São Paulo e a Ideologia Higienista Entre os Séculos XIX e XX: A Utopia da Civilidade
Por: Bárbara Lacerda • 2/11/2017 • Resenha • 555 Palavras (3 Páginas) • 374 Visualizações
São Paulo e a Ideologia Higienista entre os séculos XIX e XX: A utopia da civilidade
No contexto da modernidade situamos o período entre o final do século XiX e inicio do XX, em São Paulo, mais preciosamente nos primórdios da Republica, quando houve um processo de higiene e limpeza social, associado à pobreza e do mesmo tempo a um desejo utópico de uma cidade limpa e saudável, como ideologia elitista.
- As medidas higienistas-disciplinadoras dos espaços nos primórdios da republica em São Paulo.
A elite considerava como dificuldades tratar problemas que os mesmos chamavam de “ociosidade e vícios” e tratavam a classe menos favorecida como doentes que transmitiam doenças contagiosas, segundo eles cabia reprimir os supostos hábitos de não-trabalho dos adultos e posteriormente cuidar da educação dos menores.
A cidade demanda uma intervenção da ordem e disciplina das condições de vida e do próprio trabalho por meio de higiene pública. A pobreza era associada às doenças causadas pela falta de higiene em moradias insalubres e a odores exalados pelos ambientes propícios a propagação e manifestação perigosas de todo o tipo inclusive doenças contagiosas.
O engenheiro e o médico, em especial o médico sanitarista, aparecem como personagens de uma elite que propiciará as intervenções necessárias ao estabelecimento de nova ordem higienista. Ações sanitaristas serão desenvolvidas com vistas a combater epidemias, um ideal de limpeza e ao mesmo tempo desejo utópico do progresso.
Se exercia um controle sobre a pobreza como sintoma de doença associada à desordem e a sujeira. É a partir das doenças que se identifica os desvios morais e os crimes como diagnostico da elite no ultimo quartel do século XIX.
A concepção higienista é revelada ainda nas grandes construções avenidas e bairros, que visam a importância de hábitos estrangeiros com projetos de cidade, principlamente bas vestimentas e nas edificações.
- O projeto urbanístico de Paris, suas contradições e confluências de utopias da modernidade.
Para a nossa elite o projeto urbanístico de Paris é a ideia de modernidade: a negação dos pobres, a higienização dos espaços públicos e o sonho de limpeza e disciplinamento das condições de vida dos mais pobres.
A mudança na paisagem significa novas formas de estabelecimento de poder e demarcação de territórios.
O grande temor burguês: perder o que conquistou a duras penas, ou mesmo à custa da exploração do outro. A revolução urbanística não consegue resolver isso: a violência urbana.
O trabalhador vende não só a sua força de trabalho, mas, a própria vida que não tem valor algum, é apenas uma peça na imensa engrenagem do tempo e do espaço burguês. A ordem social burguesa é controlar e a policia bater.
- A utopia de civilidade em São Paulo pela importação de hábitos estrangeiros: a tradição entre o atraso e o moderno.
No Brasil, a modernidade sofria uma influência marcante do ideal de civilidade europeu, porém, com as devidas adaptações.
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