Síntese Marxismo e Movimentos Sociais. Crítica Marxista
Por: lucasjos • 2/8/2022 • Resenha • 533 Palavras (3 Páginas) • 120 Visualizações
Síntese
GALVÃO, Andréia. Marxismo e movimentos sociais. Crítica Marxista
O texto nos traz as ideias desenvolvidas para fundamentar a análise das relações entre as classes sociais, dos meios prováveis para o desenvolvimento da revolução e de suas características, formas historicamente atuais nas resoluções políticas das organizações de esquerda. Com isso, as ideias presentes nesse texto contribuem para tratar distintas questões a serem enfrentadas pelos movimentos sociais na atualidade. Três conceitos fundamentais surgem dos elementos de Lênin, Rosa Luxemburgo e Gramsci, sendo, a construção de uma nova, teoria da organização, a ampla participação das massas ou a teoria da organização hegemonia, ajudam-nos a pensar, individualmente dos três processos inter-relacionados presentes no cotidiano dos movimentos sociais contemporâneos, em suas diversas formas de luta e de resistência entre classes.
O primeiro se indica a relação entre movimentos e partidos políticos, nesta, a preocupação mais atual pela militância dos movimentos sociais diz respeito à perda de autonomia do movimento, à medida que este pode se distanciar de seus próprios objetivos para atender apenas aos objetivos do partido. Contradizer o aparelhamento do movimento por parte dos partidos, tais posturas podem denotar uma perspectiva de autonomia, ou seja, negar a necessidade de articulação com organizações partidárias de esquerda. Esse posicionamento demonstra, em grande medida, a cultura política brasileira na qual há uma visão negativa dos partidos e tem implicações sobre as relações entre partidos de esquerda e movimentos sociais e sobre a representatividade de ambos na atualidade. O segundo fala das dificuldades contemporâneas de organização e mobilização das massas, em um cenário de ampliação do desemprego, precarização do trabalho e agravamento da pobreza, podemos reconhecemos que a realidade está cheia de focos de resistência classista, com diversos sujeitos coletivos empreendendo lutas concretas em prol dos interesses das classes subalternas, porém, não podemos negar que as transformações ocorridas no mundo do trabalho e na dinâmica de produção capitalista. O terceiro relaciona-se diretamente com a própria política por se tratar da construção de uma contra-hegemonia, sendo isso, do próprio processo de um lado, empreender a crítica teórica e prática à dominação capitalista e, por outro lado, construir as possibilidades de alteração desta realidade. Lutar pela hegemonia de um projeto societário anti-capitalista, exige dos movimentos sociais a capacidade política de estabelecimento de alianças com outros sujeitos individuais e coletivos, mas também requer a capacidade de identificar os mecanismos de atuação da direita.
Podemos entender que esses processos indicam importantes desafios para as lutas sociais no capitalismo contemporâneo: o estabelecimento de uma relação verdadeiramente democrática entre movimentos e partidos, que considere as singularidades de organização e de interesses de ambos, superando tanto os isolamentos quanto as práticas vanguardistas, a identificação dos mecanismos engendrados pela atuação da direita brasileira na atualidade, que se mantém firme na defesa de uma agenda própria, contemplando privilégios e interesses das elites, como também investindo, pesadamente, na criminalização dos movimentos sociais e a construção de uma unidade das forças populares e, mais ainda, a mobilização das energias de lutadores e lutadoras do povo, para a construção de força própria da classe trabalhadora, única alternativa real para derrotarmos os inimigos históricos da classe. Não podemos nos render, ao momento de verdade concreta que parece ter adotado o pensamento do fim da história.
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