Teoria sistemica e a terapia familiar
Por: cocian • 9/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.659 Palavras (11 Páginas) • 1.162 Visualizações
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................... | 4 | |
1 | FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... | 5 |
1.1 | HISTÓRIA DA TERAPIA FAMILIAR ................................................ | 5 |
1.2 | A TERAPIA FAMILIAR NO BRASIL ................................................. | 7 |
2 | TERAPIA FAMILIAR ............................................................................ | 7 |
2.1 | O ENFOQUE SISTÊMICO .................................................................... | 8 |
2.2 | O ENFOQUE PSICANALÍTICO .......................................................... | 10 |
3 | CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. | 11 |
REFERÊNCIAS ....................................................................................... | 12 |
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo explanar sobre o processo histórico da Terapia Familiar e relatar as contribuições que diversos autores tiveram na construção da mesma.
Ao longo deste estudo serão apresentados aspectos importantes sobre como se deu a Terapia Familiar, considerações a respeito da mesma no Brasil, como está se fundamenta, e as escolas que se desenvolveram a partir do enfoque sistêmico.
Como metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica, utilizando termos como: “História da Psicologia Familiar”,” Psicologia da Família ” e “ Psicoterapia familiar ” .
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1.HISTÓRIA DA TERAPIA FAMILIAR
O campo da Terapia Familiar surgiu por volta de 1950, após a Segunda Guerra Mundial. Iniciou partindo de pressupostos da integralidade, da consideração do funcionamento dos sistemas como um todo. A ascensão destes pressupostos se deu principalmente por meio da superação do antigo paradigma cartesiano que antes predominava para a explicação dos fenômenos do universo (MACHADO, 2012). O paradigma cartesiano, mecanicista e fragmentador, agora dava lugar ao paradigma da multi-causalidade, onde o todo não era mais considerado uma soma de partes, mas um sistema cujo funcionamento se dava a partir da interação entre tais partes que o compunham.
Desta forma, a Terapia Familiar nasce dos novos ideais de integralidade e por isso ganha forte influência de princípios da cibernética e teorias da comunicação. Um exemplo da primeira seriam os princípios de regulação, funcionamento e evolução do sistema (MACHADO, 2012). Da segunda, a compreensão da interação. Segundo a teoria da comunicação, esta última tem duas funções: a transmissão da informação e a definição da natureza da relação entre seus comunicantes (CARNEIRO, 1996). A família passa a ser vista como um todo cuja compreensão não deve dissociar suas partes, uma vez que todos os seus elementos contribuem de igual modo para seu desenvolvimento e funcionamento uns com os outros. Sendo assim, passa a ser considerada sua importância na compreensão do ser humano (MACHADO, 2012).
Muitos foram os colaboradores para o surgimento da Terapia Familiar, dos quais podemos citar Gregory Bateson e Nathan Ackerman, os quais foram pioneiros nos Estados Unidos. Inicialmente seu objeto de atenção foi com pacientes esquizofrênicos e com crianças, tendo portanto auxílio da psiquiatria em seu nascimento (BLOCK & RAMBO, 1998). Através das experiências relacionadas aos estudos das famílias com pacientes esquizofrênicos, a Terapia Familiar ampliou-se e envolveu todas as famílias tendo pacientes patológicos ou não. Em 1920, começou a expandir-se nos Estados Unidos o Child Guidance Movement, “Movimento de Orientação Infantil”. Em seu início, acreditava-se que ajudar as crianças com problemas emocionais iria impedi-los de se tornar esquizofrênico quando adultos. Este movimento encontrou na família um fator que contribuiria para o desenvolvimento da esquizofrenia, tendo portanto como objetivo o auxílio de jovens que apresentassem dificuldades nas relações intra-familiares. Estudos de Sullivan e Frieda Fromm-Riechman abordaram a relação mãe-filho como indicador de patologia. Formularam assim o conceito “mãe esquizofrênica” onde era entendida e contextualizada a relação do paciente esquizofrênico com sua mãe (CARNEIRO, 1996). Foi nesta época que surgem os termos como “superproteção maternal” e “mãe esquizofrênica”.
Ackerman, psiquiatra e psicanalista nova-iorquino, foi um dos primeiros a propor a desconstrução do pensamento de que a mãe era produtora de adoecimento na criança, propondo assim o estudo do funcionamento da família como unidade (BLOCK & RAMBO, 1998).
Ackerman publicou em 1936 seu primeiro trabalho sobre a “família”. Em outro período fundou o primeiro centro de treinamento de terapeutas familiares dos Estados Unidos, o The Family Institute (O Instituto da Família), cujo ensino era de natureza clínica e envolvia o método de observação direta, dando início à demonstração ao vivo de terapias clínicas, que haveria de caracterizar o campo da família (BLOCK & RAMBO, 1998). Em 1949 o psiquiatra americano Milton Erikson (apud MACHADO, 2012) desenvolve inicialmente uma abordagem psiquiátrica própria de intervenção terapêutica familiar, influenciando posteriormente outros autores.
Gregory Bateson e o grupo de Palo Alto formulam o conceito de duplo vínculo, que tinha como características o envolvimento significativo entre duas pessoas (como mãe e seu bebê), de um paradoxo violado pela mãe (o bebê é chamado de vítima), a repetição dessa violação (experiência) e a impossibilidade da vitima/bebê em abandonar ou fugir desse paradoxo (BLOCK & RAMBO, 1998). Salvador Minuchin e Murray Bowen desenvolveram modelos sistêmicos próprios de compreensão e intervenção familiar. Surge em 1961 a revista Family Process, com seu primeiro número dedicado exclusivamente à Terapia Familiar, enquanto em 1967 é criado, por Mara Selvini Palazzoli, o primeiro centro de Terapia Familiar da Europa, em Milão. Foi somente em 1978 que o campo de saúde mental da área de família passou a ser representado organizacionalmente, com a formação da American Family Terapy Association (MACHADO, 2012).
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