Um Método Perigoso
Por: ma04 • 2/8/2022 • Resenha • 1.226 Palavras (5 Páginas) • 152 Visualizações
Filme: Um Método Perigoso
Marina Cota Braga
Módulo 4
O filme “Um método perigoso” é baseado em uma história real retratada no final do século XIX e início do século XX. Apresenta uma importante comunicação: uma análise psicanalítica que enfoca a questão da técnica e da ética considerada por Freud. Devo considerar também como fato relevante do filme, as discussões dos mestres da psicanalise Sigmund Freud e Carl Gustav Jung que passou da consideração para a ruptura.
No decorrer do filme, em suas conversas e troca de cartas fica claro a discordância entre ambos e as causas que os conduziram ao rompimento. O ápice da história, que considero mencionar importante é o relacionamento emocional e sexual de Jung com sua paciente Sabina Spiebrein, e tal fato implica questões como a ética profissional, adultério e escândalos na sociedade da época, ou seja; a parte social, cultural e política. Jung era casado com uma aristocrata chamada Ema, e com ele tiveram cinco filhos.
O enredo começa com a chegada de Sabina Spiebrein, uma histérica que grita e se debate ao ser levada para uma clinica psiquiátrica em Zurique no ano de 1904. Já na sala do Dr. Jung, quem a recebeu na internação ela logo diz que não é louca. E Jung a tranquiliza dizendo que o tratamento oferecido a ela será baseado apenas em conversas diárias, com ele sentado atrás dela, tendo como única condição ela não se virar para trás para olhá-lo. O clichê da histeria continua a paciente se contorce como numa conversão histérica, mais ainda assim consegue falar.
Durante as sessões de psicoterapia, Jung foi percebendo que a causa da sua histeria estava associada com a relação que ela tinha estabelecido com o seu pai no decorrer da sua infância. Aqui percebemos como Freud e Jung tinham formas diferentes de pensar. Enquanto Freud era mais objetivo e seguia com a sua psicanálise; Jung era mais ousado e demonstrava igualmente a sua teoria. O embate de Jung e Freud se encontrava na “libido”; Jung não aceitava a predominância da sexualidade no desenvolvimento humano, e Freud não admitia o lado místico que Jung analisava como “fenômenos parapsicológicos”. O filme demonstra a instabilidade de Jung quanto à ética de suas atitudes em relação a sua paciente Sabina, o caso de amor durante o tratamento. Esse relacionamento teve a interferência e incentivo de Otto Gross, um psiquiatra considerado com perturbações neurológicas. No tratamento de Sabina aparece a implicação da segunda tópica freudiana que é a existência do ID, EGO e SUPEREGO, tendo em vista que a paciente reprime (mecanismo de defesa) aquilo que o inconsciente quer trazer à tona: instintos sexuais.
Freud diz: “Sem dúvida o destino acharia mais fácil do que eu aliviá-lo de sua doença. Mas você poderá convencer-se de que haverá muito a ganhar se conseguirmos transformar seu sofrimento histérico numa infelicidade comum. Com uma vida mental restituída à saúde, você estará mais bem armado contra essa infelicidade”.
Sigmund Freud em suas pesquisas sobre a origem das neuroses deparou-se com os vestígios da infância, que refletiam nos sintomas que induziam os indivíduos à análise. Os pensamentos e desejos recalcados muitas vezes transformam em perturbações sexuais que começam na infância e marcam de forma profunda toda existência do sujeito. A sexualidade é como o pilar da vida psíquica de uma pessoa e lá no inicio da inocência serão encontradas.
No filme, a obra que fala muito sobre a vida de Jung com Freud, entre outros temas como histeria, bloqueios, repressão sexual, discorreu também sobre um dos principais preceitos de Freud, como já mencionado acima: que analista e paciente não se envolvem. O que não aconteceu com Jung que, trapaceia por cima desse pensamento se relacionando com a paciente além do esperado. Segundo Freud, a falta de ética profissional atrapalha o bom êxito da terapia. O analista tem o dever de abdicar-se dos “desejos”. Jung, porém, entrou em conflito por uma forte atração que não conseguiu fugir.
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