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Texto Sobre Atuação do Psicologo

Por:   •  21/9/2015  •  Resenha  •  2.071 Palavras (9 Páginas)  •  247 Visualizações

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CAPÍTULO 15

Em busca de perspectivas para a psicologia como área de atuação e como

campo profissional.

INTRODUÇÃO

Uma profissão não existe no vácuo.Qualquer que seja essa profissão,ela é um conjunto de atividades de diferentes pessoas que dependem de ensino,que,por sua vez,depende de conhecimentos de boa qualidade e de diferentes tipos e áreas.Dependem,inclusive,de que a própria atividade profissional seja adequada e suficientemente estudada pelos cientistas e pelo que atuam ou vão atuar no campo profissional.

A psicologia,como campo de atuação profissional,não foge à regra e,como tal,precisa constituir-se em objeto de estudo e de intervenção pelos que investigam o objeto a ela relacionado como também por aqueles que atuam no campo profissional homônimo,pelos que se prepararam para fazê-lo ou por quem prepara os que vão exercer a profissão denominada por esse nome.

RESUMO

Desde o final da década de 1960,quando foi realizado o trabalho de Mello,produziram-se inúmeros estudos examinando a atuação profissional em Psicologia.

Vários, mais recentemente de maneira especial,examinaram aspectos da formação e da atuação profissional.

O desafio e a tarefa são tanto para o campo de atuação profissional como para a área de conhecimento que recebem o nome de Psicologia.

As próprias expectativas em relação aos cursos de Psicologia revelam uma percepção bastante inadequada do campo de atuação profissional.Isso,provavelmente,se deve à formação e aos serviços de Psicologia serem,fundamentalmente,voltados para as solicitações que tradicionalmente definiram o mercado de trabalho para esses profissionais.A percepção de estudantes de Psicologia a respeito das situações com as quais o psicólogo pode ou deve atuar revelam uma limitada compreensão do que é possível fazer com o domínio do conhecimento em Psicologia.Essas percepções ignoram muito das situações e aspetos da realidade com as quais o psicólogo pode ou deve atuar,restringindo-se a orientar a atuação (e as escolhas e esforços durante a formação) para os papéis,conhecimentos e tecnologias mais tradicionais e mais difundidos ou populares (e nem sempre os mais sólidos) em relação à atuação do psicólogo.

As decorrências da formação atual aparecem nos estudos que investigaram o exercício profissional. Destaca-se a atuação insegura e oscilante nos primeiros anos de profissão.

Complementar a essa atividade aparece uma outra: pouca clareza sobre o que seria trabalho alternativo em Psicologia.Aliado a elas constata-se a facilidade em identificar problemas e técnicas psicológicas e uma grande dificuldade em identificar fenômenos,eventos ou variáveis psicológicas.Parece que os estudantes e profissionais aprendem teorias e técnicas mas não aprendem a perceber,suficiente e adequadamente,o objeto de trabalho e/ou de estudo a que elas se referem ou que lhes deu origem.

Em geral,as atividades desenvolvidas pelos psicólogos são de pouco alcance social.Parece que o aprendizado enfatiza o trabalho com indivíduos isolados ou,no máximo,grupos pequenos,descuidando da formação para lidar com grandes contingentes populacionais.

E mesmo quando os profissionais mudam de local de trabalho ou de população que atendem,eles mantém o modelo clinico de atuação nas suas várias modalidades.Isso também aparece na forma de ausência de uma conceituação clara do que seja atuação em Psicologia fora dos modelos tradicionais de atividade.Mesmo quando realizam atividades alternativas,os profissionais o fazem com desconforto,insegurança e um alto índice de abandono.Ou,depois de alguém tempo de atuação,retornam aos modelos familiares já aprendidos.

A formação profissional parece baseada em uma concepção de “modelo pronto de trabalho em Psicologia”.

Parece relevante para o país manter a atividade desses profissionais como objeto de estudo,desenvolvendo um conhecimento que permita orientar melhor o trabalho desse contingente de pessoas e realizar uma formação de novos profissionais com uma melhor percepção do que está significando e sendo essa formação para a população e para o campo de atuação.Isso é importante também porque há um grande número de conceitos e controvérsias em relação à atividade profissional dos psicólogos e à produção de conhecimento em Psicologia que precisam ser melhorados e esclarecidos.

As informações apresentadas e os múltiplos estudos sobre a profissão não vão esgotar-se na literatura sobre o exercício profissional em Psicologia.O exame do conhecimento em várias áreas pode permitir a elaboração de algumas interpretações e/ou proposições sobre a formação e sobre a atuação profissional.Estudos sobre a política cientifica,educação,planejamento,ensino superior,administração,currículo de graduação,ciência,tecnologia e universidade em países do Terceiro Mundo.,podem auxiliar a entender alguns aspectos capazes de alterar a formação e o exercício profissional.

Nesse sentido,mais importante do que “dominar o conhecimento psicológico”,é necessário ser capaz de “retirar do conhecimento existente informações que permitam derivar alternativas de atuação profissional”.Integrar dados de diferentes naturezas,tipos e níveis e originados por diferentes metodologias é,não apenas um desafio,mas,uma exigência para a formação profissional.O curso de graduação é a “oficina” onde é implementado o currículo que é uma espécie de projeto do profissional dos próximos vinte a trinta anos.

O que se faz é propor a inclusão,na preparação do psicólogo,das habilidades para identificar aspectos e determinantes além dos “tipicamente psicológicos” que interferem com o “objeto típico” de seu trabalho.Mais do que descaracterizar,é ampliar as possibilidades de atuação do psicólogo em relação ao seu objeto de trabalho,utilizando,para isso,o conhecimento de múltiplas áreas para derivar,dele e do que se conhece em Psicologia,as habilidades (competências ou capacitações) que deve apresentar profissional desse campo de atuação.

No planejamento da formação do psicólogo e no exame do exercício profissional há pouca clareza sobre a distinção entre as concepções da Psicologia como área de conhecimento,como campo de atuação profissional e como mercado de trabalho.O exercício da profissão e a formação de novos psicólogos,sem essa distinção,correm o risco de não superarem os vários problemas hoje existentes na atividade profissional.É bastante difundida a noção de que as possibilidades de exercício de uma profissão são definidas pelo mercado.

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