A TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIC ERIKSON
Por: Maiara08 • 27/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.438 Palavras (6 Páginas) • 726 Visualizações
1. A TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERIC ERIKSON
Eric Erikson é considerado um autor sociointeracionista, porém, há uma diferença entre ele e os demais. Piaget considera a maturação como base do desenvolvimento, seguida das interações com objetos e pessoas para saber como o indivíduo aprende. Vygotsky enfatizou a língua e a interação social no processo de desenvolvimento. Freud considerou a sexualidade como base do desenvolvimento, já Erikson considerou que as influências da sociedade em que vivemos gera impacto no desenvolvimento da personalidade, ou seja, para ele somos frutos do nosso “eu” em interação com o meio ambiente.
Erikson propõe uma concepção de desenvolvimento em oito estágios psicossociais, perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o nascimento até à morte, pertencendo as quatro primeiras ao período de bebê e de infância, e as três últimas aos anos adultos e à velhice, cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma negativa.
Erikson dá especial importância ao período da adolescência, devido ao fato ser a transição entre a infância e a idade adulta, em que se verificam acontecimentos relevantes para a personalidade adulta.
Na Teoria Psicossocial do Desenvolvimento, este desenvolvimento evolui em oito estágios. Os primeiros quatro estágios decorrem no período de bebê e da infância, e os últimos três durante a idade adulta e a velhice.
Cada estágio contribui para a formação da personalidade total sendo por isso todos importantes mesmo depois de se os atravessar.
O núcleo de cada estágio é uma crise básica, que existe não só durante aquele estágio específico, nesse será mais proeminente, mas também nos posteriores a nível de consequências, tendo raízes prévias nos anteriores.
A formação da identidade inicia-se nos primeiros quatro estágios, e o senso desta negociado na adolescência evolui e influencia os últimos três estágios.
Erikson perspectivava o desenvolvimento tendo em conta aspectos de cunho biológico, individual e social.
A teoria psicossocial em análise enfatizava o conceito de identidade, a qual se forma no 5º estágio, e o de crise que sem possuir um sentido dramático está presente em todas as idades, sendo a forma como é resolvida determinante para resolver na vida futura os conflitos.
Erikson baseou-se na Psicanálise e utilizou os conceitos de id, ego e superego que Freud descreveu como energias que compõem o aparelho psíquico responsável pelo modo como nos comportamos, sendo o id uma energia inconsciente pelo princípio de prazer e exige satisfação imediata, é quando uma criança ou adulto age por impulso para obter algo que deseja, sem esperar um momento adequado para conseguir o mesmo.
O Superego é uma energia consciente, oposta do id. É o princípio da realidade, formado através dos valores e limites impostos ao longo do processo educacional. E o ego, uma energia consciente, a qual é responsável pelo equilíbrio entre as forças do id e do superego, quanto mais desenvolvido for o ego, mais equilibrado o sujeito será em suas tomadas de decisões.
3. AS OITO IDADES DO HOMEM E A EDUCAÇÃO
Para pensar um pouco mais sobre a utilização da Teoria Psicossocial de Eric Erikson, falaremos sobre ela em relação com a educação:
1- Confiança básica x Desconfiança básica – de 0 a 1 ano
O recém-nascido estabelece uma relação de dependência, especialmente com a sua mãe. Seus cuidados satisfazem plenamente as suas necessidades, garantem a aprendizagem e o desenvolvimento da sua confiança, se as suas necessidades básicas forem prontamente atendidas.
Conforme seus sentidos evoluem, o bebê reconhece o seu ambiente como familiar e sua primeira grande conquista será não sofrer de ansiedade na ausência da mãe e superar o medo de ser abandonado por ela. Caso contrário, crescerá cético e desconfiado, o que poderá levar essa desconfiança à figura da professora, podendo acarretar dificuldades de adaptação à escola. Os bebês que ficam no berçário precisam de um tratamento acolhedor e mais individualizado, mesmo pertencendo ao coletivo, para que se possa desenvolver confiança em si e no ooutro.
2- Autonomia x vergonha e dúvida – de 01 a 03 anos
Durante esta fase, a criança adquire autonomia para se deslocar de um lugar para o outro. Gritar ou chorar é a linguagem que utiliza para obter o que deseja. Se o seu ambiente não corresponde às necessidades que experimenta, aparecem a dúvida sobre si mesmo e o medo de tomar iniciativa.
A vergonha na criança é manifestada como uma necessidade de não ser vista: esconde o rosto, o que resulta em ataques de raiva e choro, ou outras manifestações de excesso emocional. O controle dos pais deve ser firme e tranquilizador para desenvolver a sua autonomia. Professores que lecionam na educação infantil não podem ser muito rígidos com as crianças, para não provocar sentimento de vergonha nela, há de se entender que a criança está em fase de desenvolvimento e no meio ambiente tudo é novo e interessante para ela.
3- Iniciativa x Culpa – de 03 a 06 anos
Se há alguma coisa que distingue a criança nessa fase é a iniciativa. Especialmente durante as brincadeiras, ela descobre o papel mais significativo para si e o representa. A criança precisa identificar e projetar o seu papel no mundo.
A rivalidade e os ciúmes também aparecem nessa fase. A criança quer ser tratada como alguém especial e rejeita qualquer deferência da mãe pelos irmãos ou outras pessoas. Se não receber um tratamento relativamente privilegiado, desenvolve a culpa e a ansiedade. Nessa fase as manifestações das crianças começam a aparecer, por exemplo na escola, onde a menina quer pintar o desenho da cor que a mãe gosta e o menino brincar de luta como brinca com o pai, e a professora sem compreender pode cobrar e punir radicalmente as crianças, sem explicações, levando-as ao sentimento de culpa.
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