o Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, facultou o Regulamento da Previdência Social e, em seu Anexo II, refere-se aos Agentes Patogênicos causadores de doenças Profissionais. O item XII da tabela de Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho (Grupo V da Classificação Internacional das Doenças – CID-10) aponta a “sensação de estar acabado” (“Síndrome de Burnout”, “Síndrome do Esgotamento Profissional”) como sinônimos do burnout, que, na CID-10, recebe o código Z73.1 (TRIGO; TENG e HALLAK, 2007).
A Síndrome de burnout tem assumido um caráter importante na atual sociedade, surgindo como uma solução para os estressores interpessoais que ocorrem no meio de trabalho (MASLACH; SCHAUFELI e LEITER, 2001; HARRISON, 1999). O burnout é um conjunto de manifestações causados pela decorrência de uma má adequação do indivíduo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com enorme carga tensional (VOLPATO et al., 2003).
Conforme os dados do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), no ano de 2019, 72% da população economicamente ativa do país continham elevados níveis de stress. Desses, 32% desenvolveram burnout, com seus respectivos sinais e sintomas (LATORRACA, 2019). Determinado como uma síndrome psicológica, o burnout é entendido como um processo que ocorre de forma lenta e gradual e é composto por três dimensões: Exaustão emocional, caracterizada pela sensação de esgotamento dos recursos físicos e emocionais; Despersonalização, determinado pela reação negativa ou falta de sensibilidade voltada às pessoas que devem receber o cuidado/ serviço e a Baixa Realização Profissional, referindo-se ao sentimento de incapacidade e de perda da produtividade (MASLACH e JACKSON, 1981).
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