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O Resumo do Capítulo XXIV de O Capital

Por:   •  13/7/2022  •  Resenha  •  1.291 Palavras (6 Páginas)  •  136 Visualizações

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O capítulo XXIV de O Capital, do sociólogo e grande estudioso Karl Marx, abordará informações sobre a tão conhecida acumulação primitiva, que de forma precedente à acumulação capitalista, foi um dos mecanismos para que os primeiros acúmulos de riquezas se tornassem algo concentrado na mão de poucos, fato que ocorre até os dias vigentes, crescendo de maneira acelerada. Assim explica-se a razão pela qual Marx menciona (p. 339) que os primeiros acumulam riquezas e os últimos acabam sua jornada sem nada, pois apesar de trabalharem, possuem apenas as suas próprias forças, forças essas que serão vendidas ao capitalismo para a manutenção do próprio sistema e de seus beneficiados — os capitalistas. O capital, de acordo com o autor, não seria o dinheiro, a mercadoria, ou nem mesmo os meios de produção, esses são, na verdade, parte de um processo de transformação, realizado em determinadas circunstâncias. Marx frisa o fato de que trabalhadores não possuem absolutamente nada se não a própria venda de si mesmos ao sistema, destacando que, por outro lado, capitalistas podem escolher trabalhar ou não, pois enquanto esses usufruem de suas riquezas, o proletariado é explorado, sem nem mesmo saber que a maior parte de seu trabalho na verdade não chegará em suas próprias mãos. A transição entre realidades, ou entre “sistemas” ocorre no momento em que há a separação do produtor de seu meio de produção (p.340), sendo que, na sociedade feudal, a servidão era vista e executada como forma de sustento dos sujeitos, não algo passível de “escolha”. Esses, instalavam-se em seus respectivos locais de trabalho, diferentemente de quando o capitalista os “liberta” dessa situação na consolidação do sistema, os denominando como trabalhadores livres, mas que, na verdade, precisam vender sua própria força ao mercado ou ficam às margens da sociedade. A transição entre a sociedade feudal e a capitalista se deu de forma com que o capitalismo provém da estrutura econômica feudalista. Ou seja, a decomposição de uma liberou elementos da outra, dando, como já mencionado, uma liberdade ao trabalhador, mas não possuindo os meios de produção e garantias de existência, como antes, pois esses os foram roubados. Necessita-se deixar aqui conciso que, não há uma defesa plena do feudalismo somente por este não roubar os meios de produção dos camponeses e trabalhadores em geral, ou as garantias de existência do ser, mas que esse, assim como o capitalismo, também explorava de alguma forma seus sujeitos sociais, e essa forma de exploração entre os sistemas somente mudou de posição, alterando seu o seu modus operandi.

Ocorre então uma expropriação do povo do campo e sua base fundiária, o trabalhador é retirado de forma súbita e violenta de seus meios de subsistência, para vender sua força de trabalho como “proletariado livre”, lançado no mercado, os tirando a autonomia, os meios de produção, tudo o que lhes pertencia antes em detrimento da introdução à uma acumulação capitalista. Acontece então uma expropriação forçada e violenta dos camponeses, não há uma transição regular, é algo efêmero, ato que faz com que esses seres sejam jogados no mercado de trabalho sem demais perspectivas, e, ademais, suas respectivas terras no campo sejam espaço para a criação de pastos para ovelhas — fato que curiosamente despertou a atenção da população. De acordo com o autor, o impacto dessa expropriação foi tão enorme que até mesmo bens da Igreja Católica foram roubados para serem dados como “troféu” aos favoritos reais, ou vendidos no mercado por preços irrelevantes (p.346). Além disso, moradores dos conventos também foram lançados à proletarização forçada. Em meio a esse processo, a Inglaterra ainda introduz (durante a Reforma Inglesa) uma lei que (Lei dos Pobres, p.346), sem exposição de motivos, culpabilizava e penalizava minorias da sociedade, com o argumento de que esse método teria o intuito de lidar com a questão social — que já se mostrava presente com os primórdios da acumulação capitalista e seu desenvolvimento. Todo esse processo em busca da tão sonhada acumulação de riquezas e construção de um sistema que expropria o trabalho alheio não pago, foi moldado na invasão e no apagamento de histórias, de vidas, de rotinas, de culturas e modos de se viver, de uma sociedade. Indivíduos que se encontravam em situação de pobreza extrema (considerados “vagabundos”, “assaltantes”, “miseráveis”), eram punidos pelas suas condições e culpabilizados por tais, os escravos eram marcados na testa com ferro quente com a letra “S” que simboliza a palavra Slave (escravo). Utilizavam o falso discurso de que os donos de escravos poderiam colocar anéis de ferro em seus pescoços para terem uma maior facilidade no reconhecimento de cada escravo, mais uma forma de tortura e humilhação aos atingidos pelo pauperismo gerado pela própria acumulação. A violação

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