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O livro de Laraia

Por:   •  8/4/2016  •  Resenha  •  912 Palavras (4 Páginas)  •  257 Visualizações

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O livro de Laraia é dividido em duas partes. Podemos observar na primeira parte o conceito de cultura, ele tenta definir o que é cultura. Laraia diz que a natureza dos homens é mesma, mas a cultura praticada é o que os tornam diferentes, a diversidade cultural que nos cerca é vasta.

Na visão antropológica, a geográfica e a biologia não são fatores determinantes , mas de grande influencia. Por exemplo, no Japão era costume que o devedor insolvente praticasse suicídio na véspera do ano novo, como uma maneira de limpar o seu nome e o de sua família. O haraquiri (suicídio ritual) sempre foi considerado como uma forma  de heroísmo. Tal costume justificou o aparecimento dos “pilotos suicidas” durante a Segunda Guerra Mundial. Este e outros exemplos nos mostram que as diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas através das diversidades somatológicas (Ciência que trata do corpo humano em seu aspecto somático) ou mesológicas (Análise mesólogica  mostra o quanto o ambiente familiar ou escolar exerce influência sobre a nossa formação).

 O Determinismo Biológico: Segundo Felix Keesing, não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais, a influencia das características de cada ser humano vem de sua cultura. Uma criança Japonesa que for criada no Brasil, dentro da cultura brasileira, irá acabar tendo os mesmos costumes, todas as crianças tem a mesma capacidade, independente de raça, nacionalidade, sexo ou classe social, desde que tenha a mesma oportunidade de desenvolvimento que as crianças brasileiras.  

Margareth Mead nos mostra que até a amamentação pode ser transferida a um marido moderno por meio da mamadeira, o comportamento das pessoas depende de  um processo de aprendizagem de uma cultura que se inicia com assimilação de valores e experiências a partir do nascimento de um indivíduo, medida que o individuo nasce, cresce e desenvolve, ele aprende cada dia mais agir da forma que foi ensinado.

O Determinismo Geográfico: Pollio, Ibn Khaldun, Bodin e outros afirmam que diferenças geográficas interferem na diversidade cultural de um lugar determinado, foi uma tese muito popular no final do século XIX e no início do século XX.

Os antropólogos Boas, Wissler, Kroeber, entre outros, contestaram esse tipo de determinismo e provaram que é possível e comum existir uma diversidade numa mesma localidade geográfica. EX: os lapões e os esquimós vivem em ambientes geográficos muito semelhantes, porém os esquimós constroem iglus e são caçadores e os lapões moram em tendas de pele de rena e são excelentes criadores de renas.

Não é possível admitir a idéia do determinismo geográfico, ou seja, a admissão da ação mecânica das forças naturais sobre uma humanidade puramente receptiva. A posição da moderna antropologia é que a cultura age seletivamente, e não casualmente, sobre seu meio ambiente, "explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura.

Antecedentes históricos do conceito de cultura: Cultura inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade, afirma Edward Tylor (1832-1917). John Locke (1632-1704), ao escrever Ensaio acerca do entendimento humano, procurou demonstrar que a mente humana não é mais do que uma caixa vazia por ocasião do nascimento, dotada apenas da capacidade ilimitada de obter conhecimento, através de um processo que hoje chamamos de endoculturação.

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