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O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE

Por:   •  3/6/2020  •  Artigo  •  3.340 Palavras (14 Páginas)  •  363 Visualizações

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O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORAINEIDADE

Caroline Eliane[1]

Ivana N. de A. Rito[2]

RESUMO: O Movimento de Reconceituação é uma descontinuidade das práticas tradicionais, florescendo o olhar crítico dentro da profissão, capaz de agir em desafios colocados ao profissional. O presente artigo tem como objetivo conduzir a trajetória do Serviço Social brasileiro, refletindo seus acontecimentos primordiais, documentos e seminários, que efetivaram o desenvolvimento do Serviço Social enquanto profissão. Percebe-se que este movimento foi um grande marco na história do Serviço Social e seus profissionais, mudando totalmente a ideia que o culpado pelas questões sociais era o mesmo, o pobre era visto como o autor de sua crise tanto psicológica, como financeira. Este artigo tem como fundamento pesquisas bibliográficas, permitindo um amplo acesso e entendimento sobre as práticas profissionais a respeito do Serviço Social até a contemporaneidade.

PALAVRAS-CHAVE: Movimento de Reconceituação; Serviço Social; Práticas Tradicionais; Contemporaneidade.

ABSTRACT: The Reconceptual Movement is a discontinuity of the teaching arts, which promotes the critical eye within the profession, capable of acting in challenges prior to the professional. This article aims at the trajectory of the Brazilian Social Service, reflecting its primary events, documents and seminars, which have made the development of Social Service a profession. It is perceived that this movement was a milestone in the history of Social service and its professionals, totally changing the idea that it was directed to social media was the same, the poor was seen as the author of his crisis as psychological, as financial. This article aims to search bibliographies, activate a wide access and configure the professional practices of respect of Social Service until the contemporaneity.

KEYWORD: Reconceivation Movement; Social service; Traditional Practices; Contemporaneity.

1– INTRODUÇÃO

O Movimento de Reconceituação foi um momento de extrema importância na história do Serviço Social, não apenas no Brasil, mas como em toda América Latina. Foi um momento de reflexão e abertura de novos horizontes na profissão, possibilitando o amplo questionamento nas práticas, teorias, ética e metodologia, sendo assim, o rompimento do conservadorismo profissional.

Este movimento surgiu através da precariedade que se encontrava na sociedade, onde, pessoas não tinham mais sua dignidade, se escondendo e perdendo totalmente a visão de Democracia no Brasil. Neste contexto, ocorreu muitos encontros, pautados na discussão do Serviço Social brasileiro, para a interpretação/intervenção na realidade social. Este movimento se iniciou em 1960 a partir da ditadura militar, pois, os países da América Latina se encontravam subordinados ao capitalismo mundial, fazendo com que, a população iniciasse uma efervescência dos movimentos sociais, lutando por melhores condições de vida, trabalho, por uma revisão ideológica/política dentro de seus países.

No Trabalho busca-se apresentar todo o contexto histórico do Serviço Social, encadeando os motivos pelo qual se deu esse movimento. Colocando em ênfase três partes cruciais em toda a jornada, apresentando as perspectivas que Paulo Netto fala sobre a renovação do Serviço Social. Por fim, ao analisar as bibliografias, o passado e o presente, percebe-se todo o processo colocado em prática, a precariedade da situação e como os profissionais de Serviço Social, logo, iniciam uma objeção, rompendo a questão da neutralidade e colocando em ênfase O Movimento de Reconceituação.

2 – O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO: BREVE HISTÓRICO

O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, ligado à Igreja, conduzia uma forma de assistencialismo. O pais passava por uma fase agitada, onde a burguesia não estava dando conta da pobreza e as manifestações de trabalhadores, que reivindicava melhores condições no âmbito do trabalho. Assim, inquieto com a situação, afim de manter seus interesses e a exploração na força de trabalho, a burguesia junto ao Estado, firmaram forças para conter a classe operária, mantendo a harmonia social.

A Igreja iniciou um processo de assistencialismo formado por “Damas da Sociedade” exercendo ações sociais. Deu-se início a dois processos, que, gerariam condições sócio-históricas necessárias, para que, a profissão iniciasse sua jornada no cenário brasileiro.

O primeiro processo destaca-se o redimensionamento do Estado, entrando em uma fase monopólica. Tendo as evidencias das políticas como elemento prático e estratégico da ordem monopolista, constituindo os interesses da burguesia, despertando as múltiplas questões sociais.

O segundo processo está relacionado à Igreja e sua busca pela aproximação do Estado, doutrinada para uma busca pela reforma social, imediatamente, a Igreja procura fazer uma intervenção social.

No que se refere à Doutrina Social da Igreja merecem destaque nesse contexto as encíclicas ‘Rerum Novarum’ do Papa Leão XIII de 1891, que vai iniciar o magistério social da Igreja no contexto de busca de restauração de seu papel social na sociedade moderna e a ‘Quadragésimo Anno’ de Pio XI de 1931 que, comemorando 40 anos da ‘Rerum Novarum’ vai tratar da questão social, apelando para a renovação moral da sociedade e a adesão à Ação Social da Igreja (YAZBEK, 2010, p. 4).

As atividades de caridade ganham uma nova conformação e um caráter organizativo com o surgimento de instituições assistenciais. Podendo ser consideradas como os embriões do Serviço Social brasileiro.

A importância dessas instituições e obras, e de sua centralização, a partir da cúpula da hierarquia, não pode ser subestimada na análise da gênese do Serviço Social no Brasil. Se sua ação concreta é limitada, se seu conteúdo é assistencial e paternalista, será a partir de seu lento desenvolvimento que se criarão as bases materiais e organizacionais, e principalmente humanas, que a partir da década seguinte permitirão a expansão da Ação Social e o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social (IAMAMOTO e CARVALHO, 2008, p. 167).

Logo, o Serviço Social foi se ampliando, as ações se tornam cada vez mais organizadas, onde grupos a associações se veem preocupados com a formação de seus componentes, elaboram cursos e semanas de estudo. Ganhando mais importância, surge uma formação mais técnica e especializada, fundando a primeira escola de Serviço Social em São Paulo, em 1936. Assim, tendo forte influência para o surgimento de outras escolas por todo o país.

Este breve histórico do Serviço Social, mostra, que, foi mais uma doutrina do que uma ciência. Portanto o Serviço Social em sua fase inicial, foi um movimento moralizador em face das expressões da questão social.

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