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POLÍTICA SOCIAL E MÉTODO

Por:   •  25/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.252 Palavras (6 Páginas)  •  864 Visualizações

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POLÍTICA SOCIAL E MÉTODO

As concepções da política social supõem sempre uma perspectiva teórico-metodológica, o que põe seu turno tem relações com perspectivas políticas e visões sociais de mundo. Toda analise de processos e relações sociais, na verdade, é impregnada de política e disputa de projetos societários, apesar de algumas perspectivas analíticas.

O processo social que está em nosso foco de analise, a política social, é revelador da interação d um conjunto muito rico de determinações econômicas, políticas e culturais, no mesmo passo em que é coberto pelo véu ideológico do “mundo da pseudoconcreticidade”. A política social torna-se fortemente descritivo, com um volume excessivo de dados técnicos, os quais evidentemente não falam por si: requisitam a analise exaustiva de suas causas e inter-relações, e das razoes econômico-politicas subjacentes aos dados.

A política social será abordada a partir da perspectiva critico-dialética. Esta tem a potencialidade de evitar abordagens unilaterais, monocausais, idealistas, funcionalistas e a-históricas.

A perspectiva funcionalista

Émile Durkheim, sem suas conhecidas Regras do método sociológico, inicialmente publicadas em 1895, de onde podemos inferir sias orientações metodológicas centrais, que são as principais expressões da perspectiva segundo a qual o objeto se sobrepõe ao sujeito. O chamado “pai da sociologia” inicia seu texto clássico com uma espécie de manifesto contra o vulgo e o senso comum, afirmando que “o objetivo de toda ciência é descobrir, e toda descoberta desconcerta mais ou menos as opiniões formadas”. Sua proposta metodológica é a de tratar os processos sociais como fatos sociais, ou seja, como coisas que não se equiparam à natureza, mas que devem ser analisadas a partir de procedimentos semelhantes.

Os fatos sociais possuem uma natureza exterior e coletivas, melhor dizendo, sua sede é a sociedade e não os indivíduos. Eles podem ser reconhecidos exatamente por possuírem a particularidade de exercer influência coercitiva sobre as consciências individuais e por sua rigidez quanto a processos de transformação. O fato social, é distinto de suas repercussões individuais, cabendo desencadear procedimentos metodológicos para “desprender o fato social de toda contaminação, a fim de observa-la em estado de pureza”.

As características de constância e regularidade dos fatos sociais são sinais da sua objetividade e de que o fato social não pode ser modificado por um simples decreto de vontade. Os fatos sociais, dessa forma, plasmam as ações individuais e o pesquisador se conforma à natureza que apresentam.

Durkheim opera uma distinção entre fenômenos/fatos sociais normais e patológicos: os que são como deviam ser e os que deviam ser diferentes. Para ele, seguindo os critérios da biologia para a classificação das espécies, são normais os fatos que apresentam formas mais gerais numa determinada fase de seu desenvolvimento, e são mórbidas ou patológicas as exceções à regra.

Para Durkheim, é na natureza da própria sociedade que se deve buscar a explicação da vida social, partindo do suposto de que nesta o todo não é igual à soma das partes, as constituem um sistema com características próprias. Conclui o autor que, para alcançar a objetividade cientifica, cabe despedir-se da roupagem filosófica e ser independente em relação às doutrinas da pratica o individualismo, o comunismo e o socialismo. A proposta não é reformar os fatos sociais, mas expressa-los, considerando que “não são senão as experiências metódicas que, pelo contrário, podem arrancar as coisas seu segredo”. A visão dos fatos sociais como coisas cuja natureza não se modifica pela vontade justifica, ao fim e ao cabo, a ordem burguesa, ao naturalizar sua dinâmica, homogeneizando os domínios científicos das ciências naturais e sociais.

A influência do idealismo

O momento de tratar o universo do idealismo, ou seja, aquela perspectiva metodológica segundo a qual o sujeito se sobrepõe ao objeto. Trata-se aqui de uma forma de interpretar e pensar a sociedade superdimensionado o papel do sujeito, o qual concebe a realidade como resultado do pensamento, desconsiderando as condições e determinações objetivas. Segundo Kant, que buscava desvelar os limites formais do conhecimento, a razão é intelecção, entendimento. Para ele, é possível conhecer a realidade nas suas manifestações e expressões. Para Hegel, o entendimento é positivo: parte da existência factual do ser e fixa suas determinações. Já a razão é negativa: ela dissolve as determinações ficadas pelo entendimento no movimento do ser, que aparece como processo, de forma que o ser é permeável pela razão. O sujeito faz parte do processo que precisa ser compreendido: não se trata de explicar os fatos e suas causas, mas de compreender o sentido dos processos vivos da experiência humana. Essa perspectiva a sociologia compreensiva será a marca do pensamento de um autor cuja influência no debate contemporâneo é fundamental; Max Weber. Seu trabalho

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