A VISITA DOMICILIAR NO CRAS COMO FERRAMENTA DE COMPREENSÃO DA REALIDADE
Por: Victor Carvalho • 7/12/2022 • Artigo • 3.637 Palavras (15 Páginas) • 187 Visualizações
A VISITA DOMICILIAR NO CRAS COMO FERRAMENTA DE COMPREENSÃO DA REALIDADE
Rozineide Batista da Silva
Professor Tutor Externo: Gleisson Lopes do Nascimento
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Curso de Bacharelado em Serviço Social (3293SES/5) - Estágio I
09/11/2021
1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho reside na importância da visita domiciliar para o assistente social, precisamente no CRAS, o qual tem como centro dos atendimentos solicitações de aluguel social, benefício social e outros benefícios, os quais requerem uma informação precisa das condições do solicitante, após essa descrição a visita domiciliar é para observar se as informações fornecidas realmente são verídicas. Com base em algumas situações vividas através do estágio, verificou-se tal aspecto metodológico.
Objetiva-se no relatório uma descrição precisa, dos processos observados, aliando teoria com a prática, atenuando-se para a visita domiciliar como recurso de identificação da problemática requerida.
Os aspectos metodológicos do trabalho se darão de modo descritivo, qualitativo e com aspectos de cunho bibliográfico, uma vez que a todo momento permea-se um diálogo da teoria com a prática observada.
Observou-se que as visitas domiciliares são de extrema importância para o assistente social, diante de tal constatação, buscou-se ao longo do trabalho ter como foco essa abordagem. Para além das visitas domiciliares, ao longo da realização do estágio verificou-se, informes que constam no cadastro único, solicitação de concessão de benefícios para a melhora dos indivíduos que estão em situação de vulnerabilidade, entrega de cestas básicas.
Como fundamentação teórica utilizou-se, Gisele de Cássia Galvão Ruaro, Juliana Maria Lazzarini, a qual versaram sobre os instrumentos e processo de trabalho em serviço social, é pertinente mencionar a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, além de trazer as informações sobre a Política de Assistência Social, com as vozes de Mário de Souza Martins e Silvane Marcela Mazur.
2- RELATO E ANÁLISE DO PROCESSO DE TRABALHO
Se faz necessário evidenciar o percurso do CRAS, ambiente com o qual estive atenta durante 6 meses. Se pararmos para pensar que no Brasil em meados de 1930, estava enfrentando uma crescente industrialização, o que corroborou para a urbanização, resultando no aumento da desigualdade social.
Durante o governo de Vargas, pequenos grupos começaram a se reunir e tomar certas atitudes, dado a isso o governo passou a ter certas iniciativas para poder enfrentar o desafio social. Com a Constituição Federal de 1988, os assistentes sociais passaram a ter uma nova visão, focando em uma política pública de direito. A LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social, foi criada no ano de 1993, mas, só em 2004, que instituíram a SUAS - Sistema Único de Assistência Social, que tinha o objetivo de regulamentar os serviços, benefícios, programas e projetos a serem desenvolvidos no âmbito social.
“Este Sistema prevê a implantação dos CRAS – Centros de Referência de Assistência Social, em todo o território nacional. Estes centros articulam uma rede de proteção social básica, atendendo a população que se encontra em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e/ou social. Ainda, o SUAS também prevê a implantação dos CREAS – Centros de Referência Especializado de Assistência Social, para desenvolver ações com pessoas e famílias que tiveram seus direitos violados.” (Mario e Mazur, P. 2)
O CRAS é o ambiente que enfrenta as questões de desequilíbrio social, ou seja, lida com as pessoas que estão em vulnerabilidade econômica, essas questões não são tratadas com informalidade, dado que é necessário ter/ou realizar o cadastro único. O LOAS relata o objetivo do assistente social:
“Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.” (LOAS, 2009)
Dessa forma, constatou-se nas observações feitas que a assistente social observada, realizou o seu papel de forma louvável, sempre evidenciando para as pessoas os seus direitos e o que o governo pode fazer para auxiliá-los. O foco do presente trabalho é a visita domiciliar, a qual tem um grande aspecto de compreender a realidade do solicitante. Com isso Ruaro e Lazzarini descrevem que:
“...a visita domiciliar é a ida do profissional do Serviço Social na residência do usuário. Esse “ir” do assistente social evidentemente não é despreocupado, sem objetivo, não. Trata-se de uma busca, uma busca in loco com um objetivo predeterminado, em que o profissional do Serviço Social se dirige até o lar do usuário para alcançar o objetivo traçado, que geralmente é conhecer melhor a realidade do usuário.” (Ruaro e Lazzarini, 2013, p. 69)
É válido ressaltar que, ao observar uma visita domiciliar percebe-se que é uma opção metodológica de grande valia para o assistente social, uma vez que compreende com mais precisão a realidade que o cerca e das pessoas, as quais são o alvo do seu trabalho, que é a questão social. Em uma situação específica realizou-se uma visita na casa da avó, a detentora da guarda do adolescente, o procedimento foi feito por meio de uma entrevista, dado que o ministério público solicitou essa visita, mas o adolescente foi encontrado em perfeitas condições, a visita foi de suma importância para compreender o real estado do adolescente, é preciso se ater a uma visão mais ampla da solicitação feita, enquanto assistente social não julgar a primeiro momento, mas está atenta(o), observar com atenção, está a postos para escutar sobre o “caso”, dessa forma se fez presente uma forma de intervenção social, que foi realizada por uma visita domiciliar.
Dado ao que foi posto, o assistente social atua em conjunto com outros órgãos, os quais cuidam delimitadamente de indivíduos em específico, por exemplo o conselho tutelar, pegamos essa situação descrita a visita domiciliar serviu como comprovação de que a criança encontrava-se em boas condições, sem esse recurso não teria como chegar a esse diagnóstico. Ressalta-se que as visitas não são feitas de forma desordenada, são respaldadas através de solicitações do ministério público e por meio de denúncias.
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