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Teoria De Erikson

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Por:   •  4/4/2014  •  4.628 Palavras (19 Páginas)  •  491 Visualizações

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Erikson e a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento

Elaine Rabello

José Silveira passos

Erik Homburger Erikson nasceu em Frankfurt, Alemanha, em 1902 (vindo a falecer

em 1994). Tento inicialmente optado pela carreira artística, foi convidado a trabalhar em

uma escola para pacientes submetidos à psicanálise, entrando então em contato com o

grupo de Anna Freud. Em 1933, quando se casou com uma canadense, mudou-se para os

Estados Unidos, continuando seus estudos em Psicanálise, tornando-se o primeiro

psicanalista infantil americano.

Sem negar a teoria freudiana sobre desenvolvimento psicossexual, Erikson mudou o

enfoque desta para o problema da identidade e das crises do ego, ancorado em um contexto

sociocultural. O estudo da identidade tornou-se estratégico para o autor, que viveu em uma

época onde a Psicanálise deslocava o foco do id e das motivações inconscientes para os

conflitos do ego.

Na verdade, é preciso considerar que as mudanças de enfoque na teoria psicanalítica

ocorreram antes da morte de Freud (Hall et. al., 2000). O que havia de ser contestado e

modificado foi feito por seus discípulos em sua presença. Esta foi a causa de tantas

dissidências em seu círculo de estudos. Jung e Adler são exemplos daqueles que foram

excluídos de seu grupo ao discordarem de alguns pontos da teoria freudiana ou

simplesmente por terem mudado o foco de estudo. Após a morte de Freud, a Psicanálise

sofreu uma espécie de ampliação. Algumas idéias foram redefinidas, outras suprimidas,

mas, em sua maioria, até mesmo por decorrência do contato da Psicanálise com a

Psicologia, foram estendidas.

Um avanço da teoria freudiana que é, sem dúvida, da maior importância para o

estudo do humano no século XX, é o foco no ego. Em Freud, o ego aparece como sistema

muitas vezes subserviente ao id. Anna Freud, filha de Sigmund Freud, dando continuidade

aos seus estudos, atribuiu ao ego uma característica de mais autonomia, com um maior

poder de decisão e de atuação. Anna também ampliou os mecanismos de defesa de sete

para dez., atribuindo a eles um caráter menos patológico do que Freud o fizera. Com sua

teoria, Anna Freud também transformou os estágios psicossexuais de seu pai em estágios de

busca de domínio do ego, dando a base para os estudos de Erik Erikson. Esta fase na

Psicanálise ficou conhecida como época da “Psicologia do Ego”, onde se diminuía a ênfase

no inconsciente (Hall, et. al., 2000).

Em meados do século XX, Erikson começa a construir sua teoria psicossocial do

desenvolvimento humano, repensando vários conceitos de Freud, sempre considerando o

ser humano como um ser social, antes de tudo, um ser que vive em grupo e sofre a pressão

e a influência deste. A partir desta consideração, Erikson formula sua teoria de forma a

deixar duas importantes contribuições à Psicanálise, segundo Hall e colaboradores (2000):

deixa uma teoria na qual o ego tem uma concepção ampliada e realiza estudos psicohistóricos,

exemplificando sua teoria psicossocial no curso de vida de algumas figuras

famosas. Essa metodologia é totalmente nova para a Psicanálise da época e na própria

psicologia, pois estudos longitudinais eram muito raros e complexos de serem realizados

(ainda o são hoje), embora se mostrem como um excelente método de validar teorias como

a de Erikson, que trabalham o clico vital como um contínuo onde cada fase influencia a

seguinte.

Assim como Freud, Piaget, Sullivan, entre ouras figuras da época, Erikson optou

por distribuir o desenvolvimento humano em fases. Porém, seu modelo detém algumas

características peculiares (Rabello, 2001):

• Desviou-se o foco fundamental da sexualidade para as relações sociais;

• A proposta os estágios psicossociais envolvem outras artes do ciclo vital além da

infância, ampliando a proposta de Freud. Não existe uma negação da importância

dos estágios infantil (afinal, neles se dá todo um desenvolvimento psicológico e

motor), mas Erikson observa que o que construímos na infância em termos de

personalidade não é totalmente fixo e pode ser parcialmente modificado por

experiências posteriores;

• A cada etapa, o indivíduo cresce a partir das exigências internas de seu ego, mas

também das exigências do meio em que vive, sendo portanto essencial a análise da

cultura e da sociedade em que vive o sujeito em questão;

• Em cada estágio o ego passa por uma crise (que dá nome ao estágio). Esta crise

pode ter um desfecho positivo (ritualização) ou negativo (ritualismo);

• Da solução positiva, da crise, surge um ego mais rico e forte; da solução negativa

temos um ego mais fragilizado;

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