Movimentos Sociais
Por: Mila Pelucio • 22/10/2015 • Dissertação • 1.076 Palavras (5 Páginas) • 185 Visualizações
68: A PAIXÃO DE UMA UTOPIA
O início da ditadura militar foi marcado por intensas mudanças na sociedade em geral, seus costumes e práticas. O ano de 68 foi de extrema importância também ao movimento estudantil (composto basicamente por filhos de indivíduos da classe média). Queriam que houvesse um maior financiamento para a educação a fim de melhorar as estruturas como um todo das escolas e universidades e também aumentar o acesso de estudantes às universidades por meio de ações voltadas às pessoas mais pobres. Um marco da época foi a luta dos estudantes em prol do Calabouço, que tinha uma bandeira com um garfo e uma faca se cruzando em cima de um livro, representando duas fomes existentes, a da comida em si e a do conhecimento. Esses estudantes que participavam dos movimentos desejavam ter uma voz maior e uma atuação mais forte na organização das políticas e certas decisões que fossem sendo tomadas. Tais movimentos foram ficando cada vez mais intensos até que atingiram um nível de rebelião.
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Logo quando realizaram o golpe militar, certos partidos mais radicais queimaram o prédio da UNE no RJ e, nessa mesma época, foi aprovada a Lei Suplicy. Além disso, a classe média percebeu que o novo regime implementado estava a afetando também, inclusive financeiramente, e isso estimulou ainda mais o tal movimento estudantil.
65
O movimento surgiu primeiramente em 65, por meio de ações como vaias ao Castelo Branco, plebiscito sobre a Lei Suplicy em que os estudantes preferiram preservar suas identidades fora do âmbito governamental, uma pequena passeata em função do AI 2 (procurar saber o que foi) e uma luta em Brasília para proteger sua universidade em função das políticas do Estado.
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No ano seguinte, a UNE se encontrou secretamente e elegeu uma nova diretoria, e no nono mês ocorreu a Setembrada, ou seja, diversas manifestações feitas em várias cidades do país devido ao fato de que ocorreu uma invasão policial na faculdade de medicina da UFRJ em que os policiais espancaram e prenderam alunos.
67
Em 67 a UNE continuava a sua reunião secreta e até organizou um congresso em SP. O movimento estava se expandindo pelo Brasil. Percebiam cada vez mais que seus objetivos eram opostos aos dos governantes.
68
Em 68 foi realizado um conselho Nacional por meio da UNE para organizar como seria seu modo de atuação, e o escolhido foi priorizar a luta nas escolas e as necessidades imediatas que surgiram nelas e nas universidades.
Em janeiro e fevereiro de 68 houvera, reivindicações a respeito do Calabouço e sua qualidade.
Em março o movimento cresceu em SP, até que diversos estudantes de filosofia da USP, da Fundação Getúlio Vargas e da PUC acamparam em suas reitorias. No dia 28 de março os estudantes estavam realizando uma manifestação em prol do restaurante do RJ, porém a polícia invadiu o lugar para amenizar o movimento e a violência foi tanta que até mataram Edson Luís e deixaram outros tantos estudantes feridos. Os manifestantes levaram o corpo do morto para a Assembleia Legislativa para que o mesmo não sumisse e lá acamparam. O governo, então, tirou os policiais da rua, porém houveram outros conflitos como o ocorrido em Goiânia, em que mais um estudante foi assassinado.
No dia em que foi realizada a missa de sétimo dia de Edson, 4 de abril, na Igreja Candelária, a polícia atacou novamente uma série de pessoas. Nos outros messes o movimento foi se fortalecendo mais, inclusive no que diz respeito à preparação de suas reivindicações e, nesse quesito a polícia educacional foi fortemente criticada.
No dia 5 de junho, cerca de 16 mil de estudantes entraram em greve. No dia 7, a partir de uma reunião feita na reitoria da USP, discutiram pautas e ações específicas e até debates com o Ministério da Educação foram pensados. Desse modo, as lutas foram cada vez mais se organizando, fortalecendo e legitimando.
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