A CONFIGURAÇÃO DA FAMILIA E SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE
Por: rosemarymg • 10/5/2015 • Seminário • 1.490 Palavras (6 Páginas) • 161 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Ao falar sobre a família é indispensável falar sobre a importância desta na vida do ser humano, a família está envolvida com a evolução da sociedade e nos afeta direta e indiretamente e por isso é tão importante discutir sobre como essa instituição tão importante afeta nossas vidas e quais aspectos estão relacionados à família e a sociedade.
A instituição da família foi se transformando ao longo do tempo desde sua origem, em contrapartida com a evolução da sociedade e dos indivíduos. A família passou por diversas mudanças para se adequar aos novos costumes da sociedade. Durante esse processo vários fatores influenciam e tem papel determinante para essas mudanças.
O objetivo dessa reflexão é identificar quais fatores e como eles influenciaram a transformação da família ao longo desse tempo.
2 A CONFIGURAÇÃO DA FAMILIA E SUA RELAÇÃO COM A SOCIEDADE
A família é considerada uma das instituições mais antigas, desde os primórdios a tradicional família formada pela figura do pai, da mãe e dos filhos, instituída como a família denominada família nuclear ou elementar, vem se modificando ao longo do tempo, como também o seu conceito, definição e função social. A família desde sempre exerceu um papel fundamental na sociedade, sendo responsável por promover a educação dos filhos, transmitir valores morais e sociais, tradições e costumes que servem de base para a formação e desenvolvimento do individuo e influenciando diretamente seu comportamento perante a sociedade. Em suma, por muito tempo a configuração da família tradicional e sua função foi considera o pilar da sociedade. Porém esse conceito vem sofrendo um processo de mutação ao longo do tempo e analisando a linha do tempo é possível identificar períodos e fatores decisivos que impulsionaram essas mudanças e atuaram como um divisor de águas no processo de mutação da família.
Dependendo do momento histórico dos acontecimentos políticos e dos interesses por eles despertados, há uma determinada composição histórica, social e econômica que, de certa forma, determina ou impõe um certo modelo de família. (SIMÕES e HASHIMOTO, 2011, p. 6).
2.1 O PROCESSO DE MODIFICAÇÃO DA FAMILIA
Segundo analise de Roudinesco (2003) sobre a transformação da família citada por (SIMÕES e HASHIMOTO, 2011), no inicio do século XIX deu-se inicio no processo de modificação da família, lembrando que a economia interfere como fator determinante na influencia desse processo. A configuração da família tradicional patriarca sob a panorâmica da época baseada na autoridade da Igreja sobre a sociedade sofre uma mutação com a revolução burguesa, onde a autoridade da Igreja é substituída pela autoridade do Estado, dessa forma uma nova configuração da família se institui influenciada pela economia. Agora a família tradicional se transforma na família econômica burguesa, que tem como principio a liderança do marido, a submissão da esposa e a dependência dos filhos, porém o poder paterno a se submeter ao Estado e suas leis.
Com o aumento do divorcio surge o conceito da família recomposta por cônjuges que se separaram e se casaram novamente formando uma segunda família com filhos do primeiro casamento e também do segundo casamento. Mais tarde na França surge um novo modelo de família composto apenas pela mãe, designada popularmente como “mãe solteira” esse modelo fica instituído como “família monoparental”. Essa nova configuração muda drasticamente a composição da família e a partir de então os preceitos para a formação e concepção das relações e da família vão alterando os costumes da sociedade, nesse novo contexto o “casamento burguês” predominantemente instituído pela sociedade para a constituição da família tradicional, é então aos poucos substituído pelo “casamento romântico” com o amor em primeiro plano nesta nova conjuntura da família e das relações.
2.2 A MULHER E A RELAÇÃO FAMÍLIA-TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
Algumas tendências do mercado de trabalho nos anos 80 se repetem nos anos 90, como o elevado nível de desemprego e trabalho informal. As transformações da economia e do mercado de trabalho na década de 90, associadas aos períodos de recessão e expansão com a reestruturação produtiva e as oscilações do nível de atividade econômica no decorrer dos anos 1981 – 1996 interferem diretamente a capacidade da geração de emprego nos demais setores econômicos, levando a uma diminuição dos postos de trabalho, principalmente no setor industrial.
Segundo Montali (1998), o processo de reestruturação produtiva, impulsionado pelo desemprego, observando uma maior redução das oportunidades de trabalho principalmente para homens, sendo que o setor de serviços no qual concentra mais oportunidades para mulheres continuou crescendo mesmo no período de recessão, enquanto que o setor industrial ocupado em sua maioria por homens sofreu maior impacto devido ao processo de industrialização substituindo os homens por novos equipamentos. Esse processo coloca a insere a mulher na conjuntura do orçamento familiar e ao mesmo tempo dispõem sobre um novo papel dessa mulher na família. É nesse momento que é dado o passo principal no processo da nova configuração da família que se assemelha a configuração da família de hoje.
Ambas as tendências verificadas no mercado de trabalho no decorrer da reestruturação das atividades econômicas na Região Metropolitana de São Paulo – redução do emprego masculino e preservação do emprego feminino – guardam relação com a divisão sexual do trabalho. Como já mencionado anteriormente, existe uma “sexualização” do trabalho das ocupações, ou seja, existem funções e setores de atividade que concentram diferencialmente homens e mulheres (BRUSCHINI,1994). A divisão sexual do trabalho através de conteúdos históricos e culturais. (MONTALI, RBCS, Vol. 15 nº 42 Fevereiro/2000, p. 63).
Levando em consideração que no passado o homem era o único provedor da família e a mulher era a
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