Técnicas de Avaliação da Inteligência - Resumo

Psicodiagnóstico

Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. Um de seus objetivos é identificar ou não a presença de alterações psicopatológicas, os limites da variabilidade normal.

Passos

- Série de perguntas → Hipóteses (poderão ou não se confirmar ao longo das entrevistas) → Contrato de trabalho (termo do psicólogo com o paciente que fornecerá responsabilidades, direitos, e obrigações) → Avaliação (Traduzirá as hipóteses em instrumentos, podendo usar testes de inteligência, ao final devem ser interpretados, analisados e integrados as outras informações afim de chegar ao diagnóstico e prognóstico) → Comunicação dos dados ao cliente.

Classificação Simples: Compara a amostra do comportamento do examinando com resultados da população em geral.

Classificação Nosológica: Testa hipóteses iniciais utilizando critérios diagnósticos como os da CID-10.

Entendimento Dinâmico: Determina o nível de funcionamento da personalidade e os relaciona com bases teóricas.

Prevenção e alternativa: Procura identificar precocemente os problemas e riscos para enfrentar situações novas e estressantes.

Teorias da Inteligência

1. Charles Spearman – Teoria dos dois fatores ou bi-fatorial

Defendia que o desempenho em qualquer medida de inteligência estaria relacionado ao nível de inteligência geral do indivíduo e habilidades específicas exigidas em cada teste. Assim, durante a resolução de um problema, dois tipos de fatores estariam presentes:

- Um fator de inteligência geral (fator g), uma espécie de energia, com base neurológica, capaz de ativar a capacidade de realização de trabalhos intelectuais.

- Outros fatores específicos (fatores s), relativos a uma tarefa específica, representando particularidades de cada instrumento.

2. Thorndike – Teoria Multifatorial

        Contestou a teoria bi-fatorial, e desenvolveu a multifatorial, na qual a inteligência seria um produto de um amplo número de capacidades intelectuais diferenciadas, mas inter-relacionadas.

3. Louis Thurstone – Análise Fatorial Múltipla

Propôs a existência de um pequeno número de fatores independentes ou capacidades mentais primárias:

- Espacial (fator S – Space), Rapidez de Percepção (fator P – Perceptual speed), Numérica (fator N – Number), Compreensão Verbal (fator V – Verbal meaning), Fluência Verbal (fator W – Word fluency), Memória (fator M – Memory) e Raciocínio Indutivo (fator I - Inductive reasoning).

4. Cattel e Horn – Modelo Gf-Gc

        Nos anos cinqüenta e sessenta alguns autores elaboraram concepções sobre a inteligência, capazes de conciliar as abordagens anteriormente citadas.

- Fatores gerais passaram a ser designados como inteligência fluída e cristalizada.

- Inteligência Fluída (Gf) – Inata, desenvolvida neurologicamente, determinada por aspectos biológicos, é ativada em operações mentais que as pessoas utilizam em situações novas.

- A capacidade fluida opera em tarefas que exigem: a formação e o reconhecimento de conceitos, a identificação de relações complexas, a compreensão de implicações e a realização de inferências. *WISC não mede Gf.

- Inteligência Cristalizada (Gc) – Capacidades adquiridas ao longo da vida, a partir de experiência educacionais e culturais.

- Usada na solução da maioria dos complexos problemas cotidianos, sendo conhecida como “inteligência social”.

- Tende a evoluir com o aumento da idade, ao contrário da fluida que parece declinar após a idade de 21 anos, devido à gradual degeneração das estruturas fisiológicas.

Depois, Horn acrescentou ao sistema Gf-Gc + 8 capacidades mentais primárias:

- Processamento Visual (GV)

- Memória a Curto Prazo (GSM)

- Armazenamento e Recuperação a Longo Prazo (GLR)

- Velocidade de Processamento (GS)

- Processamento Auditivo (GA)