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JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Por:   •  31/1/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.964 Palavras (16 Páginas)  •  294 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS - CESA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

CLAUDEÍZA COELHO CARVALHO DA COSTA[1]

JUVENTUDE E EDUCAÇÃO SUPERIOR

Artigo científico apresentado ao curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará, como nota parcial para disciplina de Sociologia da Juventude, sob orientação da Prof. Teresa Cristina Esmeraldo Bezerra.

FORTALEZA - CEARÁ

2016


RESUMO[pic 2]

No presente artigo busca-se fazer uma breve revisão de literatura sobre juventudes, assim como, sua relação com a educação superior na contemporaneidade. Juventude é uma categoria de análise nas diversas áreas de conhecimento. Entendem juventude como uma construção social e cultural, que vai além de fatores biológicos e jurídicos. A condição de liminaridade, transitoriedade, é o que caracteriza a condição de jovem para alguns autores. Atualmente a noção de “juventudes” é usada, pois há uma realidade plural e multifacetada ao se abordar sobre jovens. A juventude é repleta de rituais que simbolizam sua entrada ou saída, que são vistos como etapas para chegar à vida adulta, um desses ritos é a inserção no mundo acadêmico superior, universitário. No entanto, ela não aparece como dever do Estado e muitas juventudes acabam sem ter de fato a garantia desse direito. O total de alunos matriculados na educação superior brasileira já ultrapassou a marca de 7 milhões, embora a grande parcela seja em instituições de ensino privado. Existem várias juventudes com suas especificidades convivendo na universidade, perpassadas por questões de classe, etnia, ideologia.

Palavras chaves: Juventudes; Educação Superior; Jovens.


ABSTRATCT

In this article we seek to make a brief literature review on youth as well as their relationship to higher education in the contemporary world. They understand youth as a social and cultural construction that goes beyond biological and legal factors. The condition of liminality, transience, is what characterizes the condition young for some authors. Currently the notion of "youths" is used because there is a plural and multifaceted reality to be addressed on young people. Youth is full of rituals that symbolize their entry and exit, which are seen as steps to reach adulthood, one of these rites is the inclusion in the academic world, university.  However, it does not appear as a duty of the state and many youths end up without actually ensuring this right. The total number of students enrolled in Brazilian higher education has surpassed the 7 million mark, although large portion is in private educational institutions. There are several youths with their specific living at university, laden with issues of class, ethnicity, ideology.

Key words: Youth; College education; Young


  1. INTRODUÇÃO

O tema juventude é bastante vasto e pode ser analisado de diferentes ângulos. Nesse artigo procura-se fazer uma revisão de literatura sobre “juventude” e sua relação com a educação superior. Contextualizando a educação superior na atualidade e como os jovens se inserem nesse espaço.  

Para subsidiar as discussões, será utilizada bibliografia da disciplina de Sociologia da Juventude, em especial os autores: Levi e Schmitt (1996) e Canevacci (2005), Sampaio (1995), Bourdieu (1978), Morin (1997) e Canevacci (2005). Foram utilizados alguns autores trabalhados na monografia da autora que discutem o Ensino Superior.

O artigo foi dividido em três partes para uma melhor compreensão. Na primeira parte, Juventudes, aborda-se brevemente sobre o que é juventude e os principais debates em torno no tema.

No segundo tópico, Educação Superior, faz-se uma breve analise do ensino superior no Brasil, apontando as condições de sua criação e debates atuais que apontam uma precarização do ensino público e a ascensão do ensino privado.

E na terceira e última parte, Juventudes e Educação Superior, procura-se apontar como as juventudes estão vivenciando o ensino superior no Brasil.

  1. DESENVOLVIMENTO
  1. Juventudes

No Brasil, atualmente, para fins legais e estatísticos são considerados jovens, segundo a Lei N° 12.852, de 5 de agosto de 2013 que institui o Estatuto da Juventude, aquelas pessoas com entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.

De acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE (2015), em 2004 o grupo dos jovens de 15 a 29 anos de idade correspondia a 27,3% da população, passando a 24,1%, em 2014, o que corresponde a 48.850.700 jovens. Segundo o instituto a perspectiva é que a pirâmide etária brasileira mude e em 2060 o percentual de jovens seja 15,3% da população.

No entanto, como afirma diversos autores dentre eles, Levi e Schmitt (1996) e Canevacci (2005), a análise sobre juventude não pode ser pautada em questões etária, fisiológica ou demográfica já que o fenômeno das juventudes foge as estatísticas. Nem, tão pouco delimitada por tipificações jurídicas legais, como os estatutos. Há um debate que extrapola essas concepções estáticas e definidas sobre juventude, pautando-se em diversos argumentos, como serão expostos brevemente a seguir.  

Segundo Cardoso e Sampaio (1995) juventude é uma categoria de analise antiga nas ciências sociais e antropologia. As autoras apontam que por alguns anos o debate a cerca dessa categoria apresentou duas tendências se opõem: uma é a ideia mais geral de juventude e a outra que valoriza a especificidade das experiências juvenis.

Segundo as autoras, uma das noções fortemente trabalhadas nessa época é a discussão de juventude a partir da perspectiva geracional-biológica. Essa perspectiva buscava uma unidade geracional e o potencial de mudança dessa juventude, embora reconhecesse que existiam algumas diferenciações dentro dela. Outros estudiosos criticavam essa visão, ao defenderem o caráter diversificado e fragmentado dessa juventude. Assim, as autoras afirmam que

[...] esses estudos têm como pressuposto a ideia de que a experiência juvenil não é um fenômeno meramente geracional, mas que implica fazer parte de grupos sociais e culturais específicos. Ou seja, juventude só pode ser entendida em sua especificidade, em termos de segmentos de grupos sociais mais amplos. Os jovens passam, assim, a ser vinculados às suas experiências concretas de vida e adjetivados de acordo com o lugar que ocupa na sociedade [...] (CARDOSO; SAMPAIO, 1995, p. 18)

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