1. Titulo: A família Hoje: Uma análise contextualizada
Por: Thaissaraujo • 17/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.859 Palavras (12 Páginas) • 1.052 Visualizações
2. Introdução
Este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo referente à família, no qual se destaca as transformações advindas de uma conjuntura que implicam diretamente nesse grupo.
Nesse sentido, é abordada a família através dos tempos, onde se faz um pequeno apanhado histórico do início da organização familiar, as mudanças advindas pós Revolução Industrial interferindo na posição da mulher frente à família não apenas como cuidadora, mas também com papel econômico, inserida no mercado de trabalho.
No segundo momento trataram-se dos novos arranjos familiares e a incorporação de diversos tipos de família, também se tratou do conceito e a função da família que de acordo com Mioto (1997) está conexa a um grupo cultural que vive sob o mesmo teto mantendo laços consanguíneos e/ou afetivos.
No terceiro momento são discutidas a família na sociedade contemporânea suas transformações e família pensada no sentido de ideal a associação primeira que nos induz ao pensar em família e a família vivida que é a família que se vive incorporando diversas variações.
Por fim, são apresentadas as considerações finais, nas quais se conclui que essa instituição denominada família incorpora em sua organização o contexto no qual está imersa e tem e continuara passando por mudanças no decorrer dos tempos.
3 - A família através dos tempos;
A sociedade vive em uma constante dialética, desde sua organização social dos membros que a compõem nos primórdios, até os dias de hoje. Perceber-se que cada época contribuiu para a organização social contemporânea.
Fazendo uma breve análise através dos tempos, se percebe as drásticas mudanças ocorridas na família. Sua gênese se configurou através dos primeiros arranjos matrimoniais (homem e mulheres), não sendo permitido relacionamento extramatrimoniais, preservando a fidelidade perante a virgindade da companheira, diante desta observação Dias (2009 p.63) destaca as contribuições para legitimidade e fidelidade da mulher para com seu esposo:
(...) para haver a certeza biológica da filiação, valorizava-se a fidelidade da mulher, sendo a virgindade um sinal externo de respeitabilidade. A exigência da virgindade era de tal ordem que havia a possibilidade de o marido pedir a anulação do casamento se alegasse não ser sabedor de tal fato, pois o desvirginamento era considerado erro essencial à pessoa.
Diante do longo processo evolutivo da família, nota-se que: “Até por volta do século XII o entendimento de família, ficava reservado à esfera moral e social, não correspondendo a nada além da instalação material do casal na aldeia, fazenda ou casa dos amos e senhores”. ARIÉS (1981 p. 39).
De acordo com as considerações do autor, fica evidente que a família vivia de sua imagem perante a sociedade, onde sair dessa reputação social era sinônimo de humilhação moral. Os pais eram responsáveis pelo corpo e pela alma de seus filhos e a partir deste contexto a família deixa de ser apenas uma instituição do direito privado, assumindo uma função moral e espiritual.
Ao analisarmos a família burguesa nascida em meados do século XVIII, podemos perceber a constituição de novos padrões de relacionamento familiar, que tinha como principal característica o isolamento, privilegiando a privacidade a domesticidade, sendo que havia uma supervalorização das relações emocionais internas, constituindo indivíduos obedientes e disciplinados. (ARIÉS, 1981, p. 45-46)
Através do analise do autor pode-se observar que a partir do momento em que a população se apresenta irredutível, à família passa ser integrante da população, e não mais como um modelo e sim como um segmento, e é importante salientar, que a família é considerada a estrutura principal do desenvolvimento psicológico de seu ente e que influencia diretamente em sua conduta.
Foucault (1979, p. 288) relata como se dá esta nova gestão da família:
Em outras palavras, até o advento da problemática da população a arte de governar só podia ser pensada, a partir do modelo da família, a partir da economia entendida como gestão da família. A partir do momento em que, ao contrário, a população aparece como absolutamente irredutível à família, esta passa para um plano secundário em relação à população, aparece como elemento interno à população, e, portanto não mais como modelo, mas como segmento.
Dando continuidade a esse processo, no período colonial, até meados do século XIX, Melmam (2006) ressalta que as famílias viviam em grandes fazendas rodeadas dos filhos e escravos, a maior parte da alimentação era produzida na própria fazenda e, quando a criança crescia, logo começava trabalhar junto aos adultos. Portanto, as famílias tinham em suas casas um senhor, que tinha o papel de chefe da família, pai, marido e comandante da tropa, e o restante da família o respeita e seguia suas regras e normas. Como afima Toledo (2007, p.22):
Identificada com uma estrutura forte, extremamente centralizadora e autoritária, a família patriarcal, vista como uma instituição normatizadora, vigilante e disciplinar, organizava as formas de reprodução e reposição da vida social ao lado da Igreja e de valores morais, mantendo-se basicamente inalteradas até o século passado. No Brasil, esse modelo só foi colocado em xeque pelo processo de modernização desencadeado na década de 30 e consolidado após os anos 50.
Segundo Castells (2002), a família sofre transformações no último quarto século, devido à mudança da rotina da mulher, inserindo-se no mercado de trabalho, passando assim, quase todo o dia fora do seu lar.
Em meio às considerações desses autores fica claro que a família é fortemente marcada pelo contexto no qual está inserida. Sendo a Revolução Industrial forte marco na organização padronizada da família cabendo outras organizações.
É importante ressaltar que a relevância da Revolução Industrial onde a mulher se encere em peso no mercado de trabalho e passa a mudar a estrutura familiar, além das relevantes mudanças em todo âmbito social e desenvolvimentista nas aéreas tecnológicas.
Essas mudanças advindas da Revolução Industrial foram muito significativas no que se refere à constituição familiar no qual a mulher passa a ter uma autonomia como afirma Acosta e Vitale (2008, p.21):
A partir da década de 1960, não apenas no Brasil, mas em escala mundial, difundiu-se a pílula anticoncepcional, que separou a sexualidade
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