A Era do humanismo está terminando
Por: isabellafonseca • 11/6/2018 • Trabalho acadêmico • 689 Palavras (3 Páginas) • 820 Visualizações
RESUMO
No artigo, Achille expõe que o ano de 2017 não será muito distinto do ano de 2016 e afirma “(...) Gaza continuará a ser a maior prisão a céu aberto do mundo. (...) Nos Estados Unidos, o assassinato de negros pela polícia continuará ininterruptamente (...) A Europa continuará sua lenta descida ao autoritarismo liberal (...)”. Com isso, o autor declara que as desigualdades aumentarão no mundo e por conseguinte, aumentará o racismo, internacionalismo, rivalidades étnicas e religiosas, homofobia, xenofobia, sexismo etc.
Mbembe expõe a ganância do ganhar presente nos homens, especialmente entre os pobres. O autor também relata a possível restauração do apartheid e o surgimento de novos incentivos separatistas, como construções de muros, guerras assimétricas, etc até mesmo dentro de democracias estabelecidas. “Nenhuma das alternativas acima é acidental.”, diz Achille, ou seja, não é mero acidente e sim um sinal das transformações estruturais. Mbembe relata que o principal conflito da primeira metade do século XXI será entre a democracia liberal e o capitalismo neoliberal e que a crescente fragmentação entre esses sistemas ocasionará a ameaça para a população. A hegemonia do capital se fundamentava em dogmas inquestionáveis que as formas modernas do capitalismo e democracia compartilhavam resistentemente desde o período pós-guerra. (competição no mercado, liberdade individual, o oculto à tecnologia, à ciência e à razão etc).
A democracia liberal e o fundamento do capitalismo financeiro não são compatíveis, logo, cada um destes dogmas citados estão sob ameaça. Achille acredita que esse choque de conceitos será o fato mais importante do campo político da primeira metade do século XXI, “(...) uma paisagem formada menos pela regra da razão do que pela liberação geral de paixões, emoções e afetos.”
Neste novo plano, o conhecimento será transformado em conhecimento algorítmico, pois será o único conhecimento útil para o mercado. As particularidades dos indivíduos serão substituídas pelas inferências estatísticas, logo, quem não tiver nada a oferecer será desprezado. A compreensão humanística e iluminista de liberdade dos sujeitos racionais será trocada pela noção do consumidor conscientemente pensante e eleitor. Há a construção de um novo tipo de vontade humana que prevalecerá, e não será a do indivíduo liberal, Mbembe afirma que “O novo ser humano será constituído através e dentro das tecnologias digitais e dos meios computacionais.”
A nova geração computadorizada acredita na ideia de que o inconsciente é como um quadro negro limpo, essa mesma geração desconstrói os muros construídos pelas gerações culturais anteriores e convertem as infraestruturas do inconsciente. As eras anteriores limitavam o limite do inconsciente como forma de repressão, tal repressão tinha a ideia de que nem tudo pode ser feito ou dito, e graças à nova geração e à era pós-repressiva o inconsciente é livre.
O autor afirma que no capitalismo neoliberal “(...) a política se converterá em uma guerra mal sublimada (...) uma guerra contra os pobres, uma guerra racial contra as minorias, uma guerra de gênero contra as mulheres, uma guerra religiosa contra os muçulmanos, uma guerra contra os deficientes.”
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