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Resenha - Na prática a teoria é outra

Por:   •  23/12/2017  •  Resenha  •  1.888 Palavras (8 Páginas)  •  1.923 Visualizações

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Resenha

SANTOS, Claudia Mônica. Na prática a teoria é outra? Mitos e dilemas na relação entre teoria, prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social. Editora Lumen Juris, Rio de Janeiro, 2011 (capítulo 1).

O referido livro fala sobre a relação entre teoria, prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social. O primeiro capítulo é composto por três partes: teoria e prática no materialismo histórico-dialético, A relação dialética entre teoria e prática, A práxis como categoria central. A autora mostra a trajetória das lacunas que existem em nossa formação profissional, em relação aos instrumentos e técnicas. Mostra ainda os erros dos assistentes sociais ao acreditarem na ideia de que na prática a teoria é outra.

O capítulo começa com a autora falando sobre a relação entre teoria e prática, com três entendimentos equivocados. O primeiro é de que a teoria se transforma em prática, ou seja, teoria de ruptura é igual a prática de ruptura. Como isso não é a verdade, pode-se dizer que na prática a teoria é outra. O segundo é de que a prática também oferece teoria. A teoria nesse caso seria a sistematização da prática. De acordo com Santos, "consagra-se a afirmativa na prática a teoria é outra, mas não da forma 'acusativa' e sim com um tom de 'conformação', em que a prática seria mais importante que a teoria." (2011, pág 13) . É importante ressaltar que prática profissional é igual a prática social. O terceiro ponto fala que a teoria de marx não instrumentaliza para a ação, ou seja, a teoria não se transforma em prática. A teoria social crítica não está se transformando em prática social crítica. Para Santos, "A teoria de ruptura não está se transformando em prática de ruptura." (2011, pág 13/14). Mais uma vez, na prática a teoria não é outra.

No entanto, pode-se subetender, nessa afirmativa, a exigência de que uma determinada teoria traduza-se em instrumentos próprios de acaso, ou seja, que os instrumentos sejam criados, extraídos, diretamente de uma teoria. A teoria é reduzida a algo que se "encaixa na prática"e a prática social é reduzida a prática profissional que, por sua vez, é reduzida a utilização de instrumentos de intervenção. (SANTOS, 2011, Pág 14).

O método do conhecimento é aquele onde a teoria modifica o conhecimento que se tem do concreto. Para Marx, a teoria social é aquela que vai dar possibilidade de transformação social por meio de mediações. Em relação a como se dá a mediação entre a singularidade, particularidade e universalidade, a autora diz :

(...) determinações que constituem o ser real supõe níveis de concretude, quais sejam, o nível da universalidade, o nível da particularidade e o nível da singularidade. Sendo assim, Singular, Particular e Universal são dimensões da realidade, são níveis de abrangência da realidade, os quais constituem as instâncias da totalidade social, são categorias que existem na realidade. (SANTOS, 2011, Pág 22).

Dessa forma, “a Universalidade é o âmbito da legalidade. É o mais próximo da verdade, afastando evidências imediatas. É o mais generalizado possível. É socialmente submetido a leis.” (SANTOS, 2011, Pág 23 ).

Para a autora, “a singularidade é o lugar onde se manifesta o resultado da ação prática do homem” e “a Particularidade é o campo de mediação entre os dois níveis.” (SANTOS, 2011, Pág 23).

Santos afirma ainda que, “ o singular está conectado à totalidade social através de suas relações, assim, é através do particular que essas relações se evidenciam e o singular pode aparecer.” (SANTOS, 2011, Pág 23). Para Luckás, Determinado é o particular.

no processo de apreensão do real pela consciência, parte-se do singular para o universal, mas sendo preciso voltar ao singular. Essas passagens são mediantizadas pela categoria da particularidade. Assim, conhecer o real é situar o objeto do conhecimento do ponto de vista social e do ponto de vista do “privado”, é não considerá-lo isolado, é investigar suas relações em sua totalidade.O singular só pode ser cientificamente conhecido quando se esclarecem as universalidades e particularidades histórico-sociais que intervêm sobre o singular, o que faz com que todo singular seja universal e todo universal só apareça no singular. (SANTOS, 2011, Pág 23).

O pensamento, através do particular, compreende o singular e o plural, por isso, o particular é o campo de mediação entre eles, é o campo de mediação entre homens singulares e a sociedade.

Particular, singular e universal são na verdade a totalidade parcial da totalidade social. Com isso, podemos afirmar que a totalidade social é formada por totalidades de menores e mais simples.

De acordo com Santos, São essas que permitem o pensamento teórico alcançar seu objetivo de reproduzir e refletir com precisão o movimento do objeto, alcançando sua estrutura interna, particular e sua dinâmica. (2011, pág 24). Marx entende a sociedade a partir de uma perspectiva totalitária. “A totalidade é uma categoria que existe na realidade e que é reconstituída teoricamente enquanto um princípio teórico metodológico recuperado para a análise do social.” (NETTO, 1990, Pág 118).

Santos sustenta que a afirmação ‘na prática a teoria é outra’, tem relação a uma expectativa equivocada dos assistentes sociais em relação à função de teoria e da prática.

destaquei, primeiramente, a enfática afirmativa de que teoria é ato do pensamento e, em um segundo momento, o fato da teoria ser a apreensão do movimento efetivo do objeto pelo pensamento. Esses destaques significam que, nessa vertente, a teoria se distingue da prática, é ato do pensamento, o qual, todavia, dirige-se para um objeto - produto da prática - , ou seja, a teoria almeja o conhecimento da constituição do concreto, entretanto, esse concreto tem sua gênese na prática, é nela que se expressam as determinações do objeto. Dessa forma, teoria e prática se distinguem ao mesmo tempo em que estabelecem uma relação de unidade. (SANTOS, 2011, Pág 27).

Chauí afirma que:

A relação entre teoria e prática é uma relação simultânea e recíproca por meio da qual a teoria nega a prática enquanto prática imediata, isto é, nega a prática como um fato dado para revelá-la em suas mediações e como práxis social, ou seja, como atividade socialmente produzida e produtora da existência social. (CHAUÍ, 1980, Pág 111).

Teleologia é um agir pensado. É um estudo filosófico

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