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ASPECTOS CLINICOS DA H1N1

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Por:   •  5/5/2014  •  2.348 Palavras (10 Páginas)  •  278 Visualizações

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1 – ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA

1.1 – Descrição

A influenza A H1N1 ou gripe A é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, de elevada transmissibilidade e distribuição global. Um indivíduo pode contraí-la várias vezes ao longo da vida e, em geral, tem evolução auto limitada. Contudo, de acordo com a diversidade antigênica de seu agente etiológico, esta doença pode se apresentar de forma mais ou menos grave. Desse modo, na perspectiva da Saúde Pública, esta doença se constitui em distintos problemas que, apesar de inter-relacionados, demandam abordagens específicas de vigilância e controle, dependendo da gravidade das manifestações clínicas e do potencial pandêmico.

1.2 – Agente Etiológico

O vírus da Influenza cabe à família Ortomixiviridae. São vírus RNA de hélice única, que se subdividem em três tipos antigenicamente distintos: A, B e C. Os tipos A, responsáveis pela ocorrência da maioria das epidemias de gripe, são mais suscetíveis a alterações antigênicas, motivo pela qual, periodicamente, suas variáveis sofrem alterações na estrutura genômica, contribuindo para a existência de diversos subtipos. São classificados de acordo com os tipos de proteínas que se localizam em sua superfície, chamadas de hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). A proteína H está associada à infecção das células do trato respiratório superior, donde o vírus se multiplica; enquanto a proteína N facilita a saída das partículas virais do interior das células infectadas. Nos vírus influenza A (Imagem 1), humanos, já foram caracterizados três subtipos de hemaglutinina imunologicamente distintos (H1, H2 e H3) e duas neuraminidases (N1 e N2). A nomenclatura dos vírus influenza definida pela OMS inclui, na seguinte ordem: tipo de vírus influenza; localização geográfica onde o vírus foi isolado pela primeira vez; o número da série que recebe no laboratório e; ano do isolamento. Quando é influenza do tipo A, a descrição dos antígenos de superfície do vírus, ou seja, da hemaglutinina e da neuraminidase, é apresentada entre parênteses, como, por exemplo, A/Sydney/5/97(H3N2).

Imagem 1 - Figura retirada de microscópio eletrônico do vírus da gripe A (H1N1) rearranjado

Fonte: CDC Influenza Laboratory

1.3 – Reservatório

Os reservatórios conhecidos na natureza para o vírus da influenza são os seres humanos, os suínos, os equinos, as focas e as aves. As aves migratórias, principalmente as aquáticas e as silvestres, desempenham importante papel na disseminação natural da doença entre distintos pontos do globo terrestre. Em geral, a transmissão ocorre dentro da mesma espécie, exceto no porco, cujas células têm receptores para os vírus humanos e aviários. Os vírus influenza do tipo A infectam seres humanos, suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves; os do tipo B ocorrem exclusivamente em seres humanos; e os do tipo C, em seres humanos e suínos.

1.4 – Modo de Transmissão

O modo mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por meio de pequenas gotículas expelidas pelo individuo infectado com o vírus (ao falar, tossir e espirrar), às pessoas suscetíveis. Também há evidencias de transmissão pelo modo indireto, por meio de contato com secreções do infectado. Nesse caso, as mãos são o principal veiculo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente nas mucosas oral, nasal e ocular. A eficiência da transmissão por essas vias depende da carga viral e fatores ambientais (umidade e temperatura) e ao tempo transcorrido entre a contaminação e o contato com a superfície contaminada.

1.5 – Período de Incubação

Dados produzidos por alguns países, indicam que, atualmente, o período de incubação relacionado ao novo vírus da Influenza Pandêmica A (H1N1) 2009, pode variar de 1 a 7 dias, sendo mais comum entre 1 a 4 dias (Informe Epidemiológico, 2009).

1.6 – Período de Transmissibilidade

Informações preliminares dos casos de Influenza Pandêmica A (H1N1) pandêmica investigados até o momento indicam que, para o adulto, o período pode variar de 1 dia antes até o 7° dia após o início dos sintomas e, para menores de 12 anos, 1 dia antes até o 14° dia após o início dos sintomas.

1.7 – Manifestações Clínicas

Clinicamente, a doença inicia-se com a instalação abrupta de febre alta, em geral acima de 38°C, seguida de mialgia, dor de garganta, prostração, cefaléia e tosse seca. A febre é, sem dúvida, o sintoma mais importante e perdura em torno de 3 dias. Os sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença. Com a sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias, após o desaparecimento da febre. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão, tosse seca e queimação retroesternal ao tossir, bem como pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. Há hiperemia das mucosas, com aumento de secreção nasal hialina. O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o achado de aumento dos linfonodos cervicais. Quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrointestinais, também podem fazer parte da apresentação clínica em crianças. (Manual do Ministério da Saúde, 2010) Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas em geral a temperatura não atinge níveis tão altos, ou mesmo cursam sem febre (Gráfico 1).

Gráfico 1 - Sinais e sintomas dos casos de síndrome gripal confirmados para influenza pandêmica (H1N1) 2009. Brasil, SE 16 a 28/2009.

Fonte: Sinan Influenza On-line – acesso em 16/04/2013

1.8 – Complicações

As complicações são mais comuns em idosos, indivíduos menores de dois anos, gestantes e portadores de algumas condições clínicas, como doença crônica pulmonar (asma e doença pulmonar obstrutiva crônica DPOC), cardiopatias (insuficiência cardíaca crônica), doença metabólica crônica (diabetes, por exemplo), imunodeficiência ou imunodepressão, doença crônica renal e hemoglobinopatias. As complicações

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