Vínculo Afetivo - Mãe e Bebê
Por: Erick Morinaga • 2/10/2019 • Artigo • 3.019 Palavras (13 Páginas) • 209 Visualizações
Vínculo Afetivo – Mãe e Bebê
Erick Ricardo Morinaga da Cruz
Natasha Gomes Vilela
Rayany da Silva Fontinel Cantuário
Suieny Gracielly Nunes de Souza
Orientador: Maurício Valadão
GOIÂNIA
2017/2
RESUMO
INTRODUÇÃO
A relação do vínculo entre a mãe o bebê vai se constituindo desde o ventre materno, tem como influencia as expectativas que ela cria sobre o bebê, as experiências durante a gestação e a interação estabelecida com o bebê.
O sexo é um dos principais aspectos para se conhecer o bebê antes de seu nascimento (Grace, 1984), e por isso carrega muitos simbolismos (Szejer & Stewart, 1997). Muitas gestantes desejam conhecer o sexo do seu bebê ainda na gestação (Fonseca, Magalhães, Papich, Dias & Schimidt, 2000), principalmente aquelas que já têm filhos ou que estão diante de uma gravidez não planejada (Villeneuve, Laroche, Lippman & Marrache, 1988). Conhecer o sexo do bebê antes do nascimento possibilita reconhecê-lo de outra forma, podendo nomeá-lo e torná-lo menos desconhecido (Klaus & Kennel, 1992; Raphael-Leff, 1991; Szejer & Stewart, 1997), e assim facilitar o encontro com o bebê real (Brazelton & Cramer, 1992).
Nos últimos anos, um crescente número de pesquisas (Correia & Linhares, 2007; Piccinini, Marin, Alvarenga,Lopes, & Tudge, 2007; Watcher, 2002) têm estudado os processos através dos quais as pessoas estruturam, desenvolvem e mantêm laços afetivos ao longo do ciclo vital.
Nessa perspectiva, encontra-se a teoria do apego, igualmente nomeada como teoria da vinculação, formulada por Bowlby (1969/1984). Trata-se de uma concepção teórica do desenvolvimento sócio-emocional que considera a existência de uma necessidade humana inata para formar laços afetivos íntimos com pessoas significativas. Essa propensão já estaria presente no neonato em forma embrionária e continuaria na infância, vida adulta e velhice.
Esta pesquisa tem como objetivo identificar as principais mudanças afetivas da mãe com o bebê durante a gestação. O vínculo materno, nesta pesquisa, será compreendido na perspectiva do vínculo afetivo envolvendo emoções e sentimentos mãe-bebê. O momento da gravidez, segundo Dickstein, Maldonado e Nahoum (1985), pode ser considerado uma das etapas do desenvolvimento da mulher de extrema relevância. Verificamos nas duas gestantes que o vínculo materno foi identificado desde o momento em que a gravidez foi confirmada.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, utilizando-se da técnica de análise de conteúdo de Bardin (2011). Utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturado. A coleta de dados foi realizada no período de Agosto à Novembro de 2017.
Participaram do estudo duas grávidas, com diferença de 2 semanas de gestação, ambas na primeira gravidez. Sendo a grávida 1 mãe solteira, com gravidez não planejada. A grávida 2, casada, com a gravidez planejada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Grávida 01
FAMÍLIA
Como você se sentiu ao contar da sua gravidez para seus pais? | Com o meu pai foi bem tranquilo, mas para a minha mãe foi bem complicado, porque tínhamos outros planos, que não incluíam a gravidez agora. |
Quais foram suas primeiras impressões sobre o bebê? | Eu achava que era menina, só descobri o sexo com quase seis meses, e porque a minha mãe foi e ele resolveu abrir as pernas. |
Você tem o teve algum suporte da sua família durante a gravidez até o atual momento? | No começo eu achei que minha mãe ia tentar me matar, ela até falou um monte, mas agora ela me ajuda bastante. O apoio da família nessa hora é muito importante e talvez se eu não tivesse tanto apoio da minha mãe seria muito mais complicado. Minha mãe é um pouco seca, mas o momento q eu percebi que ela realmente aceitou a gravidez, foi quando ela trouxe uma roupinha de presente pra ele. Meu pai, eu achei que ele não fosse ser tão tranquilo, mas ele aceitou numa boa, e chama ele de meu netinho todo dia. |
Diante desse comportamento dele, como você acredita que será quando o bebê nascer? | Espero que melhore. Mas acredito que vai continuar assim, acho que ele vai ajudar financeiramente, mas vai ser um pai ausente. |
Frequência: 4
Grávida 02
FAMÍLIA
Como você se sentiu ao contar da gravidez para os seus pais? | Foi uma alegria. Eu liguei pra minha mãe falei que ela foi promovida. Ela disse: "A avó?!" |
Quando você teve certeza da gravidez? | Nós tínhamos feito o teste uma semana antes e tinha dado negativo. No domingo fui almoçar na casa da minha mãe, ela me falou assim: "Pode fazer o teste que você está grávida. Eu sonhei e é uma menina." Na quarta feira eu fiz o teste de gravidez e o de sangue, e deu positivo. |
Para o esposo: Você sempre esteve do lado dela? | Marido: Sempre. No início da gestação, ela me ligou que estava com um pequeno sangramento, eu fiquei preocupado e fui levar ela ao médico, quando me lembrei de avisar meu encarregado eu já estava com ela no médico. |
Como seu amor se desenvolveu pelo bebê? | No primeiro ultrassom, a hora que a médica mostrou o coração, você tem a certeza. Minha mãe chorou, eu o meu esposo também choramos. |
Para o pai: Quando você realmente teve a certeza que sua esposa estava grávida? | Quando a barriga começou a aparecer. Quando planejamos a gravidez é uma coisa, mas aí quando se tem a certeza é que você realmente começa a planejar, a gente pensa onde vai ser o parto, como vai fazer com a distância, com quem a neném vai ficar quando ela volta a trabalhar. |
Estão ansiosos com a chegada do bebê? | Ele (o pai) fica o tempo todo conversando com ela na minha barriga. Terminamos de montar o quarto dela agora, e estamos terminando o enxoval. |
Você teve apoio da sua família? | Tive um apoio maior do que eu imaginava. A minha mãe disse que ela não vai chamá-la de vó, é mãezinha. |
Frequência: 7
...