A Desigualdade no Capitalismo

A desigualdade no capitalismo não se resolve apenas com uma socialização parcial da riqueza, mas com a eliminação das classes e da exploração do trabalho pelo capital, ou seja, com a superação da ordem capitalista. O sistema capitalista é um sistema estrutural e irremediavelmente desigual: supõe a "exploração" de uma classe por outra, apropriação pelo capitalista do valor produzido pelo trabalhador, subalternização das massas pelo comando econômico/político/ideocultural do capital, expulsão de massa de trabalhadores excedentes ou obsoletos para as necessidades do desenvolvimento e da acumulação capitalistas. No atual contexto de crise capitalista (MANDEL, 1980. MÉSZÁROS, 2009), a programática neoliberal (cf. Harvey, 2008) supõe a manutenção de um mínimo acionar estatal na área social (cf. HAYEK in MONTAÑO, 2002, p. 81-82): focalizado e precário, com programas de combate à fome e à miséria, financiados em parte por doações da "sociedade civil" e com retiros das classes trabalhadoras (rendas obtidas a partir do arrocho salarial, das reformas previdenciárias, da "flexibilização" das leis trabalhistas etc.). Como o pensamento neoliberal concebe a questão da pobreza? 

O pensamento neoliberal concede a questão da pobreza como um problema individual-pessoal, assim como Adam Smith (liberalista) que considerava a pobreza como liberdade de escolha, ou seja, o indivíduo por meio de suas capacidades e esforços construía ou não a sua ascensão econômica e social.  

O neoliberalismo defende a não participação do Estado na economia e nas questões sociais; ele  defende que o enfrentamento da pobreza deve ser  apenas emergencial, feita pela caridade das instituições privadas, apenas amenizando a vida dessa classe social.  

Percebemos hoje o quão útil são os benefícios de transferência de renda para as famílias, principalmente aquelas que se encontram na extrema pobreza, porém observamos que deveria "se cobrar" uma eficácia melhor em relação a "promoção" dos beneficiários, com estratégias que os "estimulassem", instigando-os até mesmo a ter uma visão mais crítica de sua realidade, e assim, não mais necessitarem desse tipo de benefício, se motivando por si próprio.  

Percebemos que o Neoliberalismo, não pensa no indivíduo como um todo, pois caracteriza os indivíduos como um "empreendedor dele mesmo, ou seja, que se desenvolverá e ficará próspero se ele souber se adaptar ,se inovar. Fazemos o seguinte questionamento, onde encontramos a *equidade dentro dessa realidade? Não estamos falando de   igualdade, mas sim equidade. Como vamos cobrar postura empreendedora das pessoas que não têm o básico para sobreviver, como empreender alguém que não conhece o mínimo de seus direitos e que reproduz contextos de iniquidades.  

*equidade - (igualdade e justiça) 

Referências: http://www.scielo.br – Serviço Social& Sociedade  - Pobreza, questão social e seu enfrentamento.