UMA ANÁLISE DO MODELO DE EXPLICAÇÃO NO BEHAVIORISMO RADICAL: O ESTATUTO DO COMPORTAMENTO E A RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ENTRE EVENTOS
Por: njfnj • 21/3/2016 • Trabalho acadêmico • 843 Palavras (4 Páginas) • 796 Visualizações
Coordenação do Curso de Psicologia[pic 1]
Teorias Comportamentais
Período Letivo: 3º - 1/2016
Professor: Paulo Roberto Cavalcanti
Aluno: Renata Cardoso da Costa P Matrícula: 11510278
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UMA ANÁLISE DO MODELO DE EXPLICAÇÃO NO BEHAVIORISMO RADICAL: O ESTATUTO DO COMPORTAMENTO E A RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ENTRE EVENTOS – LEÃO E LAURENTI, 2009
A psicologia tem encontrado dificuldades para definir um objeto único e particular de estudo. E é uma ciência que tem por finalidade estudar o comportamento humano. Jean Piaget, Kurt Koffka, e Skinner, defendem que a psicologia é a ciência do comportamento. Desta forma, cada sistema psicológico cria ferramentas conceituais para tal proposito.
O Behaviorismo Radical que tem como principal representante B. F Skinner, tem como objetivo estudar o comportamento humano. Sua explicação exibe algumas características que permitem entende-lo como um sistema próprio.
O Mentalismo é uma doutrina filosófica que atribui como “causa” do comportamento, fenômenos mentais que são de natureza especial, diferente do comportamento (Baum, 1994/2006). A mente tem como um explicativo que explica o comportamento e não o inverso. Assim, podemos classificar como explicações mentalistas todas aquelas que consideram o comportamento um subproduto de “causas” mentais, como sentimentos, intenção, vontade, expectativa, propósito, personalidade, eu iniciador, e assim por diante (Chiesa,1994/2006; Skinner, 1953/2007).
Skinner critica o mentalismo pelo menos por dois motivos : (1) por negligenciar os eventos pertencentes à historia do individuo , que poderiam explicar o comportamento , e (2) por tais explicações paralisarem a pesquisa, tomando os fenômenos mentais como os determinantes exclusivos do comportamento, não sendo mais necessário continuar a investigação. Apesar de criticar a explicação mentalista do comportamento, Skinner não parece negar a existência desses fenômenos. E para entender o que é mente, precisa primeiro considerar percepção, ideia, sentimento, intenção e muitas outras coisas. Skinner ao considerar fenômenos mentais, não se compromete com uma interpretação dualista, em que mente e comportamento são entidades distintas, separadas.
Skinner afirma que o cérebro não é a causa do comportamento, mas também requer explicação: “O cérebro é parte do corpo e o que ele faz é parte do que o corpo faz. O que o cérebro faz é parte do que precisa ser explicado”. A ciência skinneriana esta preocupada com a explicação do organismo como um todo, e não de partes isoladas.
No fisicalismo o cérebro vem para substituir a mente para explicar o comportamento. Assim o fisicalismo considera o comportamento um subproduto de processos neurofisiológicos, tomando o cérebro como “causa” do comportamento. E o que faz a mediação são os processos fisiológicos ou cerebrais. Explica “como” o corpo funciona e não o “por que” de funcionar de tal maneira.
De acordo com Skinner o comportamento é a relação entre o indivíduo e o ambiente, e para explicar o comportamento é preciso explicar essa relação. Para isso, sugere uma ferramenta conceitual, denominada contingência de reforço, que irá especificar três aspectos que devem ser considerados na explicação do comportamento: “(1) a ocasião na qual ocorreu a resposta, (2) a própria resposta e (3) as consequências reforçadoras”. A consequência passada seleciona a resposta, aumentando ou diminuindo a sua probabilidade de ocorrência. Sugere o termo ‘operante’ para definir a classe de respostas que age sobre o ambiente.
Hume mostra que é só por meio da experiência de um evento sendo regulamente seguido por outro evento que podemos fazer atribuições causais, isto é, afirmar que o primeiro é causa do segundo. o conceito de causalidade como conexão necessária pressupõe a noção de força e sugere uma relação de suficiência causal entre causa e efeito.
O sistema skinneriano emprega as noções de variável independente e dependente em substituição à noção de causa e efeito, respectivamente. Além disso, adota a noção de relação funcional de Ernst Mach em substituição à noção de conexão necessária, permitindo, com isso, descrever uma interdependência probabilística entre eventos .A substituição realça a incompatibilidade do modelo de explicação skinneriano com a concepção da metáfora da cadeia, a qual pressupõe que os eventos estão relacionados linearmente e, para tanto, devem estar contíguos no espaço e no tempo.
O comportamento operante é uma classe de respostas que produz algum efeito no ambiente gerando consequências reforçadoras. Essas consequências alteram a probabilidade de emissão de futuras respostas, tornando a ocorrência de uma resposta da mesma classe mais provável.
A relação entre estímulo discriminativo, resposta e consequência reforçadora é de interdependência mútua, ou seja, um influencia o outro de maneira probabilística: as variáveis independentes alteram a probabilidade de ocorrência de variáveis dependentes.
Para o modelo de explicação skinneriano, a relação entre os eventos não parece ser linear, mas sim, uma rede de inter-relações funcionais entre variáveis independentes e dependentes. O modelo explicativo de seleção pelas consequências sugere uma explicação histórica e não mais episódica, pois, a função dos eventos imediatos só será explicada recorrendo à história de seleção e variação do comportamento do indivíduo.
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