As Cotas na UNB
Por: gb171 • 14/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.150 Palavras (5 Páginas) • 208 Visualizações
Em 2004 a Universidade de Brasília (UNB) adotou o sistema de cotas raciais em seus vestibulares, onde 20% das vagas foras destinadas a afrodescendentes, porém a medida tomada nunca foi consenso, gerou polemica e ações na justiça. Até que em 2009 uma ação sobre essa medida foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Um documentário realizado na universidade chamado “Raça Humana”, nos mostram a rotina da universidade e das pessoas que lutam a favor e contra o emprego das cotas raciais.
Nesse documentário vemos vários relatos de pessoas que se posicionam sobre o assunto, como o de uns dos principais protagonistas João Nogueira, cotista na UNB e cursa pedagogia. João viu nesse programa uma oportunidade de concorrer com igualdade com outros negros que segundo ele estão historicamente nas mesmas condições que ele e assim seria uma concorrência justa com todos dessa categoria. Mas seu relato e contraposto pela professora de direito constitucional Roberta Fragoso, que afirma que a adoção do programa de cotas torna a UNB uma universidade racionalizada e assim não estaria promovendo a igualdade e sim pelo contrário, estaria formando duas categorias distintas, a professora ainda sugere que os negros sejam integrados de outra forma na universidade que não fosse o sistema de cotas.
Dentro da própria UNB professores se posicionam de maneiras distintas sobre os cotistas, como os professores Marcelo Hermes e José Jorge, que afirmam respectivamente que o vestibular mede a inteligência e a inteligência não é afetada pela quantidade de melanina que o indivíduo possui; e que um grupo racial reduziu o outro grupo racial á 1% no mundo acadêmico, portanto se não tivermos cotas na graduação como o indivíduo chegaria ao topo com essa desigualdade. Também dentro da UNB alunos que são a favor e contra as cotas se reúnem para discutir o tema, e o que vemos são pessoas que de um lado alegam a falta de estrutura e oportunidade que eles e seus familiares tiveram, e que viram no programa de cotas um meio igualitário de ingressar em uma universidade, e não uma forma racista de expressão, pois segundo eles as cotas não dão destaque a um grupo e sim. E de outro lado no encontro das pessoas que são contra as cotas vemos pessoas com um Estereótipo bem diferente dos cotistas, eles alegam que muitos utilizam das cotas como meio facilitador e não porque não tiveram uma boa base escolar ou oportunidades como todos e usam a constituição brasileira contra esse sistema de cotas, pois nela o racismo e abominado, e um sistema que reserva vagas a negros e demais cotistas é racista segundo eles, rasgando assim a constituição.
Não foi por acaso que a UNB aderiu o sistema de cotas, ouve um incindente que motivou isso. O “caso Ari” é assim chamado justamente pela hostilidade aberta que o aluno Arivaldo de Lima Alves, sofreu dentro do Departamento de Antropologia da UnB. Em 1998 foi vítima de um incidente racial. Quando era aluno do doutorado em Antropologia na Universidade de Brasília, Arivaldo foi reprovado em uma matéria obrigatória, sendo que tinha tirado nota dez em todas as outras. Foi constatado, então, que ele era o primeiro aluno negro em 20 anos de doutorado na UnB e que ninguém havia sido reprovado naquela matéria. O professor disse a ele que se ele pedisse revisão de nota ele seria reprovado novamente, e esse mesmo professor não conseguiu justificar academicamente o porquê da reprovação desse aluno. E a partir da conclusão de que o ambiente não era favorável e amigável a os negros que a proposta do sistema de cotas surgiu, e em 2003 os programas de cotas foi aprovado, e em 2004 passou a ser usado na UNB. Como já citado anteriormente essa decisão não foi aceita por todos, professores e alunos da |UNB não concordaram com o emprego das cotas, e alegam que a decisão não foi democrática que não foram ouvidas todas as opiniões antes da decisão ser tomada. Até que seis anos depois o partido Democratas foram ao STF pelo fim das cotas raciais na UNB. Ato esse que gerou uma reação popular, e em outubro de 2009 estudantes cotistas juntamente com ONGs fizeram movimentos pedindo que respeitem seus direitos de ir a uma universidade e lutando contra a perseguição da raça negra.
Esse assunto chegou até a câmara dos deputados, gerou muita polemica e desavenças, argumentos racistas foram usados por aqueles que se dizem representantes do povo, onde esses deveriam lutar e ser exemplo da defesa do bem comum do povo, da igualdade e reconhecimento que nosso sistema constitucional e educacional é falho e não proporciona a todos com igualdade. As cotas não privilegiam os negros, pardos e indígenas, elas só os colocam a partir da inclusão nos lugares onde eles poderão desfrutar de uma boa educação e assim conquistar o auge desejado assim como todos. Fomos das senzalas às favelas. A maioria da população negra é pobre por conta da herança escravocrata, que deve ser reparada.
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