A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E DO PSICÓLOGO ACERCA DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS NO BRASIL NO PERÍODO DO REGIME MILITAR
Por: luisa10 • 3/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.262 Palavras (6 Páginas) • 628 Visualizações
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E DO PSICÓLOGO ACERCA DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS NO BRASIL NO PERÍODO DO REGIME MILITAR
INTRODUÇÃO
O período do regime militar no Brasil foi uma época que marcou significativamente a história do país em diversos aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais, etc. A liberdade de expressão e de organização bastante restritas dificultava a ascensão das minorias no debate. Naquela época, no auge da ditadura, os atos institucionais dos militares foram lançados na sociedade e na política em demonstrações de autoridade executiva resultando com isso na supressão dos movimentos opositores, da divergência política, dos direitos constitucionais fomentando repressões a dissidentes do regime.
Com base naquela conjuntura, este trabalho apresenta reflexões acerca das práticas do Serviço Social e da Psicologia frente às violências do governo militar em tempos de ditadura. Ambas as práticas procuravam fortalecer e legitimar sua profissão junto às classes burguesas com a introdução de pesquisas e trabalhos realizados em meio às classes menos favorecidas, deixando, portanto, tais práticas de serem, ciências privadas, individuais e elitistas. E especial o Serviço Social que diante daquele cenário, buscou também assumir uma prática de assistência à transformação e de luta constante pela construção de uma sociedade sem exploração e dominação, modificando relações pessoais, políticas, ideológicas e econômicas nas diferentes instituições do cotidiano vividas naquela época.
A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA DURANTE A DITADURA MILITAR
No âmbito da psicologia, o modelo de estudos e análises individualistas, eram fatores essenciais para que durante o processo de seleção e recrutamento dos indivíduos que transitavam por um processo de alienação promovido pela ditadura militar, se adequassem às necessidades políticas e econômicas do governo militar ditatorial vigente. Até mesmo em algumas universidades nos cursos de graduação de diversas áreas, os conteúdos que continham temas referentes à política, eram repassados em uma linguagem bastante restrita em que os estudantes pudessem compreender e fazer suas conexões aos movimentos que aconteciam na época, pois não podiam expressar suas idéias e opiniões.
Os psicólogos sociais e os assistentes sociais fazem parte da classe que vive do trabalho e, enquanto trabalhadores participam do processo de reprodução do capital em sua totalidade, ou seja, instaurando movimentos de sujeição e manutenção, assim como, de resistência e enfrentamento às forças instituídas. Ambos os profissionais encontram-se submetidos a relações e condições de trabalho que são determinantes de suas possibilidades e limitações, fazendo com que não possuam o domínio completo sobre o próprio processo de trabalho. A relação interdisciplinar entre o Serviço Social e a Psicologia deve visar apenas um objetivo: identificar e criar mecanismos eficazes para intervir nos fatores que trazem dificuldades, crimes e traumas ao indivíduo, em sua história pessoal, familiar e social. Para que a intervenção do psicólogo e do assistente social possa ter validade assegurada, é necessário valer-se de alguns aspectos importantes visto que
[...] toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo (CFESS, 2007, p. 31).
Nesta perspectiva, tanto a intervenção do psicólogo quanto a do assistente social devem ser norteadas por fatores racionais e metodológicos, respaldadas em parâmetros legais e comprometidas ao entendimento da dimensão subjetiva e social, a fim de propor ações concretas para melhorar determinada realidade, pois
A atuação interdisciplinar requer construir uma prática político-profissional que possa dialogar sobre pontos de vista diferentes, aceitar confrontos de diferentes abordagens, tomar decisões que decorram de posturas éticas e políticas pautadas nos princípios e valores estabelecidos nos Códigos de Ética Profissional (CFESS, idem, p. 39).
Portanto, estudos na área “psi” eram produzidos sobre o indivíduo considerado inadequado, anormal, com comportamentos que dissonassem daqueles apregoados pelo movimento higienista brasileiro, sem qualquer reflexão e crítica sobre as condições sociais, políticas e econômicas extremamente injustas vividas pelas classes populares no país. Na psicologia aquele foi um período caracterizado também pela ênfase de teorias individualistas que contribuíram para tendências culturais da hegemonia burguesa e criavam uma psicologia privada, individual e elitista.
A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL E SUAS TRANSFORMAÇÕES FRENTE AO REGIME MILITAR
Quando a sociedade em certa medida fora silenciada, no momento de transformação do período instaurado pelo governo militar no Brasil, iniciou-se um Movimento de Reconceituação do Serviço Social na América Latina, sustentado por profissionais em ciências sociais que por insatisfação se dedicaram à conscientização da sociedade no campo teórico e político-ideológico. Entende-se este movimento como um conjunto de mecanismos ideológicos que a partir do conservadorismo, apresenta-se como um questionamento aprofundado sobre a profissão. Nesse sentido, o Serviço Social, o desenvolve uma profunda base teórica, com renovações em sua doutrina altamente voltadas para o trabalho direcionado às camadas extremamente marginalizadas da sociedade. Como diz Machado (s. d.)
[...] com a tomada do poder pelo golpe de 1964 realizado
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