A CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA MARXISTA PARA A FORMAÇÃO DA ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL
Por: neide27 • 12/12/2017 • Artigo • 3.883 Palavras (16 Páginas) • 430 Visualizações
A CONTRIBUIÇÃO DA TEORIA MARXISTA PARA A FORMAÇÃO DA ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL
Componente: Jayne Araújo Paiva [1]
Componente: Juma Valessa Jansen Silva [2]
Componente: Karollayne Suelly Soares de S. Lustosa
Componente: Taisa Paz
Componente: Taisa Paz Araújo[3]
Componente: Vanessa de Araújo Almeida [4]
Componente: Wilcineide Fortes Carvalho [5]
RESUMO
Este estudo objetiva abordar a contribuição da teoria marxista para a formação da ética do Serviço Social, destacando que a teoria de Marx foi de suma importância para que os profissionais repensassem sua prática profissional e desta maneira construir atitudes voltadas para a emancipação e autonomia da classe trabalhadora. Assim, para realizar tal estudo primeiramente destaca-se o conceito de ética, para posteriormente discutir a consolidação dos códigos de ética na atuação profissional do Assistente Social. Depois de realizada essa abordagem, o mesmo destaca as principais contribuições da teoria de Marx para a ética do Serviço Social.
Palavras- chave: Ética. Marxismo. Marx. Serviço Social.
ABSTRACT
This article aims to present and discuss the Marxist contribution to the formation of ethics of social work , realizing that Marx's theory was of great importance to the professional category rethink professional practice and so seek a way to build a dedicated practice for the emancipation and autonomy of the working class . Thus , at first it emphasizes the concept of ethics, making a relationship between ethics and morals and later discusses briefly the ethical codes as a way to explain the importance of ethics for social work . Finally, a specific approach to the object of this study is done by pointing the main contributions of Marx's theory to the ethics of social work.
Keywords: Ethics. Marxism. Marx. Social Service.
1 INTRODUÇÃO
Compreendendo a importância da Ética para o exercício profissional, esse artigo tem como objetivo geral discutir sobre a importância da teoria de Marx, para a construção da ética do Serviço Social, além disso, tem-se como objetivos específicos, apresentar e analisar o conceito de Ética e identificar como ela veio se consolidando no âmbito da profissão de Serviço Social, destacando assim as principais mudanças ocorridas a cada elaboração de um novo código de ética até se chegar ao código vigente.
Com isso, aborda-se o marxismo, buscando compreender como a teoria de Marx foi sendo apreendida pelo Serviço Social, visto que no primeiro momento houve a apropriação de uma teoria marxista vulgar, uma vez que ela não foi compreendida pelos estudiosos e profissionais da área na sua totalidade, ocorrendo assim, a apropriação equivocada da teoria, o que retardou algumas mudanças que mais na frente foram cruciais para profissão.
Nesse sentido, acredita-se que esse artigo pode propiciar um olhar mais abrangente acerca da contribuição de Marx para o Serviço Social. Contudo, explica-se que esse trabalho é de caráter bibliográfico e de natureza qualitativa, fundamenta-se em autores como Barroco (2008; 2010); Vazquez (2005); Netto (1996), dentre outros que foram de grande relevância para a compreensão do objeto de estudo.
2 Compreendendo o significado da Ética para o Serviço Social
A preocupação com a ética não é algo específico da profissão de Serviço Social, outras áreas do conhecimento já vem a muitos anos estudando e buscando o conceito e uma ética que ofereça fundamentos para a prática profissional. Nesses termos Vasquez (2005, p.23) define Ética como “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano”.
A relação apontada pelo autor remete a outra particularidade da ética, sua relação sócio-histórica com a moral, essa que é entendida como conjunto dos princípios, normas, valores de uma época ou de uma determinada sociedade. A moral tem relação com as normas de comportamentos adotadas ou personalidade humana, enquanto a ética, de forma mais analítica, quer dizer “modo de ser” ou “caráter” segundo o estilo de viver apreendido pelo o enquanto meio de vida também assimilado e adotado pelo homem. (VASQUEZ, 2005).
Assim, observa-se que embora a moral complementa a ética, elas não podem ser confundidas, pois trata-se de terrenos e discussões diferentes. Nesse sentido, Barroco (2010) revela que a ética impõe condições à aplicabilidade, visto que ela exige que o indivíduo assuma responsabilidades ético-morais, mais precisamente no que tange as suas escolhas, uma vez que essas escolhas podem trazer consequências (boas ou ruins) tanto para o profissional quanto para as pessoas envolvidas nessa ação, essas pessoas envolvidas devem ter seus direitos assegurados.
Para a autora, todas as capacidades humanas se associam e se completam organicamente, podendo uma habilidade ser medida pela outra, contudo, em todo exercício ético a escolha de métodos se faz necessária, porém é preciso um nível de consciência elevado, para compreender que toda a ação envolve sujeitos e responsabilidades diversas. Por isso a ética é atribuída à ação moral, pois é ela que por meio de intervenções éticas com liberdade, sociabilidade, alteridade e compromisso consegue objetivar a ação.
Todavia, Vasquez (2005) revela é preciso se ter claro que a ética perpassa também o terreno científico, se relacionando assim com outras ciências como a filosofia, a psicologia, antropologia, sociologia, dentre outras que buscam uma explicação e/ou uma base para o comportamento humano. Desse modo, a ética científica apropria-se dessas ciências para compreender as relações sociais que envolvem o sujeito, além de tentar buscar como o indivíduo adquire a concepção de liberdade, responsabilidade e necessidade. Nesse sentido, destaca-se que:
A ética se conecta de forma intrínseca com outras ciências humanas, ou ciências sociais, uma vez que a reação moral é apenas um modo peculiar do comportamento humano, que podem ser manifestadas de diversas maneiras: psicológico, social, prático-utilitário, jurídico, religioso ou estético. Porém esse vínculo da ética com outras ciências humanas ou sociais, fundamentada na estreita relação dos diversos modos de conduta humana, não pode ser dissociado do seu objeto específico, particular, enquanto ciência do comportamento moral. (VASZQUEZ, 2001, p.34).
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