Tarefa: IV Colóquio Psicanálise e Sociedade: Narrativas Urbanas, da Unisinos
Por: Daiane Formolo Portinho • 5/9/2019 • Resenha • 670 Palavras (3 Páginas) • 166 Visualizações
Tarefa: IV Colóquio Psicanálise e Sociedade: Narrativas Urbanas, da Unisinos.
Como podemos pensar a infância contemporânea a partir das considerações trazidas pelos palestrantes?
Daiane Formolo Portinho
Atualmente o termo infância contemporânea nos faz refletir sobre as influências e interações das crianças com a mídia. Principalmente sobre a mídia eletrônica, o consumo e práticas na escola, família e estâncias sociais em relação com a mídia e a este mundo urbanizado.
O conceito contemporâneo sobre a infância está diretamente ligado a construção social e cultural. Como as crianças estão sendo compreendidas? O que nos remete à nossa primeira aula, onde a Prof. Tagma nos traz um vídeo de uma criança aclamando atenção e um dos pais filmando, talvez achando que seria um “teste”.
Quando o palestrante Lucas Krüger apresentou a história do seu paciente (um menino, com idade de 6 anos mais ou menos), relatando o sofrimento, tristeza e revolta pela à ausência da figura paterna, nos permite fazer uma ligação referente quando este pai decidiu ter um filho? O que aconteceu com estes pais que não estão juntos? Por que, ele não aparece? Por que a mãe faz comparações negativas da criança e do pai?
Neste mundo contemporâneo e moderno, essa falta da presença desta figura paterna relatada por Lucas Krüger, nos mostra que os meios modernos e virtuais de manter a atenção das crianças ou suprimir os sentimentos, não são efetivos.
A criança requer atenção e disponibilidade dos pais. A criança necessita de tempo para brincar, para interagir com outros adultos e outras crianças para se relacionar. O mundo contemporâneo e urbanizado não permite o relacionamento das crianças com naturalidade como antigamente.
O palestrante Celso Gutfreind, traz a alguns questionamentos sobre encontros, sobre figura materna, vínculo com o bebê, o mundo estético da mãe, onde a urbanidade e contemporaneidade ajuda ou atrapalha neste processo de infância, saúde mental e capacidade de amar.
Celso, também diz, que a urbanidade conservadora e virtual não nos permite receber a poesia da vida, o amor. Ela nos leva a um estado de não poder narrar a nossa vida, sendo difícil de viver e ser feliz. Comparando o amor estético da mãe com o psicólogo. Ambos têm o poder de proporcionar a escuta dos pacientes e deixá-los confortáveis, ampará-los.
A urbanidade corta muitas vezes a oportunidade dos encontros e é disto que desde a infância as pessoas precisam e isto pode ser um dos pontos que estão afetando a infância da atualidade e consequentemente o processo de desenvolvimento deste indivíduo.
A contemporaneidade está vivendo a pane de: o que o outro pensa de mim, o que o outro pensa, mas nós precisamos gostar um do outro mesmo sendo diferentes.
Quanto a mídia eletrônica, ambos palestrantes entendem que é característica da geração atual, que os psicólogos não podem bloquear, mas que devemos interagir de modo que possa negociar e permitir que a criança brinque, que seja criança.
Ao decorrer da noite e com as ideias que os palestrantes expuseram, me permitiu relacionar o conceito de urbanidade e contemporaneidade na infância, com o modo que estamos expostos socialmente e culturalmente. De que forma, as crianças estão sendo vitimizadas e indefesas com estas influências e que esta problemática trazida pelos adultos estão contribuindo para as carências, o abandono, a violência, o virtual tomou conta, são úteis, mas também podem se tornar ervas daninhas. Para resgatar a infância, precisamos lembrar os pais de brincar e de reconectar através das brincadeiras com as crianças. Precisamos rever essa cultura e os futuros psicólogos ter esta visão, de poder preparar nossos futuros pacientes para este caminho: aprender ou reinventar a nossa cultura do “brincar”, da atenção, da disponibilidade e não atrapalhar o início de uma nova vida com a virtualização.
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